domingo, 16 de maio de 2021

Em ato, Bolsonaro volta a falar em fraude nas eleições

 

UOL

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje (15) que "sem voto auditável" o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencerá as eleições de 2022 "pela fraude". Mais uma vez, Bolsonaro participou de um evento com aglomeração sem usar máscara e voltou a criticar as medidas de isolamento social para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

"Se tiraram da cadeia o maior canalha da história do Brasil, se para esse canalha foi dado o direito de concorrer, o que me parece é que, se não tivermos o voto auditável, esse canalha, pela fraude, ganha as eleições do ano que vem. Não podemos admitir um sistema eleitoral que é passivo de fraude", disse Bolsonaro.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o processo de voto eletrônico já passa por auditoria. O tribunal afirma que, desde 2002, quando a auditoria passou a ser feita em todos os estados, o processo nunca apontou falhas que pudessem alterar os resultados das eleições.

Milhares de apoiadores do presidente acompanharam o discurso, em frente ao carro de som, aglomerados e grande parte deles sem máscara de proteção contra a covid-19. Bolsonaro chegou ao ato montado em um cavalo junto a alguns ministros.

Pesquisa Datafolha divulgada esta semana mostrou que Lula lidera a corrida eleitoral de 2022. Em um possível segundo turno contra Bolsonaro, o ex-presidente tem 55% de intenção de voto, contra 32% do atual chefe do Executivo.

A fala de Bolsonaro ocorreu em um carro de som que integra uma manifestação de apoio ao presidente, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No veículo, estava escrito: "Faça o que for preciso, eu autorizo, presidente".

Em cima do carro de som, antes das principais falas ao microfone, Bolsonaro disse que o local estava muito cheio e uma bagunça. "Ou desce a metade desse povo ou eu desço."

Ministros sem máscara

Ministros do governo Bolsonaro também fizeram falas no carro de som — assim como o presidente, nenhum deles usava máscara de proteção contra a covid-19. Em mensagem breve, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, exaltou a importância do agronegócio.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, defendeu o trabalho do governo no desenvolvimento de rodovias e ferrovias que beneficiam os ruralistas. "O agro é o maior amigo do meio ambiente, essa é a verdade. As cidades é que poluem. O agro brasileiro é exemplo para todo o mundo", falou Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

O ministro do Turismo, Gilson Machado, tocou sanfona, como costuma fazer em lives e até em eventos com Bolsonaro, e também proferiu palavras de apoio ao governo. O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet eram outros presentes no carro de som.

Em determinado momento, os apoiadores de Bolsonaro gritaram "Renan, vagabundo", em referência ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, no Senado. Além do Hino Nacional e oração, o ato contou com uma música de um artista gaúcho.

Na canção, ele elogiou o governo e criticou o comunismo. Também declarou que a "desgraça do país é um tal de STF". Em resposta, o público se exaltou mais ainda em apoio a Bolsonaro.

Ao lado do músico, o presidente da República não fez menção para que parasse com as críticas ao Supremo. Em outro momento, enquanto Bolsonaro cumprimentava os apoiadores, o carro de som puxou o grito de "voto impresso auditável".

No ato, Bolsonaro defendeu a aprovação de projeto no Congresso que trata da obrigatoriedade de votos impressos, sem a extinção da urna eletrônica. O texto é de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e tem o apoio da bancada bolsonarista.

Em 2020, Bolsonaro disse haver provas de fraudes no primeiro turno das eleições de 2018, pleito em que se elegeu à Presidência. Mas, Bolsonaro nunca apresentou as supostas provas.

Fonte: Blog do Magno Martins.

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