quinta-feira, 8 de junho de 2023

Havia mais razões para vaias

Pela segunda vez em atos no Estado com a presença do presidente Lula, num hiato de apenas dois meses, a governadora Raquel Lyra (PSDB) foi vaiada quando teve seu nome citado e, principalmente, durante seu discurso. Na primeira vez, as hostilidades partiram dos enfermeiros cobrando o piso nacional da categoria.

Já ontem, os apupos partiram de estudantes insatisfeitos com a falta ou péssima merenda na rede estadual de ensino. Em ambos os casos, Lula teve que se levantar e ficar ao lado da tucana, na tentativa de conter os protestos, mas de nada adiantou. Na realidade, as vaias foram com tamanha intensidade que ninguém entendeu patavinas da sua fala.

Só depois, claro, que ela mandou a sua equipe das redes sociais editar o pronunciamento com som de estudo e imagens supostamente favoráveis do público presente, o que não passou, verdadeiramente, de um grande vexame. Em cada fala dela, a cobrança “Cadê a merenda”?

Mas poderia ser, também, cadê o aumento dos professores na sua plenitude e não apenas para 30% da categoria? Poderia ser, igualmente, partindo dos policiais e bombeiros, pelo fim das chamadas faixas salariais? Poderia ser ainda pelo programa Leite para todos, que a tucana suspendeu? São tantas, enfim, as frustrações com a governadora que a lista não cabe num comentário.

Mas não poderia esquecer a mais importante: cadê o pagamento dos hospitais conveniados ao Sassepe? Na semana passada, seis unidades de saúde do Estado suspenderam o atendimento aos beneficiários do Sassepe e cinco clínicas de hemodiálise fecharam, por falta de pagamento. E o mais grave: a governadora não dá ouvidos a ninguém. Levou duas derrotas acachapantes na Assembleia, mas não mudou nem um centímetro o estilo arrogante na relação com o Legislativo.

Hostilizada dois eventos – Além de Raquel Lyra, também foram vaiados a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) e o prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (MDB). As vaias se repetiram em todos os momentos em que os políticos foram citados, inclusive por outras autoridades, ao longo do evento. Raquel também foi vaiada durante o evento de relançamento do Programa Farmácia Popular, no Compaz Ariano Suassuna, no Recife.

Yves chamado de mentiroso – Outra autoridade vaiada, que quase não conseguiu encerrar a sua fala, foi o prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (MDB). Durante o discurso, ele agradeceu a presença do presidente no local e entregou a Lula a comenda Padre João Pedro, a mais alta honraria do município. Ao fim da fala, parte do público chamou o prefeito de “mentiroso”. Em resposta, Yves Ribeiro gritou: “Viva a democracia!”.

Remédio de graça – No novo formato do programa Farmácia Popular, relançado pelo Governo Federal, ontem, no Recife, quem recebe Bolsa Família vai poder retirar de graça todos os 40 medicamentos incluídos na lista. “Ninguém vai ser tratado como de segunda classe”, disse Lula, na ocasião. O relançamento aconteceu no Compaz Ariano Suassuna, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. O programa foi criado em 2004, no primeiro mandato de Lula.

Campus em Olinda – Na cerimônia que marcou a inauguração do campus Paulista do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), ontem, em Paulista, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou a autorização para a construção de um novo campus do IFPE em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). “Por determinação do presidente Lula, autorizamos a construção do campus de Olinda, numa obra de aproximadamente R$ 25 milhões”, disse o ministro.

O real e o fake – Na Bahia, na última terça-feira, o vídeo que circulou pelas redes com manifestantes chamando Lula de ladrão é verdadeiro, mas o que foi visto, ontem, maciçamente em grupos do WhatsApp, é fake. O ato em Goiana foi fechado e contou com uma segurança irrepreensível, daí não haver a menor chance de infiltrados no recinto para xingar o petista.

CURTAS

NINHARIA – Na passagem ontem por Pernambuco, o presidente Lula liberou R$ 900 milhões para obras que melhorem a qualidade das rodovias no Estado. Muito pouco, quase nada, para o estado deplorável das estradas pernambucanas.

RECONSTRUÇÃO – De João Campos em sua fala, ontem, sobre o programa Farmácia Popular: “A gente tem um programa que faz de forma gratuita a distribuição de medicamentos complementando a rede do SUS. É simbólico ver que o presidente está no Recife, em Pernambuco, para mostrar que o Nordeste vai participar de um processo de reconstrução”.

Perguntar não ofende: Por que Danilo escondeu o apoio do PSB na sua indicação para a Sudene?

Fonte: Blog do Magno Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário