Embora pareça pacificado ao público, o entendimento dentro do Partido Liberal (PL) quanto a um nome para disputar a Prefeitura do Recife em 2024 ainda está longe de acontecer. Em maio, o presidente estadual da legenda, Anderson Ferreira, divulgou à imprensa que a sigla caminhava para “marchar unida” em torno do nome do ex-ministro do Turismo de Jair Bolsonaro, Gilson Machado Neto, ex-candidato ao Senado em 2022.
O anúncio foi feito após meses de especulações e de declarações de nomes do partido que estariam dispostos a enfrentar nas urnas o prefeito João Campos, candidato do PSB à reeleição. Primeiro lugar no número de votos para deputado federal, André Ferreira, irmão de Anderson, foi um dos alçados à disputa, tendo recuado pouco tempo depois para dar espaço a Gilson, que saiu das urnas, em 2022, com 323.769 votos para senador no Recife, atrás apenas de Teresa Leitão, eleita senadora pelo PT.
O recuo de André, no entanto, não teria sido por mera boa vontade. Anderson sabe da boa aprovação da gestão de João Campos e não colocaria o irmão em uma situação na qual seriam grandes as chances de sair como “o grande derrotado”. Foi então que selou-se o acordo em torno do nome de Gilson Machado, uma medida que serviu, também, para amenizar o clima de tensão que se estabeleceu entre as duas lideranças durante a campanha de 2022.
Acontece que, nos bastidores, tem ganhado força uma corrente que defende a candidatura do deputado estadual Renato Antunes. Gilson, por sua vez, passaria a disputar uma vaga na Câmara de Vereadores do Recife, na figura do “puxador de votos”, uma saída para renovar o mandato de Fred Ferreira.
Oficialmente, o PL mantém Gilson Machado como pré-candidato. Mas daqui para as convenções ainda há muito chão a ser percorrido. E haja barro para tapar buracos.
CURTAS
Interlocutor – A escolha do PL por Renato Antunes seria, de certo modo, um caminho natural. De tom moderado, mas com forte inserção no meio cristão, Antunes ganhou notoriedade enquanto vereador do Recife pela atuação no setor educacional. Já como ocupante de uma cadeira na Assembleia Legislativa de Pernambuco, tem feito o papel de interlocutor entre o Legislativo e o Executivo.
Bolsonaro – Por sua vez, Gilson Machado conta com o capital político do bolsonarismo. E segundo uma recente pesquisa divulgada pelo Datafolha, um ano após o pleito de 2022, permanece forte o clima de polarização entre a base de apoio a Lula (PT) e o grupo de sustentação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). É com base nesse sentimento que Gilson pode conseguir se viabilizar como nome da direita em 2024.
A força do Sertão – Santa Maria da Boa Vista ocupa a 4ª colocação entre as cidades pernambucanas com o maior valor de produção agrícola em 2022, conforme o IBGE. A agricultura boavistana gerou um faturamento superior a R$ 322 milhões. No resultado geral, Pernambuco bateu recorde no valor da produção agrícola que superou R$ 7,4 bilhões em 2022. A cana-de-açúcar, uva, banana, manga e goiaba são responsáveis por 78,5% do total comercializado.
Camaragibe – A presidente estadual do Solidariedade, Marília Arraes, está de olho no fortalecimento da sigla em Camaragibe. A ex-deputada esteve reunida com o secretário de saúde local, Antônio Amato, discutindo os rumos do partido na cidade, que é uma das mais estratégicas para os planos do Solidariedade em 2024. O Solidariedade vai buscar consolidar sua presença em Pernambuco, pavimentando representatividade e força política em todas as regiões do estado, com o olhar em 2026.
O povo quer saber: o PL vai fritar Gilson?
Fonte: FalaPE.
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