Ainda na eleição de 2020 para a prefeitura do Recife, o PSB e o PDT caminharam juntos. Tanto que hoje a vice-prefeita, Isabella de Roldão, é da legenda. Agora, com 2022 batendo à porta, o PDT e principalmente Ciro Gomes passam a olhar meio que com desconfiança para o PSB. O motivo é simples: O presidenciável esperava que o PSB lhe desse em 2022 um palanque, e o partido do governador Paulo Câmara e do prefeito João Campos já vinha dando sinais de que provavelmente não caminharia por aí. E não foi com a decisão que devolveu a Lula os direitos políticos. O PSB já conversava antes com Luciano Huck para trazê-lo para a legenda para disputar o comando do executivo do país. Poucos dias depois de se eleger prefeito, em uma entrevista, João Campos disse que o PSB não fechou questão com Ciro e disse apenas que estaria aberto ao diálogo com todos os nomes progressistas.
Agora a coisa engrossou mais ainda. Com a possibilidade de Lula ser candidato e diante uma forte polarização entre Bolsonaro e Lula em 2022, ao PSB cabe apenas apoiar um dos dois nomes. Pelo histórico do partido e principalmente pela forte popularidade de Lula no estado, é certo que o PSB vá tentar novamente a aliança com o PT, justamente agora em um momento que Marília Arraes está prestes a sair da legenda após um processo interno. Fontes ligados ao partidos dos trabalhadores dizem que a situação da parlamentar dentro da legenda é bastante complicada.
Diante disso, a ainda petista poderia unir o útil ao agradável. Caso aceite o convite de Ciro e de Lupi para ingressar na legenda, Marília pode encampar um projeto de candidatura ao Palácio do Campo das Princesas em uma legenda que vai lhe cair como uma luva: Sem o peso do PT e sem a marca do bolsonarismo. Marília teria então tempo, legenda e discurso para tentar forçar um segundo turno e provocar um segundo turno na disputa pelo governo do estado e tentar garantir que a segunda vaga seja dela (algo igual ao que aconteceu no Recife). E aí, no segundo turno, unir toda oposição ao PSB em torno de seu nome. Em troca, sua ida ao PDT custaria a Marília dar um palanque aqui em Pernambuco ao presidenciável Ciro Gomes.
Ainda segundo informações publicadas na mídia e de bastidores a reunião já aconteceu entre Marília e Ciro Gomes. E não só com ela: O cearense já avisou inclusive a ala do PSB que se não receber apoio do PSB para sua candidatura à presidência pode sim avalizar uma candidatura da petista ao governo do estado e tentar atrapalhar a vida do candidato da legenda no estado, no caso, Geraldo Júlio.
Contra - Caso se confirme mesmo a saída de Marília Arraes do PT e também sua ida para o PDT, dificilmente a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão ficará na legenda. A pedetista está alinhadíssima com o prefeito João Campos e não será a favor que sua legenda abrigue uma adversária igual Marília.
Defesa - Não foi a primeira vez que Ciro Gomes acusou o PT de tentar minar Marília. Em 2018, o pedetista defendeu Marília na época em que a mesma teve sua candidatura ao governo do estado rifada. No entanto, quando o PT lançou Marília, Ciro pensou novamente em seu projeto e fez campanha abertamente para João Campos. Agora, tenta fazer o jogo inverso.
Bom - O plano Lula na disputa pela presidência pode atrapalhar de vez o projeto político da oposição no estado. O caso é que embora o ex-presidente não tenha a maioria do eleitorado na região metropolitana, é bastante querido no interior, onde levantar qualquer ofensa contra o seu nome é fatal. Bolsonaro teve e ainda tem a chance de reverter isso mas não dá a menor demonstração em querer.
Os dois principais nomes que são colocados para o governo do estado pela oposição: Miguel Coelho e Anderson Ferreira precisariam rever totalmente o modo de fazer política no estado.
Silvinho Silva, editor do Blog
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Fonte: Blog do Silvinho.

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