Quando um gestor, seja presidente, governador ou prefeito, chega ao final do seu primeiro mandato em baixa, com altos índices de rejeição, as chances de a reeleição dar em água são elevadas. Em Arcoverde, município que este blog trouxe ontem uma pesquisa exclusiva do Opinião, com Zeca Cavalcanti (Podemos) na liderança, o prefeito Wellington Maciel (MDB) amarga altíssimo índice de rejeição.
Sua gestão só tem 10,5% de avaliação positiva, resultado da soma dos 2% de ótima com 8,5% de boa. Já a negativa, 64,5%, representa a soma de 50% de péssima com 14,5% de ruim. Quando a pergunta é direta, se o eleitor aprova ou desaprova, o cenário é bem pior para o prefeito: 72,2% reprovam ante apenas 20,8% entre os que aprovam, enquanto 7% não souberam responder.
Ao final do seu terceiro ano, entrando para o quarto, que é o da campanha de reeleição, Wellington recebe uma ducha fria. A política é muito dinâmica, muda como o vento, mas pesam contra o prefeito o fator tempo, um discurso que convença a população de que seu governo é operoso, o que não bate com o sentimento do povo, e encontrar uma botija pela frente, para tirar o dinheiro do investimento em projetos que prometeu e não cumpriu.
Quando a população forma uma opinião sobre o modus operandi de um gestor é quase impossível reverter. O sentimento da população de Arcoverde é que, com Wellington, o município cresceu para baixo, feito rabo de cavalo, diferente do que se ouve em relação à passagem de Zeca Cavalcanti pelo poder municipal, em seus dois mandatos.
A ex-prefeita Madalena Brito, responsável pela eleição de Wellington, lá atrás, e que já se apresenta como pré-candidata, estando em segundo lugar na pesquisa, terá uma tremenda dificuldade de convencer a população de que errou na escolha do candidato, em 2020.
Só confessar arrependimento, manifestado quando ela anunciou que seria candidata, sábado passado, numa entrevista, não funciona, nem convence. A população de Arcoverde tem a exata compreensão de que Madalena tem culpa – e muita – pelo retrocesso que o município vive atualmente, em consequência da desastrosa gestão de Wellington.
Raquel rejeitada – Em Arcoverde, o Instituto Opinião avaliou também o sentimento da população quanto ao Governo Raquel Lyra. Sua avaliação negativa é superior à positiva. A tucana só tem 22% de aprovação ante 31% de reprovação. Em um ano de gestão, não levou uma obra sequer ao município. Aliás, nem todos os cargos do segundo e terceiro escalões foram preenchidos. Até hoje, a governadora não nomeou o coordenador da Ciretran.
Bolsa-Família salva Lula – Dos três níveis de poder, o único que tem mais aprovação do que reprovação é o federal. A gestão de Lula é aprovada por quase metade da população – 48%. Já o percentual dos que rejeitam é de 18%. Lula consegue surfar em cima apenas do Bolsa-Família, porque ali também seu governo não se fez presente em obras estruturadoras.
Só equipamentos – Na passagem ontem por Afogados da Ingazeira, a governadora Raquel Lyra não inaugurou nenhuma obra, até porque não existe nada com o DNA do seu governo. Mas fez algo positivo: estruturou o hospital regional com um tomógrafo e equipamentos de ultrassonografia, investimentos da ordem de R$ 1,7 milhão. Com isso, 500 exames poderão ser feitos por mês, num universo de 180 mil habitantes que dependem da X Gerência Regional de Saúde. Também vistoriou as obras de 10 leitos de UTI, com previsão de entrega no primeiro semestre do próximo ano.
Baixaria no parlamento – O nível do Congresso rasteja. Ontem, o deputado Washington Quaquá (PT-RJ) deu um tapa no rosto do também deputado Messias Donato (Republicanos-SE) no plenário da Câmara. A discussão se deu durante a promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estavam presentes, mas fizeram de conta que não viram.
Calote à vista – Donos de hospitais particulares que prestam serviços ao Estado, via Sassepe, já foram informados que a governadora Raquel Lyra (PSDB) não vai assinar o projeto acordado com a Assembleia e aprovado na semana passada, que obriga a gestora a pagar repasses atrasados da ordem de R$ 30 milhões até o final do ano e mais R$ 150 milhões, também objeto de uma renegociação, no exercício do próximo ano.
CURTAS
O VALENTÃO – Do deputado valentão Washington Quaquá: “Dei um, dou dois e dou três, não tem problema nenhum. Se me agredir, eu os agrido. Estão acostumados a quererem dar uma de machão e bater nos outros, os bolsonaristas, comigo a porrada canta. Então, dei-lhe um tapa na cara e muito bem dado”.
REFLEXO DO NACIONAL – Se o PT indicar o vice de João Campos na disputa pela reeleição ano que vem, o que parece fora de cogitação, isso não se dará pela conjuntura local, mas nacional, consequência dos demais arranjos que serão feitos nas amplas alianças do PSB com o PT pelas capitais.
Perguntar não ofende: Wellington tem salvação em Arcoverde?
Fonte : Blog do Magno Martins.
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