Salário mínimo ideal para não comprometer o orçamento do trabalhador seria de R$ 5.289,53
BRENO SANTOS /FOTOARENA/FOLHAPRESS - 20.11.2020O salário mínimo de R$ 1.087,84 para 2021, anunciado pelo governo federal, ampliará a diferença do piso real – que está em vigência atualmente – do necessário, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O novo piso consta na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), enviada ao Congresso Nacional no dia 15 de dezembro, e prevê alta de R$ 42,84 (4,02%) sobre o atual valor de R$ 1.045.
Apesar de a correção anual, o valor ainda é bem inferior ao necessário para a maioria da população se manter.
Levantamento feito pelo Dieese aponta que para sustentar uma família de quatro pessoas seria necessário um salário mínimo de R$ 5.289,53.
Para chegar ao piso salarial ideal, o Dieese considera a cesta básica mais cara de 17 capitais e as necessidades básicas do trabalhador e de sua família, conforma estabelece a Constituição Federal:
• Alimentação;
• Educação;
• Higiene;
• Lazer;
• Moradia;
• Previdência Social;
• Saúde;
• Transporte; e
• Vestuário;
Desde o ano passado, o piso nacional passou a ser corrigido apenas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a fim de preservação do poder de compra do mínimo. A decisão, no entanto, não traz ganho real à remuneração dos profissionais.
Para Augusto Junior, a camada mais pobre da sociedade que com um salário mínimo vem sendo profundamente impactada com a alta da inflação nos alimentos.
O economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE, lembra que o percentual considerado para reajustar o salário mínimo é a correção da inflação passada.
Ou seja, é exatamente o que a inflação corroeu dos salários que volta para manter o poder aquisitivo.
Braz afirma que os desafios no orçamento das famílias devem ser mantidos em 2021 por causa da inflação dos alimentos, que deve continuar alta.
“O aumento de preço pode ser menor, mas ainda haverá uma elevação e afetará muito as famílias que ganham o salário mínimo e, principalmente aquelas que perderam o emprego durante a pandemia do novo coronavírus.”, diz o economista.
Fonte: Márcia Rodrigues, do R7.
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