As vias expressas são muito necessárias da perspectiva econômica. Mas os técnicos defendem que elas precisam ter harmonia com o conjunto da região metropolitana. A questão não é tão simples. Um exemplo é o projeto ainda em estudos de criar uma via expressa às margens do Rio Capibaribe, dentro do Recife. Nesse caso, deve-se observar que nas margens do mesmo rio são previstos “parques lineares”, faixas verdes com equipamentos públicos para uso por pedestres e ciclistas. É preciso debater ainda como o transporte coletivo seria beneficiado.
O projeto dentro do Recife é a Rota Capibaribe–Ramal da Copa, que pelo rascunho original começaria no Bairro da Torre, no final da Avenida Beira-Rio, e seguiria às margens do Capibaribe rumo à Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata. “As bordas do rio são preciosas. São espaços para um respiro da cidade, para uso das pessoas. Fazer uma via expressa ali pode matar aquela área. Urbanismo é coisa séria. É preciso pensar a cidade no conjunto”, afirma o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), Roberto Montezuma.
José Mário Cavalcanti, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PE), diz que é favorável a áreas pedagiadas dentro da cidade para restringir o transporte individual.
Nesse caso, afirma, ônibus devem ser prioridade e ter o pedágio bancado pelo governo para não aumentar o preço das passagens. “Para isso, também é preciso oferecer transporte público de qualidade”, enfatiza Cavalcanti.
O projeto, uma possível parceria público-privada (PPP), foi revelado pelo JC há pouco mais de uma semana. A Odebrecht Transport entregaria os resultados dos estudos neste sábado, mas pediu adiamento para o próximo dia 21 de abril.
Outro projeto de concessão é para revitalizar a Ilha de Itamaracá, um novo caminho pelo Janga. “Existe uma simpatia muito grande do governo com esse projeto. Não é que vai sair de todo jeito. Mas ele ligaria o Janga a Itamaracá e também desafogaria a BR-101, com um grande efeito social e econômico”, comenta Lauro Gusmão. O projeto da PPP é estudado ao mesmo tempo por duas empresas, Galvão Engenharia e Andrade Gutierrez. Cada uma propõe um traçado, com estimativas diferentes de custo. “Os estudos podem ou não virar realidade. No final do dia, a decisão é do governo”, ressalta Lauro Gusmão.
Fonte :J.C.
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