sábado, 5 de agosto de 2023

'PT pode ter candidato no Recife', diz João Paulo

 (Foto: Rafael Vieira/DP)
Foto: Rafael Vieira/DP
Após as recentes declarações do deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), sobre uma possível candidatura própria do Partido dos Trabalhadores para as eleições majoritárias de 2024, o apoio à base do prefeito João Campos (PSB) foi colocado em cheque. O parlamentar afirmou ontem (4) que o partido “não tem intenção em apoiar novamente o prefeito”, e que, apesar da boa relação entre PT e PSB a nível nacional, enxerga, no Recife, um cenário de oposição nas próximas eleições.

“Vai depender da política de aliança. Hoje, o partido trabalha com a possibilidade clara de lançar um candidato a prefeito na cidade do Recife”, disse o petista em entrevista concedida à Rede Pernambuco de Rádios. 

Em março deste ano, João Paulo havia dado uma declaração pública similar, e foi desautorizado pelo presidente do PT no Recife, Cirilo Mota, que afirmou que o parlamentar não tinha qualquer autonomia para se posicionar pelo partido. Alguns meses depois, no entanto, a roda da política parece ter engrenado. 

Mesmo com a forte afinidade que vem sendo construída entre o prefeito da capital pernambucana e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde a campanha de 2022, a sigla ainda não sabe se seguirá na base do Executivo municipal. 

Fatores

Um fator crucial em favor da continuidade da aliança entre os dois partidos é a solidificação da conjuntura nacional entre PT e PSB, com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e a ocupação dos socialistas em diversos outros ministérios e cargos de alto escalão do governo federal. Outro aspecto que pode sustentar as bases no próximo ciclo eleitoral é justamente a relação pessoal que vem sendo construída entre Lula e João Campos - o presidente tem garantido holofotes ao prefeito em diversas anúncios e agendas, sendo a mais recente a sanção do Marco Legal do Ensino Técnico, de autoria do socialista, quando ainda ocupava o cargo de deputado federal. 

O que pode pesar contra é a estratégia da sigla de se fortalecer e ocupar mais espaços nas eleições de 2024, além das mágoas passadas pelas declarações negativas que o então candidato João Campos fez à respeito de Lula nos debates de 2020, quando disputava o segundo turno das eleições municipais do Recife com a ex-deputada federal Marília Arraes (SD).

Em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, o presidente do Partido dos Trabalhadores no Recife, Cirilo Mota, afirmou que a legenda não entrou nas discussões sobre o assunto. “Não tratamos ainda das eleições de 2024. Estamos organizando as plenárias para situar a atual direção. A plenária no Recife deve ser realizada no dia 30 de setembro. Pode ser que os diálogos sobre a renovação ou não do apoio a João [Campos] se inicie a partir daí”, explicou.

Cirilo adiantou, no entanto, que o PT segue na base do atual prefeito do Recife, e que a definição final sobre o tema deve ser tomada apenas no futuro. E evitou elencar as possibilidades. “A linha que estamos construindo é de fazer o debate de 2024 apenas em 2024. Ainda tem muitas águas pela frente”, frisou.

“Quando entramos no governo municipal, construímos uma resolução unânime, condicionando o ingresso do PT à base do PSB pela conjuntura nacional. A discussão não vai ser só regional - vamos tomar a decisão levando em consideração a estrutura do partido em relação ao Brasil. É uma decisão que deve ser acertada, inclusive, com o próprio presidente Lula”, concluiu Cirilo.

Fonte: Diário de PE.

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