quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Mulher ativa e laranja

Mulher ativa e laranja 

Virou moda prefeito eleito montar equipe reservando 50% das vagas para mulheres. No Recife, com João Campos (PSB), que toma posse amanhã num ato sem calor humano devido à pandemia do coronavírus, virou até promessa de campanha e, como tal, cumprida. Mas tem  prefeita de saia distinguindo também o então chamado sexo frágil. É o caso de Rorró Maniçoba (PSB), de Floresta, que volta ao poder para o terceiro mandato.

Há muito, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, presença de mulher na vida pública ainda é matéria de natureza cara e rara. Elas têm sido, historicamente, sub-representadas nas sociedades ocidentais em comparação com os homens. Muitas, no entanto, foram eleitas politicamente para ser chefes de Estado e de Governo. Exemplos de proeminentes líderes de potências mundiais do sexo feminino podem ser Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra do Reino Unido; Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil; Indira Gandhi, ex-primeira-ministra da Índia; Golda Meir, ex-primeira-ministra de Israel; Angela Merkel, chanceler da Alemanha; Jiang Qing, ex-primeira-dama da China; Jacinda Ardern, primeira- ministra da Nova Zelândia e Eva Perón, ex-primeira-dama da Argentina, dentre outras. 

Durante grande parte da História do Brasil República, as mulheres foram excluídas de qualquer participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como, por exemplo, votar e ser votada. Somente em 1932, durante o Governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito de voto e puderam se candidatar a cargos políticos.

Avançamos, é verdade, mas de forma lenta, embora gradual. Isso tem sido um grande entrave para os partidos políticos em geral a cada eleição. Provavelmente por falta de estímulos ou interesse mesmo, ainda é minúsculo o número de saias na vida pública. As últimas eleições municipais estão recheadas de improvisos e casos escabrosos de mulheres que se submeteram a algum  capricho ou vantagens para preencher a cota obrigatória de 30% para mulheres nas chapas proporcionais. Tem casos em que muitas foram usadas como laranjas, com zero voto para vereadora, ou seja, não votaram nelas próprias, o que configura um escândalo.

O Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina, ocupando o terceiro lugar na América Latina em menor representação parlamentar de mulheres. No ranking, a nossa taxa é de aproximadamente 10 pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940. Isso indica que, além de estarmos atrás de muitos países em relação à representatividade feminina, poucos avanços têm se apresentado nas últimas décadas.

Esse cenário se observa em todas as esferas do poder do Estado. Desde as câmaras dos vereadores até o Senado Federal, essa taxa de representatividade ainda permanece muito baixa, mesmo em um cenário no qual 51% dos eleitores são mulheres.

Na lista dos mais influentes – A deputada federal Marília Arraes (PT) foi uma das parlamentares de Pernambuco mais atuantes da Câmara dos Deputados ao longo de 2020. Única mulher representando o estado na atual legislatura, Marília já apresentou 409 proposições legislativas desde que assumiu o mandato de deputada federal, sendo 209 projetos de lei só neste último ano. A parlamentar também destinou mais de R$ 23 milhões em emendas parlamentares (individuais e de bancada) para Pernambuco ao longo dos últimos 12 meses.  

Corrupto do ano – O presidente Jair Bolsonaro foi escolhido a ‘pessoa corrupta do ano’ pelo Organized Crime and Corruption Reporting Project (Projeto de Reportagem de Crime Organizado e Corrupção), um dos maiores consórcios de jornalistas investigativos do mundo. A escolha foi anunciada na manhã desta quarta, 30, e destaca o papel de Bolsonaro ‘em promover o crime organizado e a corrupção’. “Eleito na esteira da Operação Lava Jato como um candidato anticorrupção, Bolsonaro se rodeou de figuras corruptas, usou propaganda para promover sua agenda populista, minou o sistema de justiça e travou uma destrutiva guerra contra a região da Amazônia, que enriqueceu alguns dos piores donos de terra do País”, escreveu a organização em nota.

Floresta – A prefeita eleita de Floresta, Rorró Maniçoba (PSB), divulgou, ontem, alguns nomes que irão compor o seu time de secretariado. Entre os escolhidos estão Janaína Correia, secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho, João Ernesto Neto, secretário de Finanças, Jucilene Menezes, secretária de Políticas da Mulher, e Adelmo Nunes, secretário de Obras, Planejamento e Serviços Públicos.

Virou a casaca – O vereador do Recife Rinaldo Júnior, que estava sem partido, decidiu pular o muro da oposição para a base governista, ingressando no PSB. O anúncio foi feito na última segunda-feira, durante sessão plenária na Câmara dos Vereadores. "São vários os motivos que nos levam a buscar uma nova legenda onde nossa trajetória política coincida com os ideais e as posições políticas que enxergamos como melhores para construção de uma sociedade mais justa, com menos desigualdade social e melhor para o povo do Recife", disse Rinaldo em seu discurso.

CURTAS

ASFALTO – O vereador Joselito Nogueira, do município de Belém do São Francisco, faz um apelo, junto à população da cidade, para que o Governo Estadual autorize a conclusão do asfaltamento da PE 460, que liga Salgueiro à Belém do São Francisco, via o distrito de Riacho Pequeno. A situação da PE 460 é de extrema necessidade de asfaltamento. Sabe-se que são muitas dificuldades de uma região pobre, há muitas carências a suprir, e as duas cidades se beneficiariam da obra.

PLANO DIRETOR – O novo Plano Diretor do Recife, conjunto de regras para regular aspectos estruturais, econômicos, sustentáveis e sociais da cidade nos próximos 10 anos, foi sancionado pela prefeitura e publicado na edição de ontem do Diário Oficial do Município. O documento foi aprovado com dois anos de atraso pelos vereadores, em meio a polêmicas por ter sido enviado após o prazo regimental e por mudanças nas Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), áreas em que moram pessoas de baixa renda, carentes de infraestrutura básica e passíveis de urbanização e construção de habitação de interesse social.

Perguntar não ofende: será que João vai seguir o exemplo de Geraldo e investir no Cabo?


Fonte: Blog do Magno Martins.


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