O surgimento da democracia em Atenas, fez com que surgisse os sofistas. Mestres da retórica, eles perceberam que o sucesso da vida pública era inerente a capacidade da argumentação. Mesmo assim, alguns afirmam que o declínio da democracia ateniense se deu por causa do relativismo dos mesmos.
No mundo atual, muito se tem falado da importância da moralidade para com os que exercem algum cargo público. Na antiga Grécia, o tema era algo pouco explorado, para eles era impossível se pensar na atividade pública sem ter uma vida ilibada. No que tange aos romanos, o candidato era alguém que se vestia de branco, caminhando pelas ruas demonstrando sinal de pureza. A separação entre os valores morais e a apolítica tem seu nascedouro no campo da teoria política, pelas mãos de Maquiavel. Não que o florentino defendesse tamanha insanidade, mas alertou que na política, infelizmente, lidar com questões morais se torna algo quase que impossível. A política deve ser entendida como funciona e não como deveria funcionar.
Estamos vivendo o ápice das fake newes. Na verdade, sem querer americanizar, o que existe é a prática da mentira. Notícias mentirosas é o que não falta na política nacional. Há grupos que são especialistas na fabricação de mentiras. Engana-se quem acredita que é algo recente. Lembremos da morte de João Pessoa que foi usada pelos idealizadores da revolução da década de 30. O caso Ibsen Pinheiro. Estragaram a vida pública do deputado gaúcho. Anos depois se descobre que a notícia publicada em uma revista de grande circulação não era verdadeira. Aqui em Pernambuco, o famoso panfleto apócrifo envolvendo o ex-senador Marcos Freire que só em pensar, causa repúdio aos que acreditam no poder transformador da boa política.
Estamos na famosa era digital, onde as redes sócias estão ocupando uma parcela significativa como força motriz da “informação”. Muitas das notícias ganham proporção imensuráveis, principalmente às inverídicas. Não são poucas as pessoas que acreditam e as que sentem prazer em fomentar uma rede de intrigas.
P. S. Este artigo é um resumo da palestra proferida na FBV.
Olinda, 23 de setembro de 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.
Fonte: Blog do Elielson.
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