Alvo de especulação diária nos bastidores da política pernambucana e nas redações, o nome a ser alçado ao posto de vice na chapa à reeleição do prefeito João Campos em 2024 segue como uma incógnita de muitas variáveis, mas a principal delas é a que define se o gestor da cidade do Recife vai ter ou não condições de se viabilizar na disputa pelo Governo de Pernambuco em 2026.
Isso porque pesa sobre os ombros de João, hoje uma das principais lideranças nacionais do Partido Socialista Brasileiro, a missão de manter o protagonismo da legenda no campo da Frente Popular. Atualmente, o PSB ocupa a vice-presidência da República com Geraldo Alckmin, uma aliança com o PT que, diuturnamente, é alvo de questionamentos por parte da mídia, da oposição e da base aliada.
É inegável o alinhamento e a afinidade construída ao longo de anos entre João e o presidente Lula (PT). Mas não há garantia, por ora, de nenhum dos lados, de que um petista irá ocupar a vaga na vice do socialista. E não faltam declarações por parte do PT de que essa é uma condicionante para a manutenção da aliança entre os partidos em âmbito municipal.
Só que João tem sido estimulado a disputar o Palácio do Campo das Princesas em 2026. E tem feito com louvor o dever de casa para se capitalizar politicamente para a disputa. Mas para se colocar no páreo, João precisaria renunciar ao mandato ainda no primeiro trimestre de 2026, caso seja reeleito em 2024. E eis onde está o imbróglio: se optar por ter o PT na vice, o PSB perde o comando da Prefeitura do Recife em uma eventual renúncia; caso escolha por um nome “da cozinha de casa”, terá o sinal verde para 2026.
CURTAS
Precedente 1 – Em 2020, o então prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), não pensou duas vezes em pôr na vice – até então ocupada por Luska Portela – um nome mais próximo ao seu grupo político. Simão Durando (UB), hoje, é pré-candidato à reeleição com todo o apoio do clã, que, além de Miguel, conta com o ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), o deputado federal Fernando Filho (UB), e o deputado estadual Antônio Coelho (UB).
Precedente 2 – Cenário similar pode ser visto no município do Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Eleito em 2016 com o ex-vereador Ricardo Valois na vice, Anderson Ferreira (PL) optou por Mano Medeiros (PL), em 2020, como “garantia” de continuidade da gestão após ter decidido que iria abdicar de um eventual segundo mandato na tentativa de disputar, em 2022, o Governo de Pernambuco. Mano é cunhado do deputado federal André Ferreira (PL), irmão de Anderson.
É oficial – O deputado estadual Antônio Coelho (UB) foi oficialmente anunciado pelo prefeito João Campos (PSB) como novo secretário de Turismo e Lazer do Recife. Antônio se licencia do mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para assumir a vaga deixada por Cacau de Paula (PSD), que saiu da PCR, no último mês de agosto, para comandar a Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco.
Dinheiro na conta – Alguns prefeitos pernambucanos já anunciaram o pagamento do piso da enfermagem após aprovação dos projetos de lei nas câmaras de vereadores. É o caso da prefeita de Casinhas, Juliana de Chaparral, e do prefeito de Xexéu, Thiago de Miel. Nas duas cidades, os prefeitos anunciaram que o dinheiro já está na conta de todos os profissionais da enfermagem.
Arretada com a prima – A vereadora Júlia de Berna (Avante) abriu o verbo contra a prima e prefeita de Amaraji, Aline Gouveia (PSB). Na tribuna da câmara, Júlia fez duras críticas ao governo de Aline, citou investigação da Polícia Civil contra os pais da prefeita e disse que a prima deveria usar o espaço que ainda lhe resta para falar a verdade ao povo. Imagina como vai ficar o jantar em família no próximo Natal.
O povo quer saber: Quem será o vice de João?
Fonte: FalaPE.
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