segunda-feira, 4 de setembro de 2023

O exemplo de Jarbas

 

Foto: Divulgação

Na semana em que Jarbas Vasconcelos teve o lançamento de uma biografia sobre sua história, um de seus movimentos calculados teve papel determinante para que sua trajetória política permanecesse exitosa. Após perder a disputa pelo governo de Pernambuco em 1990 para Joaquim Francisco por uma diferença ínfima de votos, Jarbas Vasconcelos elegeu-se prefeito do Recife em 1992, e muitos apostavam na possibilidade de renúncia para novamente disputar o Palácio do Campo das Princesas em 1994, fato que não se concretizou. Ele decidiu ficar até o fim do seu mandato e elegeu o sucessor, Roberto Magalhães em 1996.

Ficou dois anos sem mandato e disputou pela segunda vez o Palácio do Campo das Princesas contra o seu ex-aliado Miguel Arraes. A disputa de 1998 trouxe a tempestade perfeita, primeiro porque não havia a cultura da reeleição, o governo Arraes passava por uma crise política sem precedentes e Jarbas montou uma ampla frente política com o PFL para viabilizar seu projeto.

Esse talvez poderá ser o dilema do prefeito João Campos. Que terá plenas condições de ser reeleito aos 30 anos, e em caso de lograr êxito será incentivado a disputar o governo de Pernambuco em 2026 contra Raquel Lyra, que tentará a reeleição. Nas eleições passadas três prefeitos renunciaram de quase três anos de seus respectivos mandatos, uma sagrou-se vitoriosa, os outros dois ficarão sem mandato até 2026, são ossos do ofício, mas esse risco não pode nem deve ser corrido por João Campos, que vive um momento extraordinário na sua vida pública, e ainda que adie seu projeto de governar Pernambuco por quatro anos, deixando para 2030, chegará jovem ao Palácio do Campo das Princesas com um horizonte político parecido com o do seu pai e do próprio Jarbas.

O próprio Eduardo chegou a ser incentivado a disputar 2002, época da reeleição de Jarbas, mas acabou continuando na Câmara dos Deputados para quatro anos depois sagrar-se vitorioso numa disputa histórica. Essa equação precisará ser feita, pois João Campos só tem um resultado possível em 2026, que é a vitória caso deixe a prefeitura para tentar ser governador.

Aproveitamento – O ponto fora da curva em Pernambuco foi Miguel Arraes em 1998, quando não havia a cultura da reeleição. Desde então, os governadores eleitos acabaram reeleitos, Jarbas Vasconcelos, Eduardo Campos e Paulo Câmara, todos em primeiro turno. Portanto, o retrospecto acaba favorecendo a governadora Raquel Lyra, que se chegar em 2026 com um governo razoável tem todas as condições de lograr êxito.

Marca – Recife tem a boa característica de avaliar bem seus prefeitos, inclusive o próprio João Campos ostenta uma aprovação bastante significativa. Caso fique os oito anos na PCR, João terá condições de transformar a realidade da cidade, eleger o sucessor e criar uma marca de um político moderno, arrojado e executor de obras para chegar ao Palácio do Campo das Princesas.

PP – Sob a liderança de Eduardo da Fonte, o PP deverá disputar importantes cidades em 2024. Além do Cabo, onde Keko do Armazém tentará a reeleição, em Jaboatão a deputada federal Clarissa Tércio foi lançada no final de semana como pré-candidata a prefeita.

Inocente quer saber – O vice de João Campos ditará seu rumo em 2026?

Fonte: Blog do Edmar Lyra.

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