José Carlos Mendonça, o Pinga, que morreu, ontem, no Recife, aos 83 anos, virou uma lenda do mundo do entretenimento no Brasil, com destaque na música. Só de shows de Roberto Carlos, de quem era amigo, produziu quase 300. Na fase áurea e dourada da sua trajetória, entre os anos 70 e 90, promoveu Maria Bethânia, Elba Ramalho, Fagner e tantos outros nomes da MPB, batendo a marca de 15 mil shows.
Pinga foi amigo também de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e de Chico Anysio, um dos maiores comediantes deste País. Nesta época, só o conhecia pela fama. Era notícia e fez a notícia ao lado de tantos astros da MPB. Vim conhecê-lo há três anos, já numa fase bem difícil da sua vida. Era fã de carteirinha do meu programa de rádio musical Sextou, que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, às sextas-feiras.
Foi mais do que um ouvinte e admirador. Transformou-se num grande parceiro, fazendo a minha ponte com artistas consagrados no País. Seu maior sonho era me levar até Roberto Carlos. Sonhava acordado em me ver frente a frente com o Rei da MPB, gravando um Sextou. Internado num hospital do Recife, bem debilitado, me passava mensagens parabenizando pelas entrevistas mais recentes com artistas.
A última que ouviu foi com Ricardo Braga, cover de Roberto Carlos, de quem era muito próximo. Na sexta-feira passada, me comunicou que havia recebido alta e que estava indo para casa. Fiquei de visitá-lo logo após o lançamento do meu livro sobre Marco Maciel, hoje em Brasília. E ao sair de uma reunião com o Cerimonial do Senado, ontem, já no final da manhã, recebo a triste notícia da sua morte.
Apesar da pouca convivência, Pinga virou mais que um amigo, um irmão. Estou muito triste com a sua partida. A morte não é a maior perda da vida. A maior perda é o que morre dentro de nós enquanto vivemos. Mário Quintana disse que a morte não melhora ninguém, mas meu amigo Pinga não precisava morrer para melhorar, porque já era bom, um homem de coração leve, de uma doçura incomparável, um ser que amou muito e foi amado por muita gente famosa da música.
Cazuza nos ensinou a não sofrer com despedida, porque quem parte não leva nem o sol, nem as trevas e quem fica não se esquece tudo que sonhou. Aprendi que é possível seguir em frente, não importa quanto pareça impossível, porque o tempo reduz o tamanho da dor. Mas sentirei muita falta e saudade do meu amigo, que dizia, a cada final de um Sextou: “Magno, você é sensacional. Que sextou lindo, você me deixou feliz”.
Grande parceiro – Pinga era tão louco pelo Sextou que vivia arranjando não apenas artistas para entrevistas, mas também emissoras de rádio no Nordeste para ampliar o alcance da Rede Nordeste de Rádio. Certo dia, ele me ligou de Propriá, sua terra natal em Sergipe, informando que havia conseguido duas emissoras naquele Estado para reproduzir as entrevistas com artistas. “E vou arranjar mais duas na Bahia”, dizia, entusiasmado.
Homenagem do Rei – José Carlos Mendonça construiu seu nome como fundador da Pinga Promoções Artísticas, empresa responsável pela promoção de mais de 15 mil eventos em todo o Brasil. Ficou tão amigo de Roberto Carlos, o Rei da Música Popular Brasileira, que chegou a ser homenageado em um show no Estádio do Geraldão no Recife, em de janeiro de 1997. Outra grande amiga foi Elba Ramalho, com a qual promoveu cerca de 500 shows pelo País.
PEC da vida – Em contraofensiva ao Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Magno Malta reapresentou uma proposta de emenda constitucional que proíbe o aborto desde o momento da concepção. A chamada “PEC da Vida” havia sido apresentada pelo senador em 2015. PEC nº 29/2015 chegou a receber parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. No entanto, nunca foi levada a plenário para votação e acabou arquivada no final de 2022 devido ao encerramento da legislatura.
Paciência, presidente! – O presidente Lula fará uma artroplastia total de quadril para corrigir uma artrose –desgaste que reveste as articulações. Depois do procedimento, o chefe do Executivo ficará por, no mínimo, três semanas em recuperação no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, de acordo com informações da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência). Em entrevista a jornalistas, Lula disse que, se possível, já queria voltar ao trabalho na segunda-feira depois da cirurgia. O presidente, no entanto, precisará ter muita paciência.
O medo real de Lula – O presidente Lula disse, ontem, ter medo de anestesia, mas garantiu que estava tranquilo quanto à cirurgia que realizará na próxima sexta-feira. O petista tem artrose no quadril, uma doença que desgasta a cartilagem das articulações e pode causar muita dor. A cirurgia consiste em trocar a articulação doente por uma prótese. “Querem saber a verdade? Eu tenho medo mesmo é de anestesia, porque vou ficar dormindo. Não gosto de perder o domínio da minha consciência. Mas os médicos disseram que a anestesia avançou muito e que hoje não é como no passado”, afirmou.
CURTAS
LANÇAMENTO 1 – Chegou, enfim, o grande dia: lanço hoje, no Salão Nobre do Senado, a partir das 18 horas, o livro O Estilo Marco Maciel. A noite de autógrafos vai se transformar numa bela homenagem ao biografado, que exerceu três mandatos na Casa Alta, 24 anos.
LANÇAMENTO 2 – Dos três senadores de Pernambuco, o único que estará no lançamento, hoje, será Fernando Dueire (MDB), que tem dado grande suporte em Brasília para o sucesso do evento, ao lado do seu chefe de gabinete, Aristeu Plácido Júnior. Humberto Costa e Teresa Leitão, ambos do PT, estão em viagem oficial ao exterior.
Perguntar não ofende: Janja vai reinar ou não como “presidenta” enquanto Lula estiver convalescendo?
Fonte: Blog do Magno Martins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário