sábado, 24 de setembro de 2022

Lula já previu fim do PSB

Uma coisa é certa: já temos o epitáfio dessa reta final de campanha: as visitas dos candidatos da Frente Popular – Danilo Cabral (PSB) ao Governo do Estado, e Teresa Leitão (PT) ao Senado – ao ex-presidente Lula para implorar uma vinda a Pernambuco, como a tábua de salvação para o naufrágio eleitoral do PSB, o fim de uma era que o povo vai comemorar nas ruas como nunca.

Pararam a agenda, viajaram mais de 2 mil km até São Paulo e levaram um rotundo “NÃO” como resposta de Lula, face à cobrança para que o ex-presidente viesse a Pernambuco na próxima semana. Deixaram Sampa desolados. Na mala, só uma gravação protocolar e burocrática de Lula defendendo a chapa da Frente Popular, respeitando o acordo nacional que firmou com o PSB.

Para bom entendedor o recado do ex-presidente não poderia ser mais claro: “Agora, é tempo de murici, cada qual cuide de si”, teria dito a um interlocutor. Lula, com base em pesquisas internas e públicas, constatou que o candidato Danilo é causa perdida.

Lula viu com os seus próprios olhos Danilo ser vaiado pela militância que apoia e vota com ele e assistiu, sem surpresas, essa mesma militância gritar o nome de Marília Arraes durante sua passagem por Garanhuns, Serra Talhada e Recife, em julho passado.

Lula cumpriu o acordo com o PSB. Se desdobrou para convencer seu eleitor estadual a seguir Danilo. Mas o eleitorado identificou em Marília a relação histórica com o lulismo, porque Danilo nunca foi Lula. Pelo contrário. Foi um personagem da política ferrenho crítico do PT nacional e do ex-presidente, responsável, com o seu voto pelo impeachment de Dilma, pela retirada do PT do poder.

A recusa de Lula para vir mais uma vez a Pernambuco foi um duro revés para Danilo e o PSB estadual. A vinda do ex-presidente era a última esperança da militância socialista para atingir o segundo turno e disputar o turno final com Marília.

Há quem acredite, inclusive, que foi uma espécie de troco do ex-presidente e do PT nacional por tudo aquilo que Danilo fez no passado. E o passado nunca fica onde se deixa. Não se pode apagar. O que se faz no passado, paga-se no presente. Porque tudo está conectado.

Aliada histórica – Ao recusar colocar seu DNA nos funerais do PSB em Pernambuco, Lula, raposa política, não quis, na verdade, atrapalhar a chegada ao poder de uma aliada histórica. Além de neta de Miguel Arraes, que teve um comportamento retilíneo com o petista em toda a sua trajetória, Marília, caso seja eleita, entra também na cota dos futuros chefes de Estado alinhados ao Planalto numa eventual retomada do poder pelo PT.

A chapa do petismo – Pelas pesquisas, Lula já fez também a leitura da livre manifestação do eleitorado petista no Estado, que está cravando nas urnas a chapa Lula presidente, Marília governadora e Teresa Leitão senadora. Basta só olhar como Marília se manteve intacta na liderança de todos os levantamentos, enquanto Teresa viu os ventos da vitória soprarem em sua direção sem nenhuma reação do seu candidato a governador.

Institutos caças níqueis – É bom o eleitor ficar atento ao que virá pela frente, ao longo da última semana da campanha, que começa na próxima segunda-feira, à manipulação das pesquisas de intenção de voto para governador em Pernambuco. Nunca se viu aparecer tantos institutos, verdadeiros caça níqueis, para tentar confundir o eleitorado, principalmente o segmento mais alienado do processo político, que se deixa levar pela falsa pesquisa, as fakes news do sobe e desce dos candidatos.

Medo de assombração – O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder em todas as pesquisas eleitorais, confirmou, ontem, que não participará, hoje, do debate promovido pelo SBT. Segundo o petista, sua ausência se dará por conta de compromissos que já haviam sido agendados antes da data final do debate ser anunciada. Na verdade, ele já se acha eleito e também está fugindo das perguntas constrangedoras sobre a roubalheira na era petista.

Ato com dois candidatos – Enquanto Lula dá um não a Danilo, Bolsonaro volta mais uma vez a Pernambuco nesta reta final de campanha para prestigiar seus candidatos Anderson Ferreira (PL), ao Governo do Estado, e Gilson Machado, ao Senado. Estará em Petrolina, na próxima sexta-feira, participando de uma motociata em direção a Juazeiro, já na Bahia, sobre a famosa ponte Juazeiro-Petrolina. Prestigia, ao mesmo tempo, João Roma, candidato bolsonarista ao Governo baiano.

CURTAS

QUAL DOS DOIS? – De Ciro Gomes, candidato do PDT ao Planalto, ontem, em suas redes sociais: “Precisamos combater a corrupção. Não podemos deixar que o povo pense que ser corrupto vale a pena, que a impunidade é o prêmio para os ladrões da política, como infelizmente está acontecendo. Hoje estamos vendo Lula e Bolsonaro disputando qual dos dois é mais corrupto”.

MUTIRÃO CULTURAL – Marília Arraes prometeu, ontem, fazer um mutirão para ensinar as pessoas que estão na idade de aprender a ler e escrever. “Vamos fazer como na época de Miguel Arraes, Abelardo da Hora, Ariano Suassuna e Francisco Brennand”, afirmou.

Perguntar não ofende: João Campos vai participar do último ato de campanha de Danilo ou de Márcio França em São Paulo?

Fonte:Blog do Magno Martins.

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