Um repórter da Folha de São Paulo fez uma observação pertinente, ontem, ao avaliar os números da pesquisa Ipec para governador de Pernambuco. Escreveu que foi boa para Marília Arraes e Raquel Lyra, candidatas do Solidariedade e PSDB, respectivamente. “Mas, olhando o recorte histórico do gráfico, chama a atenção o avanço de Miguel Coelho, candidato do União Brasil”, destacou.
E acrescentou: “Começou com 6% e está com 13%, mais que dobrou. É a segunda pesquisa seguida que Miguel avança. Muita gente achava que ele minguaria”. De fato, o candidato do União Brasil cresceu em todas as pesquisas na reta final da campanha e deixou para trás Anderson Ferreira, candidato do PL, que parecia ser competitivo diante dos 25% dos votos de Bolsonaro no Estado.
Miguel pode ser a grande sensação desta eleição, o fato novo. Nos debates, impressiona. Desde o início, sua campanha, além de fortemente estruturada, tem sido bem conduzida pelo pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, águia em política e, principalmente, no traçado estratégico da eleição, o que pesa muito e pode ser decisivo ante uma disputa tão acirrada pelo segundo lugar.
Em relação a Raquel, sua principal concorrente, Miguel tem algumas vantagens. Enquanto a tucana larga com 26% do Agreste, sua região, o candidato do União Brasil ultrapassa a marca dos 70% no Sertão, sua principal base. Miguel tem 37 prefeitos, Raquel não chega a meia dúzia. Tem também uma chapa proporcional mais competitiva, tanto para a Câmara dos Deputados quanto para a Assembleia Legislativa.
Miguel é, também, o menos rejeitado em todas as pesquisas, fator que ajuda a ganhar votos entre os eleitores indecisos, na casa dos 5%, enquanto os que dizem que votarão em branco ou anularão chegam a 7%. Quanto a Danilo, que, numericamente, aparece empatado com Miguel, reagiu muito tarde nas pesquisas, tem rejeição alta e está na contramão da história: os ventos em Pernambuco sopram em favor da mudança.
Voto evangélico – Outro indicador favorável a Miguel no confronto direto com Raquel é que seu avanço no eleitorado evangélico, a partir do momento em que ganhou a adesão da família Collins, o deputado Pastor Collins e sua esposa Michelli, vereadora no Recife. Trouxe também o pastor Adauto, que antes estava ao lado de Anderson Ferreira.
Favorita contra todos – Da mesma forma que mostrou o Instituto Opinião, exclusivo deste blog, em sua última pesquisa, na semana passada, o Ipec apontou os cenários de segundo turno em Pernambuco com Marília Arraes à frente de todos os seus oponentes. Com Raquel, ela teria 51% dos votos contra 30% da tucana. Já com Miguel, subiria para 53% contra 27%. No enfrentamento com Danilo, chegaria a 55% contra 23%, e, por fim, contra Anderson, 59% a 23%.
Disputa paulista – Em São Paulo, a pesquisa do Ipec (ex-Ibope) divulgada, ontem, mostra Fernando Haddad (PT) liderando com 34% das intenções de voto, seguido por Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem 24% e assumiu isoladamente a segunda posição, e Rodrigo Garcia (PSDB), com 19%. Tarcísio e Rodrigo têm uma diferença de 5 pontos percentuais, superior à margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Castro sobe no Rio – No Rio, a pesquisa Ipec apontou que o governador Cláudio Castro (PL) segue na liderança, com 13 pontos percentuais à frente de Marcelo Freixo (PSB). Nos votos válidos, quando se excluem os votos brancos e nulos, Castro aparece com 48% e Freixo com 31%. Rodrigo Neves, do PDT, apenas 9%. No segundo turno, o governador derrotaria por 44% a 34%.
Zema lidera em Minas – Em Minas, o Ipec mostra o candidato do Novo, governador Romeu Zema, na liderança com 45% das intenções de voto, seguido por Alexandre Kalil (PSD), com 34%. A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 24 e 26 de setembro em 102 cidades mineiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR‐06414/2022.
CURTAS
EM BRASÍLIA – Ibaneis Rocha (MDB) segue liderando as intenções de voto para governador do Distrito Federal, segundo pesquisa do Ipec, com 43%. Em seguida, Leandro Grass (PV) aparece com 16%. Ambos cresceram dentro da margem de erro em relação ao último levantamento, de 21 de setembro.
ROMPIMENTO – Ciro Gomes rompeu com os irmãos Cid Gomes e Ivo Gomes após a dupla sinalizar a preferência pelo ex-presidente Lula. Ciro afirmou ter “recebido uma facada poderosa nas costas” e, em razão do gesto dos irmãos em endosso à candidatura petista, decidiu se afastar dos familiares e de seu colégio eleitoral, o Ceará – Estado que governou.
Perguntar não ofende: Por que Anderson não consegue atrair o voto bolsonarista?
Fonte:Blog do Magno Martins.
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