Temperamento explosivo, Silvio Costa, ex-deputado federal, atual suplente da senadora Teresa Leitão (PT), costuma dizer que Silvio Costa Filho, herdeiro político e seu xodó como pai, puxou a mãe Cinthia Regina, por ser extremamente pacato, tranquilo, conciliador e paciente.
O Silvio Costa Filho, que saiu de vereador no Recife, passando pela Assembleia Legislativa como deputado estadual e no segundo mandato de deputado federal, que aterrissa hoje na Esplanada dos Ministérios está mais para filho adotivo de Marco Maciel. Parece que nasceu e foi criado na escola macielista, longe de arengas, esporte predileto do pai quando atuava na Câmara Federal.
O novo Marco Maciel é tão jeitoso e articulado que passou por um ninho de cobras, o Republicanos, seu partido, que na prática faz oposição ao Governo, segundo seu presidente Marco Pereira, para chegar na Esplanada como um enteado de Lula. Não se sabe como, mas ganhou em tempo recorde, sem muita convivência, a simpatia e a confiança do chefe da Nação.
Seu Ministério não é uma Brastemp, como Educação e Saúde, mas terá muito dinheiro do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, permitindo que possa se destacar como executivo, o que, no futuro, lhe abrirá muitas portas, quem sabe pavimente seu caminho para uma disputa majoritária em Pernambuco. Silvio Filho terá que conviver também com um partido que não está oficialmente na base.
Seu desafio será levar pelo menos 15 dos 41 votos da bancada do Republicanos para garantir a aprovação de projetos e matérias de interesse do Governo na Câmara dos Deputados, a casa mais complicada do Congresso, que muda ao sabor dos pratos para degustação. Lula confia tanto no taco de Silvio que confessou, ontem, a um ministro mais próximo, que ele pode se revelar a grande surpresa do seu governo.
Bomba nas mãos – Na véspera da sua posse, Silvio Filho se posicionou, ontem, contra a privatização do porto de Santos, contrariando o governador de São Paulo, Tarcisio Freitas, colega de partido, que tem a concessão do porto à iniciativa privada como uma de suas principais bandeiras. Desde a campanha para o governo de São Paulo, no ano passado, Tarcísio tem defendido que a privatização do porto “vai gerar milhares de empregos”.
O honrado Jarbas – Do senador Fernando Dueire, ao homenagear Jarbas Vasconcelos, ontem, em discurso da tribuna da Casa: Ao decidir – na última semana -, encerrar sua vida parlamentar, Jarbas deixa mais um exemplo de honradez, desprendimento e, sobretudo, de respeito ao povo. Não há atitude mais digna para um homem público do que olhar para a sua trajetória, ter consciência de suas realizações e de seu legado, e avaliar que conseguiu dar sua contribuição sem se afastar de suas convicções. Sem nunca ter perdido o propósito de trabalhar pelos que mais precisam”.
A mão que afaga – O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou, ontem, que o governo federal pretende antecipar R$ 10 bilhões para estados e municípios, a fim de compensar a queda do ICMS, ainda neste ano. A compensação está descrita no Projeto de Lei Complementar (PLP nº 136/2023), apresentado ao Congresso pelo Executivo. O texto previa o início dos pagamentos para 2024. No entanto, o presidente deu o aval para que a matéria seja alterada com a antecipação dos repasses para este ano, em reunião com Padilha no Palácio da Alvorada.
Municípios contemplados – O projeto formaliza a compensação das perdas de 2022 pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia. O acordo já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Padilha, cerca de 75% dos valores antecipados ficarão para as gestões estaduais, enquanto os outros 25% serão encaminhados aos municípios. No total, a compensação será de R$ 27 bilhões até 2026.
Frente anticorrupção – O deputado pernambucano Coronel Meira, do PL, assumiu, ontem, a presidência da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, num ato que reuniu a fina flor do bolsonarismo no Congresso. Antes da formalização, exibiu um vídeo mostrando as corrupções nos governos do PT, com destaque para a operação Lava Jato, que levou Lula ao xadrez.
CURTAS
DELAÇÃO 1 – No acordo de colaboração premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Mauro Cid deu informações sobre personagens que, até então, apareciam lateralmente, sem muito alarde, nas investigações envolvendo Bolsonaro.
DELAÇÃO 2 – A inclusão desses novos nomes foi essencial para que a Polícia Federal e o STF concordassem em celebrar o acordo. Isso porque, antes mesmo de o tenente-coronel decidir falar, Alexandre de Moraes acreditava já possuir elementos para condenar Bolsonaro por peculato e associação criminosa no caso das joias sauditas.
Perguntar não ofende: O Centrão vai garantir os votos que Lula precisa para a governabilidade?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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