terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Siqueira se diz alinhado com Molon. Grupo dos 15 do PSB quer ver lista

Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira assinou uma extensa carta, ontem, dirigida aos deputados federais da sigla, que vinham cobrando um debate programático em torno da decisão do partido de apoiar um candidato de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara Federal. No texto, o dirigente diz que o caminho da legenda foi decidido "após três etapas cumpridas: uma reunião consultiva da bancada no dia 09/12, não conclusiva, uma decisão unânime do Diretório Nacional do Partido no dia 11/12 e uma manifestação individual da maioria dos membros da bancada ao longo da semana seguinte". Na ala da bancada que cobra ao líder, Alessandro Molon, nova reunião e ainda questiona a maioria apresentada por ele para fechar bloco com Rodrigo Maia, o argumento de Siqueira foi visto com ressalvas. Nas coxias, se questionava o seguinte: "Que manifestação individual da maioria dos membros foi essa?". E criticava-se ainda o fato de o próprio presidente ter afirmado que a reunião inicial da bancada fora "inconclusiva". Na análise de Siqueira, a posição anunciada na última sexta-feira, por Alessandro Molon, é "matéria estabelecida". O dirigente nacional reforça que a orientação do Diretório Nacional contra Arthur Lira foi aprovada por "por acachapantes 80 votos a 0".

A ala que defendia voto no progressista sofrera alguma baixa ao longo desse percurso, mas, até ontem, mantinha 15 deputados. Todos eles assinaram a carta, na última sexta-feira, dirigida a Siqueira e a Molon. O documento foi entregue antes de o PSB anunciar ingresso no bloco liderado por Maia. Os socialistas fizeram esse referido anúncio de apoio ao democrata junto com PCdoB, PDT e PT, como a coluna antecipou. Na carta de ontem em resposta aos parlamentares, Siqueira se dirigiu a esses 15 deputados, nomeando-os um a um. Esse grupo alega, em conversas reservadas, que Molon não conta com a maioria para tomar a decisão que tomou. Repisam que há socialistas afirmando que não vão votar nem em Arthur, nem no candidato de Maia, o que minaria esse volume de 16 deputados pró-Maia, admitido por Molon. A bancada tem 31 membros. Um dos parlamentares do grupo dos 15, favoráveis a apoiar Lira, à coluna, interroga: "Se o grupo que dá apoio a Maia é majoritário, por que não fazem reunião para deliberar ou apresentam lista com maioria?". Outro deputado insiste: "Cadê a lista com a maioria?".

Renúncia de João Campos é nova baixa
O total de 15 deputados do PSB que seguiam contrários a apoiar uma candidatura de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara, incluía o prefeito eleito do Recife, João Campos. Ontem, no entanto, como a coluna cantara a pedra, João antecipou a renúncia do mandato de deputado federal, no dia do aniversário do suplente, Milton Coelho.

No ar > A saída de João Campos deixa uma interrogação sobre a postura que Milton Coelho adotará em relação à sucessão de Maia. Há expectativa de que exoneração de Milton saia hoje. 

Cadê a lista? > Deputados repisam que, regimentalmente, é preciso que maioria absoluta dos parlamentares autorizem, via assinatura, a entrada do partido em um bloco. Definem movimento feito pelo líder, Molon, como uma coreografia política e dizem que, na prática, ele precisará comprovar maioria até o final de janeiro.

Grupo dos 15 > Ontem, esse grupo dos 15 do PSB, incluindo João Campos, assinou nota na qual afirma que "não houve nenhuma consulta” aos deputados para que a legenda ingressasse no bloco liderado por Rodrigo Maia. O texto diz ainda: "Ele (Molon) agiu de forma desautorizada, até porque não houve votação interna". Danilo Cabral, Felipe Carreras e Gonzaga Patriota estão nesse conjunto.

Fonte : Folha de PE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário