São Paulo — Investigado pela Polícia Federal (PF) por pagar US$ 49 mil — R$ 250 mil na cotação da época — pela recompra do relógio Rolex que teria sido vendido ilegalmente pelo staff do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e dono de um patrimônio declarado de R$ 18 milhões, o advogado Frederick Wassef acumula dívidas de R$ 66 mil em cobranças na Justiça.
Apesar de ser uma figura pública, que participou de atos políticos e foi candidato a deputado federal pelo PL nas últimas eleições, Wassef dificilmente é encontrado pelos oficiais de Justiça para ser intimado das cobranças atrasadas de condomínios, IPVA e IPTU. As dívidas foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmadas pelo Metrópoles.
À Justiça, o funcionário relatou que “durante as diligências, o imóvel estava sempre fechado, com muros e portões altos, o interfone não funcionava, luzes sempre apagadas” E, que, depois de insistentemente “chamar, bater palmas em frente ao portão, não ouviu barulho nem de animais”. O condomínio agora diz à Justiça que ele deve ser encontrado em sua casa, no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo.
Oficiais de Justiça também tentam localizar Wassef para notificá-lo sobre uma cobrança da Prefeitura de Atibaia de R$ 3,5 mil. Neste caso, o agente tentou encontrá-lo em seu endereço naquela cidade, foi recebido pelo caseiro, que disse que Wassef estava em Brasília. Em uma dívida não cobrada na Justiça, o advogado também não pagou o IPVA de seu carro Jetta ano 2020, em valores de R$ 6,7 mil, somando os anos de 2022 e 2023.
Em Miami, nos Estados Unidos, Wassef tem uma fatura em aberto de US$ 12 mil para impostos locais. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando foi candidato a deputado federal no ano passado, ele declarou possuir um imóvel na cidade americana com valor de R$ 4,9 milhões.
As dívidas, muitas delas não pagas há mais de um ano, e de valores pequenos, contrastam com a vida de luxo do advogado, que mora em bairro nobre de São Paulo, tem o apartamento em Miami, além de diversos carros e um jet-ski. Neste mês, Wassef admitiu que recomprou por US$ 49 mil, em dinheiro vivo, o Rolex que foi dado de presente a Jair Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita, para devolvê-lo à União.
O relógio faz parte do rol de artigos de luxo que estão no centro de uma investigação da PF, que tenta descobrir se o ex-presidente vendeu joias dadas como presentes por outros países à Presidência da República. Esses itens seriam patrimônio da União e não poderiam ter sido vendidos.
Wassef vai prestar depoimento à PF a respeito da compra do relógio. Ele teve seu celular apreendido pela Polícia Federal na investigação do caso.
Fonte: Portal Metrópoles.
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