segunda-feira, 31 de outubro de 2022

A vitória de Raquel Lyra em Pernambuco vai além do campo político

 


Eleita neste domingo (30), como a nova governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), entra na história como a primeira mulher a comandar os destinos do estado, escolhida através do voto popular e democrático.


Até a conquista através das urnas de ter o direito de administrar os destinos dos pernambucanos, a tucana precisou passar por uma dura e difícil trajetória, onde foi testada nos mais diversos aspectos, extrapolando o campo político, marcada por uma tragédia pessoal ocorrida justamente no dia das eleições, ainda no primeiro turno.


Toda a experiência foi colocada à prova nos meses que antecederam o pleito, desde o anúncio da pré-candidatura, a sensibilidade na escolha da vice na sua chapa, Priscila Krause (Cidadania) — gigante e fiel escudeira da candidata, durante o tempo todo.


A campanha de Raquel Lyra foi marcada por lutas e contrariedades. Com poucos recursos, combateu contra quatro oponentes fortes, quadros importantes e experientes na política. Viu a liderança do seu projeto ficar em segundo lugar nos levantamentos imediatamente após o lançamento da candidatura de Marília Arraes (SD). Fez o trabalho sem uma maior presença dos líderes nacionais do seu partido. No primeiro turno contou com o apoio de um número pequeno de prefeitos.


No período a ex-prefeita foi vítima de uma enxurrada de Fakenews contra sua pessoa e sua campanha. No segundo turno as pessoas viram uma Raquel gigante, forte e determinada. Recebeu o apoio de Miguel Coelho (UN), e de Eduardo da Fonte, líder do Progressistas. Nessa fase, mais de cem prefeitos ficaram ao seu lado.


Sete meses passados desde o anúncio da pré-candidatura até a informação que 3.113.415 (58,70%) eleitores escolheram Raquel Lyra para governar Pernambuco a partir de janeiro de 2023, contra 2.190.264 (41,30%) votos, que preferiam Marília Arraes. Foram 17% de vantagem nas urnas, quase 1 milhão de diferença (923.151). Raquel Lyra foi muito criticada por não declarar apoio a candidatura nacional, fez certo, adquiriu votos de eleitores de ambos candidatos.


No início da noite deste domingo (30), após o resultado das urnas, a governadora eleita Raquel Lyra, ao lado de apoiadores e da família, antes do pronunciamento, pediu um minuto de silêncio em homenagem a seu marido, que faleceu no dia da votação no primeiro turno.


Ela parabenizou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e declarou que vai governar em parceria. “Agora o povo de Pernambuco e do Brasil já escolheu seu presidente e é com ele que vamos lutar para que Pernambuco seja um estado melhor para se viver”, disse na coletiva.


A vitória de Raquel em Pernambuco vai além do campo político. É uma conquista pessoal e também coletiva. Rompe um ciclo histórico que representa muito bem a garra, a força e a resistência de milhares de brasileiros, que, diariamente, lutam em meio as mais diversas dificuldades. Provada nessa disputa, e aprovada pelos pernambucanos, Raquel é do interior e conhece como ninguém as dificuldades da população que vai cuidar pelos próximos quatro anos.


Curtinhas


Diálogo: Com o nome avalizado nas urnas, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terá como um dos primeiros desafios de seu novo mandato a construção de uma base de apoio sólida em um Congresso Nacional marcado pela polarização.


Bolsonarismo: Mesmo com o fracasso de não ter conseguido se reeleger, Bolsonaro deve seguir no debate público. E o bolsonarismo deve ter, ainda assim, um papel de protagonismo na oposição a partir do ano que vem, segundo especialistas ouvidos. 


STF: O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), terá direito a indicar 2 ministros para compor o STF (Supremo Tribunal Federal). As vagas serão abertas com as aposentadorias da presidente da Corte, Rosa Weber, e de Ricardo Lewandowski.

Fonte: Blog do Alberes Xavier.

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