Uma pesquisa divulgada ontem (14) pelo Datafolha caiu como uma bomba nos corredores e gabinetes do Palácio da Batalha, sede da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, atualmente comandada por Mano Medeiros, do Partido Liberal (PL). Isso porque, de acordo com o levantamento, após quase um ano das eleições de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o então presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda se mantém vivo o clima de polarização que praticamente dividiu o país ao meio.
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A vitória de Lula sobre Bolsonaro se consolidou em um fato inédito: o ex-presidente foi o primeiro a não conseguir emplacar a reeleição desde que o dispositivo foi implementado. E segundo a pesquisa, a aprovação da atual gestão do Palácio do Planalto se manteve estável, tendo apresentado crescimento de um ponto percentual, passando de 37% para 38%.
Soma-se à polarização a onda de escândalos que norteiam o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que, recentemente, participou de um evento no Recife a convite de Mano e da executiva estadual do Partido Liberal. Jair e Michelle são alvo de investigação pela Polícia Federal (PF) e de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma série de decisões adotadas nos últimos quatro anos, atos estes que, inclusive, renderam a Bolsonaro a inelegibilidade, declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Esse é um cenário que complica ainda mais a gestão Mano Medeiros e a equipe de pré-campanha. Isso porque o bolsonarista tem caminhado cada vez mais para uma encruzilhada onde todas as portas se abrem para um beco sem saída: Mano não pode se desvencilhar de Bolsonaro sob o risco de ser chamado de traidor pelo eleitorado que o elegeu em 2020; e, ao mesmo tempo, ao manter associada sua imagem a do ex-presidente, o prefeito vai precisar arcar com os ônus desse apoio.
Mano Medeiros é apadrinhado político do ex-prefeito Anderson Ferreira (PL), que, dos três gestores municipais que abdicaram do mandato para disputar o Governo de Pernambuco em 2022, foi o que obteve o pior desempenho nas urnas em 2020 – Anderson ficou na lanterna, atrás de Raquel Lyra (PSDB), de Caruaru, e Miguel Coelho (UB), de Petrolina. Anderson obteve 54,26% dos votos válidos, ou seja, deixou de ir para o segundo turno com o ex-vereador Daniel Alves, à época filiado ao MDB, por uma margem de apenas 4,26%.
Isso significa que, além de ter que lidar com o fator Jair Bolsonaro, Mano Medeiros vai precisar pensar em uma solução para não ter a imagem associada a Anderson Ferreira e, assim, evitar carregar nos ombros a rejeição do antecessor e padrinho político.
Fonte: FalaPE.
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