quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Bastidores da tensão socialista

 

No mercado de capitais, a precificação é uma variável fundamental ao funcionamento de todo tipo de negócio. É ela quem ajuda a definir o valor monetário de um produto, de uma mercadoria ou serviço a ser cobrado do cliente. Na política, também é assim. No PSB, idem. A provável derrota de Danilo já foi precificada pelo mercado das forças partidárias.

Já se tem como diagnóstico que ele foi escolhido para ser o candidato, por ser o último personagem capaz de resistir e atrapalhar os planos familiares dos Andrade Lima Campos, leia-se Renata, a viúva do ex-governador Eduardo Campos, João, prefeito do Recife e agora Pedro, candidato a deputado federal, com chances de ser o mais votado pelo partido.

Só o candidato Danilo, que jogou por terra a sua trajetória em nome de um projeto familiar, e a aguerrida militância socialista, têm custado a acreditar que a futura derrota nas urnas em outubro para o Governo do Estado fora precificada lá atrás, em 2020, nas eleições para prefeito do Recife, através da candidatura e da vitória de João Campos.

Mas a militância da Frente Popular está atônita. Já apresenta os sinais de sua perplexidade com o vexame do desempenho do seu candidato a governador. E está confusa. Não consegue identificar ao certo quem, de fato, comanda a campanha. Desorientada, sob a luz de uma comunicação medíocre, atrasada, e que usa de má-fé das fake news nas redes sociais.

Sendo assim, passou a baixar o nível no campo pessoal contra a adversária Marília Arraes. Ela, a militância, entrou no que se convencionou nas disputas eleitorais chamar de desespero. Descompensada, flerta com o abismo, empurrada por narrativas e versões capciosas, que não as leva a lugar algum.

Projeto familiar – Assim como o candidato Danilo, que jogou por terra a sua trajetória em nome de um projeto familiar, a militância socialista tem custado a acreditar que a provável derrota nas urnas em outubro para o Governo do Estado fora precificada lá atrás, em 2020, nas eleições para prefeito do Recife, através da candidatura e da vitória de João Campos.

Dama de ferro – Não acordou que o modelo desse novo PSB, que está a léguas de distância do partido construído pelos ex-governadores Miguel Arraes, e pelo o seu sucessor legítimo, Eduardo Campos, passou, agora, a ser repaginado no terraço de um Solar no bairro de Dois Irmãos, onde reside a Dama de Ferro, como Renata é reconhecida. Foi lá que se decidiu rifar a candidatura natural a governador do ex-prefeito Geraldo Júlio.

No sacrifício – Ali também se resolveu que o governador Paulo Câmara não se candidatasse a nada. E foi nesse aconchego do lar que Danilo foi alçado candidato. Os dois primeiros, gestores eleitos e reeleitos, foram sumariamente mandados para casa. E Danilo para o sacrifício da derrota. O propósito e o resultado dessa estratégia foi o seguinte: limpar o território para Pedro Campos se eleger deputado federal sem concorrentes e para João Campos ser o único nome disponível do PSB como candidato natural a governador em 2026.

Inocentes úteis – Danilo, por sua vez, tinha base e militância política própria, fiel, leal, para assumir o comando e os rumos da sua própria campanha. Deveria reagir a esse matriarcado insosso e juvenil, mas não o fez. Todos foram inocentes úteis nesse processo. Neste instante, a dúvida que paira nos militantes mais históricos e ainda abraçados com essa disrupção histórica de um projeto político de esquerda é quanto ao segundo turno.

Entre a cruz e a espada – Qual será o caminho do PSB num eventual segundo turno com o cenário Danilo fora da disputa? Continuará atacando grosseiramente uma neta de Arraes? Irá para o palanque bolsonarista de Anderson Ferreira, se aliará às forças do PSDB/Cidadania de Raquel Lyra ou se juntará ao projeto do União Brasil, de Miguel Coelho?

CURTAS

AUXÍLIO 1 – O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 do Ministério da Economia prevê o pagamento de R$ 405 mensais pelo Auxílio Brasil para 21,6 milhões de famílias, quase R$ 200 abaixo do valor destinado atualmente para os beneficiários. A proposta, no entanto, indica a intenção do governo federal de manter o pagamento de R$ 600 no ano que vem.

AUXÍLIO 2 – No texto, a pasta chefiada por Paulo Guedes afirma que “reconhece a relevância da referida política pública e a importância da continuidade daquele incremento para as famílias atendidas pelo programa”. De acordo com a gestão bolsonarista, haverá “esforços em busca de soluções jurídicas e de medidas orçamentárias que permitam a manutenção do referido valor de R$ 600.

Perguntar não ofende: A propaganda eleitoral no rádio e na TV produzirá algum impacto nas eleições em Pernambuco?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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