quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Gestão desastrosa em Arcoverde

 

Quando um gestor, seja presidente, governador ou prefeito, chega ao final do seu primeiro mandato em baixa, com altos índices de rejeição, as chances de a reeleição dar em água são elevadas. Em Arcoverde, município que este blog trouxe ontem uma pesquisa exclusiva do Opinião, com Zeca Cavalcanti (Podemos) na liderança, o prefeito Wellington Maciel (MDB) amarga altíssimo índice de rejeição.

Sua gestão só tem 10,5% de avaliação positiva, resultado da soma dos 2% de ótima com 8,5% de boa. Já a negativa, 64,5%, representa a soma de 50% de péssima com 14,5% de ruim. Quando a pergunta é direta, se o eleitor aprova ou desaprova, o cenário é bem pior para o prefeito: 72,2% reprovam ante apenas 20,8% entre os que aprovam, enquanto 7% não souberam responder.

Ao final do seu terceiro ano, entrando para o quarto, que é o da campanha de reeleição, Wellington recebe uma ducha fria. A política é muito dinâmica, muda como o vento, mas pesam contra o prefeito o fator tempo, um discurso que convença a população de que seu governo é operoso, o que não bate com o sentimento do povo, e encontrar uma botija pela frente, para tirar o dinheiro do investimento em projetos que prometeu e não cumpriu.

Quando a população forma uma opinião sobre o modus operandi de um gestor é quase impossível reverter. O sentimento da população de Arcoverde é que, com Wellington, o município cresceu para baixo, feito rabo de cavalo, diferente do que se ouve em relação à passagem de Zeca Cavalcanti pelo poder municipal, em seus dois mandatos.

A ex-prefeita Madalena Brito, responsável pela eleição de Wellington, lá atrás, e que já se apresenta como pré-candidata, estando em segundo lugar na pesquisa, terá uma tremenda dificuldade de convencer a população de que errou na escolha do candidato, em 2020.

Só confessar arrependimento, manifestado quando ela anunciou que seria candidata, sábado passado, numa entrevista, não funciona, nem convence. A população de Arcoverde tem a exata compreensão de que Madalena tem culpa – e muita – pelo retrocesso que o município vive atualmente, em consequência da desastrosa gestão de Wellington.

Raquel rejeitada – Em Arcoverde, o Instituto Opinião avaliou também o sentimento da população quanto ao Governo Raquel Lyra. Sua avaliação negativa é superior à positiva. A tucana só tem 22% de aprovação ante 31% de reprovação. Em um ano de gestão, não levou uma obra sequer ao município. Aliás, nem todos os cargos do segundo e terceiro escalões foram preenchidos. Até hoje, a governadora não nomeou o coordenador da Ciretran.

Bolsa-Família salva Lula – Dos três níveis de poder, o único que tem mais aprovação do que reprovação é o federal. A gestão de Lula é aprovada por quase metade da população – 48%. Já o percentual dos que rejeitam é de 18%. Lula consegue surfar em cima apenas do Bolsa-Família, porque ali também seu governo não se fez presente em obras estruturadoras.

Só equipamentos – Na passagem ontem por Afogados da Ingazeira, a governadora Raquel Lyra não inaugurou nenhuma obra, até porque não existe nada com o DNA do seu governo. Mas fez algo positivo: estruturou o hospital regional com um tomógrafo e equipamentos de ultrassonografia, investimentos da ordem de R$ 1,7 milhão. Com isso, 500 exames poderão ser feitos por mês, num universo de 180 mil habitantes que dependem da X Gerência Regional de Saúde. Também vistoriou as obras de 10 leitos de UTI, com previsão de entrega no primeiro semestre do próximo ano.

Baixaria no parlamento – O nível do Congresso rasteja. Ontem, o deputado Washington Quaquá (PT-RJ) deu um tapa no rosto do também deputado Messias Donato (Republicanos-SE) no plenário da Câmara. A discussão se deu durante a promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estavam presentes, mas fizeram de conta que não viram.

Calote à vista – Donos de hospitais particulares que prestam serviços ao Estado, via Sassepe, já foram informados que a governadora Raquel Lyra (PSDB) não vai assinar o projeto acordado com a Assembleia e aprovado na semana passada, que obriga a gestora a pagar repasses atrasados da ordem de R$ 30 milhões até o final do ano e mais R$ 150 milhões, também objeto de uma renegociação, no exercício do próximo ano.

CURTAS

O VALENTÃO – Do deputado valentão Washington Quaquá: “Dei um, dou dois e dou três, não tem problema nenhum. Se me agredir, eu os agrido. Estão acostumados a quererem dar uma de machão e bater nos outros, os bolsonaristas, comigo a porrada canta. Então, dei-lhe um tapa na cara e muito bem dado”.

REFLEXO DO NACIONAL – Se o PT indicar o vice de João Campos na disputa pela reeleição ano que vem, o que parece fora de cogitação, isso não se dará pela conjuntura local, mas nacional, consequência dos demais arranjos que serão feitos nas amplas alianças do PSB com o PT pelas capitais.

Perguntar não ofende: Wellington tem salvação em Arcoverde?

Fonte : Blog do Magno Martins.

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