Nas hostes socialistas, já se admite, em conversas reservadas, que as resistências externadas na sigla recentemente à aliança com o PT na corrida presidencial fazem parte de uma coreografia de uma ala do partido e de um movimento para "não entrar abaixado" nessa composição. Se esse sentimento já era latente, a pesquisa Datafolha, divulgada ontem pela Folha de S. Paulo, foi lida, no PSB, como uma variável a mais no sentido de "animar a tropa". A amostra apresenta o ex-presidente Lula liderando, no 1º turno, com 41% das intenções de voto, 18 pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (23%). Tal resultado se dá pouco mais de dois meses após Lula ter seus direitos políticos restabelecidos. Não só Lula lidera, como a soma de todos os demais postulantes chega a 47%, seis pontos apenas a mais do que pontua o petista. O ex-ministro Sérgio Moro aparece com 7%, Ciro Gomes, com 6% Luciano Huck, com 4%, o governador João Doria tem 3% e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, aparece com 2%, mesmo índice de João Amoêdo. Diferente de 2018, quando os socialistas se declararam neutros, desta vez, o PT mira uma aliança formal com o PSB. A despeito desse plano, os movimentos de Lula, feitos em Brasília na semana passada, denotam para a importância ainda da busca pelo centro e do apoio do mercado.
No PSB, a resistência ao PT já se consolidou em declarações do prefeito João Campos, por exemplo, e do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Geraldo Julio. Não à toa, os petistas passaram a reclamar de "sinais trocados" dos socialistas. João e Geraldo trabalham com acenos ao PDT, que, por sua vez, vinha fazendo uma aposta de que, às vésperas da eleição, Bolsonaro deveria aparecer em desvantagem em relação a qualquer um dos adversários. Por esse tese, Ciro conseguiria ampliar apoios. De acordo com o Datafolha, Bolsonaro perderia para Ciro num 2º turno. O pedetista teria 48% contra 36% do presidente. A despeito desse cenário, quem levaria ampla vantagem, no 2º turno, contra Bolsonaro seria Lula, que pontuaria 55% contra 32% do presidente. Lula também venceria Moro (53% a 33%) e Doria (57% a 21%). Diante dessas projeções, já há quem avalie que ir de Ciro passa a ser "um risco a se assumir". Para o PDT, a missão passa a parecer mais dura.
Mercado e empresariado no radar
Na avaliação do senador Humberto Costa, o resultado da pesquisa Datafolha dilui não só as resistências no PSB mas "com todo mundo que não queria conversa com a gente, diminui no empresariado, nos partidos, no mercado e nas legendas de centro". Pode ser o caminho, diz Humberto, para atrair o PSB, o PCdoB, e o próprio PSOL.
Injeção > Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi se reuniu, ontem, com as lideranças do partido em Pernambuco, em encontro virtual comandado por Wolney Queiroz. Participaram ainda a vice-prefeita Isabella de Roldão, o secretário estadual do Trabalho, Alberes Lopes e a secretária municipal do Trabalho, Adriana Rocha.
Chapas > Os pedetistas decidiram criar um grupo de trabalho para 2022. Lupi determinou que o partido comece a fazer a lista de seus candidatos de olho na montagem das chapas proporcionais.
Soluções > Em Brasília, o deputado estadual Clodoaldo Magalhães foi à mesa com o ministro da Cidadania, João Roma. A audiência se deu na companhia do deputado Felipe Carreras e do prefeito de Água Preta, Noé Magalhães. Clodoaldo apresentou as demandas da população em vulnerabilidade nas cidades pernambucanas em tempos de Covid-19 em busca de soluções.
Fonte :Folha de PE.
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