sexta-feira, 31 de março de 2023

Michelle está fora

 

Na volta ao Brasil, ontem, o ex-presidente Bolsonaro quis dar um basta ao noticiário de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro poderia ser uma alternativa ao Palácio do Planalto em 2026, caso algum processo que responde após deixar o poder o deixe inelegível. “Ela não tem vivência para disputar um cargo no Executivo, deseja apenas colaborar na política”, afirmou, em entrevista ao sistema Jovem Pan.

“Todo mundo pode disputar um cargo eletivo desde que tenha idade, mas tem que ter algo a mais. Eu tive dificuldade para ser presidente mesmo com 28 anos de deputado federal, tem coisa que só descobri quando cheguei lá. É uma dedicação 24h por dia a semana toda. Então a Michelle está fora disso, ela não deseja”, acrescentou. Michelle desponta como um nome presidenciável em 26, ao lado de Tarcísio Freitas e Romeu Zema, respectivamente governador de São Paulo e Minas.

Recentemente, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou que Michelle seria uma opção caso o ex-presidente não disputasse a próxima eleição presidencial. A ex-primeira-dama hoje é presidente do PL Mulher. Bolsonaro chegou ao Brasil desembarcando no aeroporto de Brasília às 6h38, em voo comercial da companhia aérea Gol vindo de Orlando, na Flórida (Estados Unidos). O ex-chefe do Executivo não cumprimentou apoiadores que o aguardavam no saguão do aeroporto.

Seguiu direto para a sede do Partido Liberal, onde foi recebido pela própria Michelle e aliados do partido, como o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, o ex-ministro Braga Netto, seu vice na chapa na disputa pela reeleição, e o senador e filho mais velho, Flávio Bolsonaro. Em discurso na sede do PL, afirmou que a atual legislatura no Congresso está melhor que a anterior e por isso não vão permitir que o governo Lula faça “o que bem entender com o destino da nossa nação”. Bolsonaro também disse que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está “por pouco tempo no poder”.

Pés de barro – O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), foi o porta-voz do governo Lula para comentar o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao País. Segundo Padilha, a recepção montada por apoiadores de Bolsonaro “flopou”, termo comumente utilizado nas redes sociais para se referir a eventos frustrantes ou que não atingiram as expectativas. Padilha ainda chamou Bolsonaro de “líder com pés de barro” que “fugiu do País”. O ministro foi escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comentar o retorno do principal adversário político do governo.

Gilson disputa Recife – Tão logo saiu do ato na sede do PL, ontem, em Brasília, em comemoração ao seu regresso ao País, o ex-presidente Bolsonaro foi almoçar com alguns amigos, entre eles o ex-ministro Gilson Machado Neto. E ainda tratou de eleições municipais. Ao ex-chefe da Nação, Machado manifestou seu desejo de disputar a Prefeitura do Recife. Nas eleições para o Senado, ano passado, o ex-ministro não foi eleito, mas teve uma baita votação – 1,3 milhão de votos.

Custo do exílio voluntário – A decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de permanecer nos Estados Unidos após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva custou, até o dia 15 de março, R$ 529,2 mil aos cofres públicos. Esse foi o gasto com diárias para a equipe de apoio pessoal e segurança do ex-chefe do Executivo, que incluem custos de hospedagem e alimentação. Por lei, após deixar o cargo, ex-presidentes têm direito a um grupo de servidores para acompanhá-los, cujos gastos são custeados pela própria Presidência da República com recursos públicos.

Joias registradas – Nas primeiras horas em solo brasileiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu explicações sobre seu envolvimento na tentativa de liberar joias apreendidas pela Receita Federal sem pagar imposto. Em conversas na sede do PL e em entrevistas, Bolsonaro alegou que todos os presentes que recebeu foram registrados. O ex-presidente, contudo, não comentou as ações de ministérios ainda na sua gestão para retirar, sem pagar imposto, do cofre da Receita no aeroporto de Guarulhos uma caixa avaliada em R$ 16,5 milhões com joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita.

Reunião ministerial – O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tende a desmarcar a posse do novo comandante militar do Nordeste, Richard Fernandes Nunes, prevista para o próximo dia 10, no Recife. Tudo porque o presidente Lula agendou para a mesma data uma reunião com todos os seus 37 ministros, em Brasília. Pode não ser desta vez, portanto, que Múcio pise em solo do seu Estado pela primeira vez como ministro da pasta que agrega todas as forças armadas.

CURTAS

NORONHA – A revisão do plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) federal de Fernando de Noronha começa a ser discutida no próximo dia 5. A reavaliação do documento pode alterar normas ambientais na região onde está localizada a zona urbana da ilha, área destinada à moradia e ao comércio. Na ocasião, serão apresentadas a metodologia e o cronograma de trabalho, de acordo com a chefe do ICMBio em Noronha, Carla Guaitanele.

CARIMBADA – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, direto de Brasília, o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), disse que a proposta da governadora Raquel Lyra, de remanejar R$ 5 bilhões, já em discussão nas comissões temáticas da Casa, deve ser aprovada com folga pelo plenário. “Trata-se de uma verba já carimbada”, observou.

Perguntar não ofende: Qual vai ser a linha de defesa de Bolsonaro na Polícia Federal em relação às joias?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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