sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Congresso se curva a Maciel

 

Na reta final dos preparativos para o lançamento da biografia de Marco Maciel, de minha autoria, marcado para a próxima quinta-feira, na Academia de Letras, no Rio de Janeiro, tenho constatado como é sólida no campo da ética e dos princípios morais a imagem do personagem.

Não há um só político em Brasília – e jornalista também – que não se emocione ao receber o convite. Com carreira incipiente da vida pública, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi o único congressista que teve direito a um exemplar em primeira. Recebeu das minhas mãos, na companhia do senador pernambucano Fernando Duere (MDB).

Pegou o livro, arregalou os olhos sobre a capa, com a foto de Marco Maciel, e disse: “Um homem de bem. Conheço muito pouco da sua trajetória. Vou ler com muito carinho e atenção”, disse, para em seguida ouvir algumas histórias sobre o comportamento do biografado em alguns episódios na vida nacional, contadas por mim e por Duere.

Considerado um dos parlamentares mais preparados e respeitados no Congresso, o deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR), que reassumiu o mandato com a cassação de Deltan Dallagnol, encheu os olhos de lágrimas ao saber do livro. Quando Maciel era vice-presidente da República, às quintas-feiras, no Palácio Jaburu, residência oficial do vice, Hauly era presença garantida nas missas semanais.

“O dia mais feliz de Marco foi quando reunimos aqui no Congresso mais de 200 bispos numa sessão em homenagem à Igreja”, relembra Hauly, que também era, como Maciel, católico fervoroso, com vocação sacerdotal. No livro, Anna Maciel, viúva de Marco, diz que se ele não tivesse ingressado na política certamente teria sido padre. O acadêmico Marcos Vilaça, em discurso de saudação à chegada de Marco Maciel na ABL, o tratou de “Cardeal Maciel”.

Hauly tem 72 anos e nasceu em Cambé, no norte do Paraná. É professor, profissional de educação física, economista e político. Foi vereador e prefeito da cidade, que fica a 400 quilômetros de Curitiba. Está no oitavo mandato como deputado federal. A primeira vez que ocupou uma cadeira no Congresso foi em 1991. No Paraná, foi secretário de Fazenda por duas vezes.

Ainda que sem mandato, Hauly não se distanciou das articulações no Congresso Nacional e esteve diversas vezes no Legislativo em debates sobre a reforma tributária. Em 2019, foi idealizador da proposta que defende a aprovação da reforma tributária.

Uma sala nas comissões – Marco Maciel vai ganhar uma sala com o seu nome no corredor das comissões temáticas do Senado. A iniciativa foi do senador Fernando Duere, que acertou, ontem, com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, os detalhes para a cerimônia. O espaço Marco Maciel se viabiliza depois de dois anos de sua morte e se dá por proposição de Duere, aprovada por unanimidade pelos 81 senadores.

Alex na cota pessoal – O ministro da Pesca, André de Paula, presidente estadual do PSD, passou a ocupar espaço no Governo Raquel Lyra (PSDB), com a nomeação da filha Cacau de Paula na Secretaria de Cultura, substituindo Silvério Pessoa, que caiu às vésperas do Festival de Inverno de Garanhuns, o FIG. Cacau pediu demissão do cargo ontem ao prefeito João Campos (PSB). Inicialmente, se especulou que o futuro presidente da Compesa, Alex Campos, também teria sido apadrinhado por André, mas não é verdade. Alex tem uma relação antiga com Raquel, que o escolheu dentro da sua cota pessoal.

O caso do juiz – Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, afirmou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que, se algum juiz chegasse a dar ordem de prisão ao hacker, o próprio mandatário determinaria a prisão do magistrado. Além disso, Bolsonaro teria dito que ofereceria um indulto presidencial ao hacker, caso ele fosse pego em plano para invadir as urnas eletrônicas.

Ordem de Bolsonaro – O hacker Walter Delgatti Neto também atribuiu o comando de uma série de atos antidemocráticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A sequência de menções a Bolsonaro se deu aos questionamentos do deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ). O parlamentar perguntou a Delgatti quem teria pedido para invadir sistemas digitais do Conselho Nacional de Justiça. Delgatti afirmou que a ordem veio da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e de Jair Bolsonaro.

Na prisão – A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1, afirmou, ontem, que já existem “fortes condições” de pedir o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao fim do colegiado, o que pode levar à prisão dele. A declaração foi dada após a primeira etapa da oitiva de Walter Delgatti Neto, o hacker da “Vaza Jato”. Em seu depoimento, Delgatti fez uma série de acusações contra Bolsonaro e apontou o ex-presidente como mandante de diversos atos ilícitos.

CURTAS

SURPRESA – A maior surpresa de ontem em Brasília foi o destino do deputado Sílvio Costa Filho na Esplanada dos Ministérios. Nos últimos 40 dias, seu nome era dado como certo para a pasta de Esporte. Acabou em Portos e Aeroportos, no lugar de Márcio França, que deve ser remanejado.

DE VOLTA – Com a confirmação de Silvio Filho no primeiro escalão de Lula, quem assume o seu mandato na Câmara dos Deputados é o bispo Ossesio Silva, que volta à Casa, desta feita na condição de suplente.

Perguntar não ofende: Por que Raquel esconde que vai privatizar a Compesa?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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