sábado, 8 de outubro de 2022

Câmara e Senado bolsonaristas

 

A Câmara dos Deputados será formada na próxima legislatura, em sua maioria, por deputados que compõem o Centrão ou são filiados a partidos de centro-direita. Dos 513 eleitos, 273 integram esse bloco político, enquanto o PT e os partidos da esquerda conseguiram 138 cadeiras.

Segundo levantamento do site Poder360, o PL elegeu 99 deputados em 2 de outubro de 2022. Com o resultado, a sigla do presidente Jair Bolsonaro (PL) passará a ter a maior bancada da Câmara a partir de 2023. É o maior número de eleitos por um partido na Casa Baixa desde 1998. Na sequência, aparece a federação PT/PV/PCdoB, com 80 congressistas e o União Brasil, com 59.

Mais da metade dos eleitos corresponde a deputados que conseguiram se reeleger. São 227 novos eleitos em 2022. Com esse resultado, a taxa de renovação da Câmara foi de 44,24% em 2022, a segunda menor desde 1998. Há quatro anos, esse percentual havia sido de 46,6%. Embora a taxa de renovação tenha sido menor, o número de deputados que se declaram negros eleitos em 2022 subiu para 135.

É uma alta de 26% em relação a 2018. A bancada feminina da Câmara também terá mais representantes a partir de 2023. Serão 91 deputadas na Casa Baixa, o equivalente a 18% das cadeiras. Em 2018, elas representavam 15% dos eleitos. Já no Senado, a maior bancada será do PL, que terá 13 representantes. Na sequência, está o União Brasil, com 12 senadores. MDB e PSD terão 10 senadores cada um.

Das 27 cadeiras disponíveis no Senado, só 5 serão ocupadas por senadores reeleitos. Ao todo, 13 congressistas tentaram renovar seus mandatos por mais 8 anos. O resultado do 1° turno mostrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu uma base robusta de apoiadores no Senado. Dos 27 eleitos, 14 são apoiados pelo chefe do Executivo, enquanto 8 são apoiados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Negritude – Entre os eleitos no Senado, seis são negros. Eles se juntarão aos 14 senadores em meio de mandato que se autodeclaram pretos ou pardos em 2018. Com isso, representarão 25% da Casa Alta a partir de 2023. Já a bancada feminina permanecerá a mesma em 2023. Serão 14 senadoras -10 em meio de mandato e quatro eleitas em 2022. Outras quatro congressistas da Casa terminarão seus mandatos em 2022.

Joice reprovada – Candidatos que se elegeram na onda bolsonarista de 2018 ou integraram o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e depois romperam com o chefe do Planalto não conseguiram se eleger. Deputada federal mais votada em São Paulo há quatro anos, com mais de 1 milhão de votos, a jornalista Joice Hasselmann (PSDB) obteve pouco mais de 13 mil votos e ficou longe da reeleição. O mesmo destino teve o deputado federal Alexandre Frota (PSDB), que passou dos mais de 155 mil votos em 2018 para 24 mil agora, insuficientes para a eleição como deputado estadual em São Paulo.

Mandetta dançou – Crítico do presidente Bolsonaro desde a pandemia, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) perdeu a disputa ao Senado por Mato Grosso do Sul para Tereza Cristina, ex-titular da Agricultura. Já o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que passou a fazer críticas públicas ao ex-chefe neste ano, fracassou na tentativa de se eleger deputado federal por São Paulo.

Empate na urna – Na pesquisa PoderData, realizada entre 3 a 5 de outubro, Lula (PT) e Bolsonaro (PL) empatam numericamente entre os eleitores que dão certeza de que vão sair de casa para votar no 2º turno. Neste público, o petista e o atual presidente marcam 47% dos votos, enquanto 5% votariam em branco ou nulo. Outros 2% não souberam responder. Lula, no entanto, se beneficia se a eleição incluir os que hoje estão incertos do próprio comparecimento nas urnas. No grupo dos que acham que podem votar, mas não têm certeza (5% do total de eleitores), o petista tem 64% das intenções de voto.

Frota só teve 24 mil votos – Eleito deputado federal pelo PSL em 2018 com mais de 155 mil votos, Alexandre Frota (PSDB) dessa vez recebeu 24.224 votos, insuficientes para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. Frota foi um dos primeiros parlamentares a deixar a base de Bolsonaro – ele foi expulso da sigla, da qual Bolsonaro fazia parte, em agosto de 2019, depois de criticar a gestão do presidente. Também criticou a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Em 2020, Frota chegou a fornecer à Polícia Federal informações obtidas pela CPMI das Fake News que ligariam Eduardo ao esquema.

CURTAS

PANDEMIA 1 – No primeiro turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu em 87% das cidades com mais mortes proporcionais causadas pela pandemia de Covid-19, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, ficou à frente em 13% delas, o que revela que a pandemia não foi fator influente.

PANDEMIA 2 – Com pouco mais de 160 mil habitantes, São Caetano do Sul (SP) registrou o maior índice de mortalidade dentro do recorte definido, com 707 óbitos por 100 mil habitantes. No município, Bolsonaro venceu com 57.617 dos votos (50,33%), enquanto Lula conquistou 38.172 (33,34%)

Perguntar não ofende: A baixaria na propaganda eleitoral de volta ontem vai mudar a cabeça do eleitor?

Fonte:Blog do Magno Martins.

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