segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Desafio de João e Marília é buscar voto anti-PSB e anti-PT

Não à toa, o PSB, no 1º turno da eleição no Recife, poupou dois nomes: Marília Arraes e Mendonça Filho. O movimento dos socialistas se deu no sentido de evitar um 2º turno com a delegada Patrícia Domingos, que terminou com 112.296 votos (14,06%). Quem se encarregou de subir o tom na direção da candidata do Podemos foi o democrata, que acabou a disputa com 200.551 votos (25,11%), encostado na petista, mas fora do 2º turno. Tanto ele como a delegada integram o campo das Oposições e encarnavam o anti-PT e anti-PSB.

O desafio de João Campos e de Marília Arraes, ambos da esquerda, agora, será ir em busca, exatamente, desse voto anti-PT e anti-PSB. Algumas sinalizações já estão encaminhadas nos bastidores. Embora as pesquisas viessem sinalizando esse cenário entre os dois primos para um 2º turno, o percentual de Marília ficou acima da média histórica do PT, indo além do que os próprios socialistas colocavam na conta do que seria o volume de votos do chamado de "núcleo duro" dos petistas. Para efeito de comparação, em 2012, Humberto Costa teve 17,43%, ao final da disputa, quando Geraldo Julio elegeu-se, no 1º turno, com 51,15%. Em 2016, João Paulo, concorrendo pelo PT, teve 23,76% e Geraldo Julio, 49,34% no 1º turno, em eleição já marcada pelo antipetismo e pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Este ano, com 100% das urnas apuradas, João Campos obteve 233.028 votos (29,17%) e Marília Arraes 223.248 votos (27,95%). Nas coxias, socialistas admitem que essa foi e será uma disputa das mais duras para o partido nos últimos anos. E, desde já, sinalizam que a "invertida" que João deu na petista no debate, promovido pela TV Jornal, foi só uma amostra do jogo duro que se estabelecerá daqui em diante. Fazem referência à fala em que João disparou o seguinte: "É de causar estranheza uma candidata do PT falando de corrupção". Em reserva, um aliado de João Campos, à coluna, adianta: "Essa invertida vai ser muito maior, agora, porque ela (Marília) vai ser confrontada".  Marília, em entrevista recente, também avisou que, num 2º turno, a condução será outra. A conferir.

Bolsa de apostas
No PSB, há uma confiança predominante de que o eleitor de Mendonça Filho e da delegada Patrícia "prefere votar contra o PT". Essa conta já vinha sendo feita e tem a ver com a tese do PSB de "bater Marília nas urnas" já que o PT não retirou a candidatura dela.

Em casa > Socialistas não arrodeiam para admitir que o PSL estará ao lado do PSB no 2º turno, mas observam que a sigla "não tem tamanho". Presidente nacional do PSL, Luciano Bivar já havia jantado com Paulo Câmara ainda na pré-campanha e o vice-presidente nacional do PSL, Antonio Rueda, teve mais de uma conversa com lideranças do PSB, entre elas, Geraldo Julio.

Senha > À coluna, Carlos Andrade Lima, ainda antes de a totalização ser encerrada, avisou: "Eu não voto no PT". 

Radar > Na campanha de Marília Arraes, algumas conversas já foram iniciadas com vereadores e interlocutores do campo adversário. A petista tem relação boa com Priscila Krause e Daniel Coelho, ambas nutridas no parlamento.

Muro > À coluna, Túlio Gadêlha, rifado pelo PDT da corrida pela Prefeitura do Recife, informa que vai tomar posição no 2º turno.

Digo nada> Daniel Coelho diz que a decisão, agora, será do eleitor. E repete o mantra: "Quem tem tempo não tem pressa".

Fonte: Folha de PE.

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