No campo da oposição, quando se trata de sucessão estadual, analistas e até institutos de opinião têm incluído apenas três nomes: os dos prefeitos Anderson Ferreira (Jaboatão), Raquel Lyra (Caruaru) e Miguel Coelho (Petrolina). Nenhum deles se insere no perfil bolsonarista nem faz questão do apoio da corrente, muito menos tem algum tipo de relação com o presidente Jair Bolsonaro, que terá palanque em todos os Estados.
No universo bolsonarista em Pernambuco, nem a deputada-pastora Clarissa Tércio, do PSC, nem o presidente estadual do PTB, Coronel Meira, goza da simpatia e da confiança do presidente da República. O nome da preferência de Bolsonaro é o do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, auxiliar do primeiro time que goza da confiança e tem, na verdade, não apenas relação de trabalho, mas sobretudo de amizade e pessoal. São amigos há mais de 20 anos, desde quando se conheceram no aeroporto de Brasília.
À espera do avião para Tocantins, Estado em que exerce a atividade de fazendeiro, Gilson lia notícias na sala de embarque quando o então deputado federal Jair Bolsonaro, rumo ao Rio, pediu o jornal emprestado. A partir dali, uma amizade foi selada, mais adiante Bolsonaro foi conhecer a fazenda de Gilson e este começou a usar suas duas rádios, uma em Gravatá e outra em Maragogi, em Alagoas, Estado que planta coco e tem um hotel, para defender o projeto presidencial do hoje chefe da Nação.
Na campanha de 2018, Gilson cruzou o País com Bolsonaro. Eleito, Bolsonaro fez Gilson presidente da Embratur. Conhecedor da área, o pernambucano deu conta do recado, fez muito mais do que se esperava. Em pouco tempo, virou ministro do Turismo e deixou seu sucessor na Embratur, Carlos Brito, o que revela sua força com o chefe. Afinal, são dois cargos extremamente visados pela base de apoio do Governo no Congresso e Gilson não tem mandato eletivo. Seu mandato é a confiança cega que o chefe tem nele.
Se Bolsonaro não lançou ainda o nome de Gilson para o Governo de Pernambuco é porque, naturalmente, o timing não é o ideal. As apostas em Brasília, entretanto, se dão na direção de que o candidato do bolsonarismo no Estado para entrar na briga da sucessão de Paulo Câmara atende pelo nome de Gilson Machado Neto. E aconselho os institutos de opinião a incluir o seu nome em todas as pesquisas a partir de agora.
Senado - Na entrevista exclusiva que deu a este editor do blog, há 30 dias, Bolsonaro chegou a falar no nome de Gilson Machado Neto para o Senado, quando provocado a comentar a possibilidade de oito ministros renunciarem em abril para disputar as eleições de 2022. Um bolsonarista convicto entendeu que naquela ocasião o presidente não se referiu ao Governo do Estado para não antecipar o processo de discussão do candidato da sua base partidária em Pernambuco. É bom observar que Gilson tem tido uma presença muito mais constante no Estado e entrado na mídia quando há tiroteio em defesa do presidente e do Governo.
Memorial Agamenon - Repercutiu intensamente a ideia da construção do Memorial Agamenon Magalhães, em Serra Talhada, lançada em discurso que fiz, sexta-feira passada, em agradecimento ao título de Cidadão Honorário, na Câmara de Vereadores. Em contato com o blog, a prefeita Márcia Conrado (PT) disse que vai elaborar o projeto, já abraçado em nível federal pelos deputados Sebastião Oliveira (Avante), Fernando Monteiro (PP) e Marília Arraes (PT). Em nome da família e na condição de neto, o ex-senador Armando Monteiro disse que recebeu a sugestão com muita emoção e que se depender da família todo o arquivo do estadista será doado ao Memorial.
Longe do PSB - Candidato a deputado estadual pelo PT, o ex-prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, não quer nem ouvir falar na hipótese de uma aliança do PT com o PSB nas eleições para governador. Defensor da tese de candidatura própria, vai insistir no nome de Marília Arraes. "Se o partido tem Lula disparado na preferência popular para presidente e Marília na mesma situação em Pernambuco, conforme todas as pesquisas, chegou a hora de pôr abaixo a supremacia do PSB no Estado", prega Duque.
Triunfo em alta - Embora junho e julho, período da estação mais fria em Triunfo já tenham passado, a cidade vive um agosto com a mesma intensidade no fluxo de turistas. No fim de semana que passei por lá, vi hotéis lotados, restaurantes e bares apinhados de visitantes, o que comprova que o pior da pandemia já passou, a vida está voltando ao seu curso natural e o turismo, fundamental para cidades com o perfil de Triunfo, retomou num ritmo promissor.
O verdadeiro forasteiro - Ao chamar o deputado federal Fernando Rodolfo de forasteiro, o também deputado federal e líder do PDT na Câmara, Wolney Queiroz, antecipou um processo natural da disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados em 22: a polarização na disputa pelo voto na briga do pleito proporcional entre ele e Rodolfo como verdadeiros representantes da terra. Quem, como Rodolfo, colocou R$ 20 milhões em emendas para Caruaru está longe de ser forasteiro. Wolney deveria ter apontado o dedo para Daniel Coelho, este sim não tem nada a ver com Caruaru, é o forasteiro importado por Mainha Raquel Lyra, como é conhecida a prefeita.
CURTAS
Jungmann ressuscitado - O ministro da Defesa e da Segurança Pública no Governo de Michel Temer, Raul Jungmann, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro determinou que jatos Gripen sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. A declaração foi dada em entrevista à revista Veja. Questionado sobre a demissão dos três comandantes das Forças Armadas, em março, Jungmann afirmou que a ordem sobre os jatos estava por trás das motivações.
Recessão em 22 - O ex-secretário de Política Econômica do governo de FHC, José Roberto Mendonça de Barros, não tem uma boa notícia aos brasileiros sobre o início de 2022. Ele prevê uma “pequena recessão” no período. Para todo o ano eleitoral, ele projeta crescimento de apenas 1,4%, enquanto a média das estimativas do mercado continua em 2,0%. “O cenário desenhado é de situação fiscal complicada, juros mais altos, inflação elevada, risco de apagão. Nada de revolução liberal”, afirmou.
Perguntar não ofende: O ministro Alexandre de Moraes, do STF, merece sofrer impeachment?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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