A inovação tecnológica, as transformações digitais e a segurança da informação são alguns dos temas que estão sendo discutidos no 5º Encontro Nacional de Tecnologia da Informação, promovido pelo Tribunal de Contas de Pernambuco e Instituto Rui Barbosa (IRB), e que acontece nesta quinta (15) e sexta (16), no auditório da OAB-PE, no Recife.
O evento reúne servidores dos TCs brasileiros, em especial os que trabalham com tecnologia da informação, para discutir como melhorar a integração e a comunicação entre as áreas de TI das Cortes de Contas, facilitando o enfrentamento dos desafios atuais.
O presidente do TCE, Ranilson Ramos, fez a abertura do encontro, e destacou a importância da evolução do ambiente digital e de soluções inovadoras para os tribunais de contas, que devem desenvolver mecanismos tecnológicos para melhorar os resultados de suas ações.
“O TCE-PE tem feito grandes investimentos na área de segurança da informação, no setor de inovação e na governança de TI. Estes mecanismos foram, e continuam sendo, indispensáveis aos trabalhos de fiscalização dos gastos públicos pela Casa, mas também nas ações que empreendemos, como, por exemplo, aquelas para a Primeira Infância, no levantamento de obras inacabadas e na eliminação dos lixões em Pernambuco, entre tantas outras", disse o presidente.
O encontro foi coordenado pelo Comitê Técnico de Tecnologia, Governança e Segurança da Informação dos Tribunais de Contas do Brasil do Instituto Rui Barbosa (IRB), presidido pelo conselheiro Carlos Neves (TCE-PE), e teve o apoio da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon), e do Conselho Nacional dos Presidentes de Tribunais de Contas (CNPTC). Os presidentes das instituições, conselheiros Cézar Miola (Atricon), Edilberto Pontes (IRB) e Luiz Antônio Guaraná (CNPTC), marcaram presença no evento e compuseram a mesa de abertura, juntamente com o presidente da OAB-PE, Fernando Lins; o procurador-geral do Ministério Público De Contas, Gustavo Massa, e a diretora de TI do TCE-PE, Ana Carolina Machado.
Os conselheiros Valdecir Pascoal, Dirceu Rodolfo, Marcos Loreto, Eduardo Porto e Rodrigo Novaes, e o auditor-geral Marcos Nóbrega, também acompanharam a abertura do evento.
"Os recursos tecnológicos devem ser usados com responsabilidade, mas sem medo, pois vieram para facilitar a vida das pessoas. Além de dar transparência e eficácia às ações do controle externo, a TI e o mundo digital ajudam a tornar mais ágeis e eficientes os processos de trabalho e a construir políticas públicas melhores em prol da sociedade. Estes dois dias vão mostrar que é possível fazer segurança de dados, com uma boa governança e inovação", afirmou Carlos Neves, ao dar as boas-vindas aos participantes.
“Não somos oniscientes, nem onipresentes, mas recursos como a IA e o sábio processamento de dados nos dão condições de aumentar a nossa efetividade, para que tenhamos uma atuação controladora cada vez mais proativa e preventiva, e nos dando a chance de acompanhar a dinâmica da gestão e evitar possíveis danos e ilícitos”, disse o presidente da ATRICON.
|| PALESTRAS ||
A programação de abertura incluiu palestras do presidente do IRB, conselheiro Edilberto Pontes, que falou da “Inovação e a Transformação Digital nos Tribunais de Contas Brasileiros” e do diretor presidente do Porto Digital-Recife, Pierre Lucena, sobre o “Porto Digital e o ecossistema de tecnologia do Recife”. A cidade do Recife é reconhecida pelo seu avançado pólo tecnológico e o Porto Digital, criado no final de 2000, como o maior e mais importante parque tecnológico urbano da América Latina.
“Estima-se que os governos mundiais gastem, hoje, cerca de U$ 600 bi para criar essa infraestrutura. Já a IA, é uma área bastante promissora de evolução muito rápida e que promete um aumento da produtividade, mas tem gerado posições controversas em relação às questões éticas. A cibersegurança é outro ponto crítico, levando em conta os ataques cada vez mais comuns e sofisticados de hackers, cuja prevenção requer estratégias muito bem definidas”, disse o presidente do IRB.
Pierre Lucena, por sua vez, mostrou um pouco da história e da criação do Porto Digital no Recife, que é formado por 365 empresas, gerenciadas por um conselho de 19 representantes de entidades, do governo, universidades e da sociedade civil. “O surgimento foi a partir do propósito do Governo do Estado de recuperar e requalificar o centro histórico e cultural e fazer da cidade a capital brasileira da tecnologia e da economia criativa, criando empregos e oportunidades de negócios e empreendedorismo”, explicou Lucena.
|| INOVAÇÃO - GOVERNANÇA ||
À tarde aconteceram as mesas temáticas, sendo a primeira delas sobre Inovação Tecnológica, com mediação do conselheiro Valdecir Pascoal. O conselheiro corregedor do TCE-PE disse que o momento é de construir pontes para que os tribunais possam trabalhar de forma mais eficiente. "Este é o tema do momento. Nós estamos preocupados com isso, com o propósito de aprimorar o trabalho da nossa instituição e, por consequência, melhorar a qualidade de vida da população, que é o nosso papel”, concluiu.
As mesas tiveram como temas “Inovação aberta: o case do TCE-PE e a UFRPE” (George Valença/UFRPE); “Validação de dados utilizando similaridade e NER” (Robson Vieira e Henriques Turibio -TCM-GO); “Projeto Turmalina” (André Agra - TCE-PB); “Como se adaptar rapidamente à evolução constante da Inteligência Artificial (Rainério Leite e Eric Hans - TCU); “Usos da IA para apoio ao controle externo” ( Victor Sant Ana Lemos - TCE-ES); e “Plataforma TCE-HUB” (Licardino Pires -TCE-GO).
Vice-presidente do Tribunal, o conselheiro Dirceu Rodolfo conduziu a segunda mesa, cujo tema foi Governança de TI. "É muito importante para o sistema Tribunal de Contas falar, cada vez mais, e cuidar da governança. Crescer e se adaptar, e isso de forma harmônica e com planejamento", afirmou Dirceu.
Palestraram neste segundo momento: Jairo Wensing -TCE-SC (Governança de TI); Ed Wilson e Marcos Uchoa - TCE-PB (Sagres Captura); Luis Henrique Oliveira - TCE-RS (A experiência do TCE-RS na conteinerização do seu ambiente); Francisco de Assis Júnior - TCE-TO (Sistema PLANEJA); e Lúcio Pereira - TCE-RJ (evasão de profissionais de TI nos Tribunais de Contas).
O encerramento do primeiro dia foi com o co-fundador da empresa de tecnologia e segurança WeSafer, Fernando Teco Sodré, que levantou a discussão sobre “Qual é o seu desejo sobre o Futuro com Inteligência Artificial?”
|| SEGUNDO DIA ||
O lançamento de um Guia de Boas Práticas em Segurança da Informação para Tribunais de Contas marcou o encerramento do encontro, nessa sexta-feira (16).
O documento orienta sobre a proteção dos dados e sistemas utilizados nos órgãos e abrange os três pilares fundamentais da segurança da informação: tecnologias, processos e pessoas. A conscientização e o treinamento dos servidores são destacados como fatores de importância para a proteção efetiva das informações.
A obra, elaborada pelo Instituto Rui Barbosa, foi distribuída aos participantes do encontro.
Com um direcionamento mais técnico, a programação da sexta-feira (16) foi voltada à Segurança da Informação e às Soluções de Gestão Processual. As experiências de TCs com a implantação de ferramentas e sistemas para melhoria do desempenho institucional foi o principal foco dos debates. As discussões foram mediadas, respectivamente, pela diretora de Tecnologia da Informação do TCE-PE, Ana Carolina Morais, e pelo conselheiro do TCE-MG, Cláudio Terrão.
Para as palestras foram convidados Luciano Araújo (USP) (Segurança da Informação e os Tribunais de Contas); Fábio Xavier (TCE-SP) (Boas Práticas de Segurança da Informação para os TCs); Rainério Leite (TCU) (Governança em Segurança da Informação); Evaldo Moreno (TCE-PR) (Acordos de Cooperação Técnica entre Tribunais de Contas e a ANPD para adequação da LGPD no setor público); Sheila da Nóbrega (TCE-AM) (Evolução do Processo Eletrônico no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas); e Pedro Vieira (TCM-BA) que falou sobre a experiência da implantação do Plenário Virtual no TCM baiano.
|| INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ||
Arthur Padilha, Head (supervisor) de Produtos Digitais na Neurotech, fechou o evento com uma apresentação sobre “Inteligência Artificial para Resolução de Problemas”. A Neurotech é voltada à criação de soluções avançadas de Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data.
“As empresas precisam se reinventar, criando um novo mercado, para continuarem atuando e ganharem a confiança do público consumidor. Para que isso aconteça, precisamos da inteligência artificial e do machine learning, que é uma forma de análise de dados que orienta os computadores a aprenderem por conta própria, para resolver problemas complexos”, afirmou.
Arthur concluiu mostrando alguns exemplos de IA, como a ferramenta Alice, do Tribunal de Contas da União, que auxilia na fiscalização de licitações e contratos, falou dos desafios dos TCs para a implementação dessas tecnologias e do que há por trás da ferramenta do momento - o Chat GPT.
Ao final, Carlos Neves agradeceu a participação de todos e ressaltou a atuação dos TCs em rede como o grande desafio dos setores de TI destas instituições. “Precisamos trabalhar unidos e nossa grande missão, agora, é pensar como podemos melhorar a conformidade de nossa atuação”, disse ele.
O encontro teve quase 200 participantes inscritos e quase mil visualizações na transmissão online pelo canal da TV TCEPE no YouTube.
Confira aqui as palestras do primeiro dia
Confira aqui as fotos do evento
Confira aqui as palestras do 2o dia do evento
Fonte: TCE - PE.
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