domingo, 24 de dezembro de 2023

Veja as apostas de analistas para investimentos em 2024

Investimentos em inovação aumentam e Brasil quebra recorde

JÚLIA MOURA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com juros mais baixos, inflação sob controle e queda do dólar, os investimentos devem se beneficiar em 2024. Segundo analistas, o ano que está para chegar será um ganha-ganha: tanto a renda fixa como a renda variável devem oferecer bons retornos aos investidores.

De acordo com especialistas, os próximos meses devem dar sequência ao movimento visto neste fim de ano, com a perspectiva de cortes de juros e a recuperação de ativos de risco, já que o ciclo de aperto monetário, ou seja, de alta de juros para controlar a inflação que nasceu com a pandemia, parece ter chegado ao fim.

Agora, o debate gira em torno sobre como será a queda das taxas básicas de juros mundo afora.

                                                                                    Publicidade 

 

Para o Brasil, a pesquisa Focus do Banco Central aponta que a Selic deve terminar o próximo ano em 9,25% ao ano. Atualmente ela está em 11,75%, e, de acordo com Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deve cair para 10,75% já em março.

A redução na Selic diminui a rentabilidade da renda fixa. Mas, como a inflação também está em tendência de queda, os juros reais (acima da alta dos preços) continuam altos, dizem especialistas.

O IPCA previsto pelo Focus é de 3,93% em 2024. Considerando a Selic de 9,25%, isso equivale a um juro real de 5,32% para o próximo ano.

“A renda fixa continua com taxas atrativas, e o investidor deve sempre ter renda fixa na carteira. Mas, agora, se tiver o perfil mais agressivo, também deve ter renda variável”, diz Marina Renost, analista da Blackbird.

Na renda fixa, atualmente, ela prefere títulos prefixados que vencem entre dois e quatro anos, e os atrelados ao IPCA com prazos mais longos.

“Também há boas oportunidades em crédito privado, mas é preciso analisar se se trata de uma empresa saudável e consolidada”, diz Marina.

Geralmente, quanto mais risco, maior o retorno. É por isso que os títulos privados, como debêntures, CRAs e LCIs, pagam mais que os públicos, já que empresas têm mais chances de quebrar que o país.

Segundo Rachel de Sá, analista da Rico, as reduções previstas para a Selic pouco devem impactar a carteira do brasileiro. “Para a pessoa física, faz pouca diferença, o que ele tem de entender é que a taxa ainda vai ficar alta. Não vai baixar para 2% de novo. Não é o fim da renda fixa.”

Para ampliar a rentabilidade, ela recomenda dividir os investimentos em títulos de renda fixa prefixados, pós-fixados e híbridos -que combinam juros prefixados com a variação anual do IPCA- com maior peso para os dois últimos.

Para uma boa combinação de ativos, Rachel indica fundos de renda fixa com gestão ativa, que reúnem não só diferentes tipos de produtos, mas também títulos com diferentes prazos de vencimento.

As grandes gestoras também apostam na renda fixa. No Itaú, ela compõe a maior parte das carteiras recomendadas, com maior peso nos pós-fixados.

Chega a 100% no caso do perfil mais conservador e a 46% no caso do mais arrojado, para quem o banco também recomenda 35% de multimercado (fundos que combinam renda fixa e renda variável) e 19% em renda variável.

A BlackRock, maior gestora do mudo com US$ 9 trilhões sob seu guarda-chuva, investe mais na renda fixa brasileira do que na variável, dado o juro real elevado.

“Mas penso que o ambiente para os mercados emergentes, tanto de renda fixa como de ações, se tornará mais atraente em 2024 se observarmos uma mudança do aperto monetário para a flexibilização monetária”, diz Russ Koesterich, diretor de alocação global da BlackRock.

A expectativa do mercado financeiro é de cortes de juros nos EUA e na Europa na primeira metade de 2024. Juros menores em países desenvolvidos beneficiam os emergentes, pois levam investidores a diversificar o portfólio em busca de juros mais altos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário