As eleições municipais do ano passado revelaram muitas surpresas, grande parte ruins, raras boas. Entre as mais frustrantes, a cassação de prefeitos. Só esta semana foram dois – Luiz Aroldo (PT), de Águas Belas, e Neto Barreto (PTB), de Joaquim Nabuco. Outros municípios, entre eles Arcoverde, porta de entrada do Sertão, e Pesqueira, no Agreste, aguardam o julgamento final do TSE quanto aos processos de cassação dos seus mandatários eleitos, com amplas chances de terem eleições suplementares.
Em 100 dias de gestão, marca apenas referencial e midiática, porque, na verdade, se trata de um período ainda muito curto para julgar um modelo de administração de quatro anos, são raros os que vêm se destacando. Empresário bem-sucedido na área educacional, Paulo Roberto (MDB), prefeito de Vitória de Santo Antão, se sobrepõe pelo esforço, dedicação e muito trabalho para tirar o município do quadro de insolvência a que foi submetido pela gestão anterior.
Sua obsessão está focada na geração de emprego. Pelo menos cerca de 20 grandes empresas já formalizaram carta de intenções para se instalar e investir em Vitória, o que abre um horizonte de geração de empregos da ordem de três mil postos formais com carteira assinada. Para o investidor apostar em Vitória, Paulo Roberto teve que fazer um esforço descomunal, excluindo o município da lista negra da legião dos negativados.
Faça-se a ressalva que, nos últimos quatro anos, nenhuma empresa se interessou em se instalar no parque industrial do município. “Ao assumir, encontramos o município negativado (CAUC), com zero captação de recursos federais e estaduais, apesar do seu potencial econômico e da necessidade de investimento em infraestrutura”, revela Paulo Roberto, em conversa com o blog.
Segundo ele, a maior herança maldita, além da financeira, está no déficit de investimentos, na precariedade da educação, num centro desorganizado, ruas às escuras, obras inacabadas e o funcionalismo desmotivado. Na educação, o IDEB foi deixado no penúltimo lugar entre os municípios da Mata Central, perdendo até para a vizinha cidade de Pombos. “A última vez que Vitoria atingiu a meta do IDEB foi em 2015, fruto da falta de investimentos da gestão anterior nos profissionais da educação e na garantia da continuidade do ensino durante a pandemia, ampliando a desigualdade”, acrescenta.
Auxílio próprio – Em 2020, primeiro ano da pandemia, nada for criado pra garantir a recuperação econômica de Vitória de Santo Antão. O resultado é que mais de 10 mil pessoas, das quais quatro mil no trabalho formal, perderam suas rendas, contribuindo para aumentar o fosso social. “Tivemos que criar o Auxilio Emergencial do Carnaval, para beneficiar os trabalhadores da cadeia produtiva prejudicados pela não realização da festa por conta da pandemia”, lembra o gestor.
Verde que te quero – Vitória, segundo Paulo Roberto, perdeu até sua face arborizada. Consegui 40 mil mudas, a custo zero, para recuperar os espaços verdes. Com o programa Moradia Legal, todas as casas que não possuem escritura terão seu registro imobiliário garantido”, ressalta. Paulo Roberto cita, ainda, dentre outros feitos, a substituição de mais de mil lâmpadas que se encontravam queimadas em postes, num grande mutirão de iluminação para iluminar e proporcionar mais segurança à população. “A população não quer do gestor mais do trabalho, seriedade, eficiência e compromisso com mudanças”, enfatiza.
Restrições rejeitadas – O Conselho Estadual de Saúde recomendou que Pernambuco adote medidas mais restritivas para conter a pandemia de Covid-19, no momento em que o Estado atinge recordes de casos confirmados e de pacientes internados na rede pública. O órgão colegiado é presidido pelo secretário estadual de saúde, André Longo, que anunciou que não vai adotar a recomendação. Entre as recomendações, a suspensão de aulas presenciais em todo o sistema de ensino público e privado, adesão a uma quarentena de 21 dias e construção emergencial de estratégias de restrição rigorosa em áreas com maior concentração de casos e mortes por Covid-19.
Prorrogação – A recomendação, segundo o portal G-1, da Globo, foi divulgada na última quinta-feira, mesmo dia em que o Governo anunciou que, em vez de adotar medidas mais restritivas no enfrentamento da pandemia, pretende manter as restrições atuais até o dia 23 de maio. O Conselho Estadual de Saúde é um órgão colegiado formado por 32 entidades de três setores: trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), gestores e prestadores do sistema e, ainda, por usuários da rede pública de saúde.
Estudantes com fome – Em Caruaru, a prefeita Raquel Lyra (PSDB) parece que anda com os cofres vazios, tanto que atrasou, já pelo terceiro mês, a chamada contribuição dos kits de alimentação na rede de educação municipal com cartões no valor de apenas R$ 40, em substituição ao kit alimentar responsável pela destinação de duas cestas básicas por família. Há reclamações de que, diante de tamanho descaso, a fome, num momento tão grave de pandemia, aumentou – e muito – entre os estudantes mais pobres que dependem do repasse da Prefeitura.
CURTAS
ARREPENDIDA – A advogada Rosangela Moro, mulher do ex-ministro e ex-juiz federal Sergio Moro, afirmou que se arrepende “até o último fio de cabelo” por ter votado em Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018. A declaração foi feita ao responder uma seguidora em seu perfil no Instagram. Diante do desabafo da amada, Moro não deu um pio.
CANALHA – De Bolsonaro ao chamar o ex-ministro Mandetta de canalha: “Quem não tem alternativa, cale a boca. Deixe de ser canalha em criticar quem usa alguma coisa. Quando tenho problema de estômago, alguém sabe o que eu tomo? Tomo Coca-Cola e fico bom. É problema meu. O bucho é meu, talvez o meu bucho, todo corroído pela Coca-Cola, me salvou da facada do Adélio. Deem porrada em mim amanhã”.
Perguntar não ofende: Para onde caminha a CPI da Pandemia?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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