“Como é perigoso libertar um povo que prefere a escravidão”. (Maquiavel)
Quem nasceu no século passado, cresceu ouvindo que o Brasil seria o país do futuro. A grande pergunta é: qual futuro nos espera? Se aqueles que fizeram o prognóstico estiverem certos, desejo que quando o futuro chegar eu não esteja mais aqui. Prefiro está ao lado do Espírito Absoluto. Pois se o futuro encontra-se aqui, coitado de nós.
Vivemos em um país onde a desigualdade social é cada vez mais acendrada, onde só os abastados conseguem se sobressair, até mesmo quando não possuem capacidade para tal feito. O sobrenome no Brasil, não rara às vezes, tem mais valor que a competência do indivíduo.
Sem querer generalizar, vivemos aos moldes de um Admirável Mundo Novo, onde as questões axiológicas se tornam cada vez mais irrelevantes. A prioridade aqui é o imediatismo da felicidade, mesmo que custe a falta de consciência crítica e de reconhecer qual o seu papel na história.
Parte da juventude é alheia às questões nacionais e internacionais, preferem o lazer alienado promovido pela indústria cultural, tendo como alvo o acúmulo do patrimônio em cima de um povo que se quer sabe diferenciar quem realmente luta pelos seus direitos, ou traveste-se de branco pregando a paz, mas quando fala, destila veneno.
Em um país onde a ciência não é respeitada, mas a mediocridade é ovacionada, não pode ser entendido como o país do futuro. A não ser que o futuro seja um retorno aos tempos medievais, ou até mesmo ao tempo onde discordar era ser materialista, onde o rótulo era colocado naqueles que se quer tiveram acesso a uma obra do filósofo alemão, mas foram estigmatizados como asseclas, por não corroborarem com um estado em que predominava a barbárie e que em alguns momentos tenta renascer com o comportamento tácito daqueles que deveriam repudiar.
Hely Ferreira é cientista político.
Fonte : Blog da Folha de PE.
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