Apesar de existir uma comparação entre o que foi oferecido pelo governo de Eduardo Campos (PSB) para socorrer os municípios e o que a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou, os prefeitos negam que exista qualquer intenção política no ato desta segunda-feira. De acordo com o Presidente da Amupe, José Patriota (PSB), a mobilização é suprapartidária e tem a única finalidade de tentar fortalecer os municípios do Nordeste que estão sendo castigados pela seca. Contudo, a grande reivindicação dos gestores é tentar fazer com que o Governo Federal “imite” o Governo Estadual, ou seja, que libera verba para o socorro emergencial com menos burocracia.
O prefeito de Iguaraci, Francisco Monteiro (PTC), ressaltou que a criação de um fundo emergencial seria uma forma eficiente de ajudar as cidades. “Não tem nada desse negócio de política, o que a gente tem é seca mesmo e fome e miséria. Mas a gente gostaria que o Governo Federal fizesse como fez o Governo do Estado: criasse uma frente de emergência para socorrer as necessidades de agora, porque a construção de barragens e poços são importantes, mas terão efeito para as próximas secas e não neste momento”, desabafou.
Segundo Monteiro, a cidade do Sertão do Pajeú está em situação de calamidade, já que 90% da sua economia é baseada na agricultura de subsistência e as lavouras do ano passado se perderam, e, este ano, os agricultores não chegaram nem a plantar por conta da estiagem prolongada. “Estamos numa situação difícil, a mão de obra está migrando para o litoral e quem fica está passando fome ou vivendo dos programas sociais”, revelou o prefeito.
A seca está tão severa que extrapolou as barreiras do Sertão e atingiu o Agreste e a Zona da Mata de Pernambuco. Foi o que revelou a prefeita de Jupi, Celina Brito (PDT). Segundo ela, os municípios localizados no Agreste não estão acostumados a lidar com a seca como os sertanejos e, por isso, o sofrimento tem sido muito grande. “Os animais estão morrendo de sede e de fome, os caminhões pipa são muito caros para a prefeitura e nem a mandioca para fazer as casas de farinha funcionar nós temos mais. Precisamos de um suporte mais acentuado em níveis Estadual e Federal para amenizar a situação”, apelou a gestora.
O prefeito do município de Cortês, da Mata Sul, José Genival dos Santos (PSB), também reclama dos efeitos da seca. “Aqui nosso maior prejuízo foi com relação ao plantio da cana e que acabou prejudicando as usinas e gerando desemprego”, destacou. Segundo o gestor, uma solução para ajudar, especialmente os pequenos cultivadores de cana, é o refinanciamento de dívidas e crédito para que eles possam voltar a plantar.
Fonte :Folha de PE.
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