Censo oficial de 2022 do IBGE, liberado ontem, trouxe uma péssima notícia para os vereadores do Recife. A atual composição, de 39 parlamentares, cairá para 37 nas eleições do próximo ano, sendo sacrificadas duas vagas. Tudo porque a população da capital teve um decréscimo de 3,2%, saindo de 1.537 almas vivas em 2010 para 1.495 em 2022.
Como o tamanho da representação parlamentar é calculada pela faixa populacional, ficando com menos de 1,5 milhão de habitantes, Recife só terá direito a eleger 37 vereadores. “É constitucional”, explica o economista e analista de pesquisas Maurício Romão. Segundo ele, a redução já passa a valer a partir da eleição seguinte, cujo calendário está marcado para outubro de 2024.
Se a disputa por uma cadeira na Câmara do Recife já era uma das mais concorridas do País, devido ao excesso de candidatos e a confusa legislação eleitoral, que piorou com o fim da permissão das coligações partidárias, ter assento ao parlamento municipal da capital se tornará muito mais difícil ainda, porque implica de imediato no aumento do coeficiente eleitoral.
Em termos absolutos, o Recife foi a oitava cidade do Brasil com maior perda no número de habitantes, com uma redução de 48.784 pessoas residentes, desde 2010. O Recife foi a 11ª cidade com o maior número de domicílios recenseados, totalizando 644.212 residências – um crescimento de 25,1% em relação ao censo de 2010.
A redução populacional não se reflete na concentração urbana, que permanece. Nada menos que 16,45% da população do Estado reside no Recife. Uma densidade demográfica de 1.252,95 habitantes por km 2. Já o município de Olinda aparece na 10ª colocação do Brasil em relação à redução do número absoluto de habitantes, com menos 27.803 pessoas residentes entre 2010 e 2022.
Inchaço urbano – Em relação às concentrações urbanas, 41,79% da população de Pernambuco habita num dos 14 municípios da Região Metropolitana, mais a cidade de Paudalho. Essa aglomeração faz parte de uma das cinco maiores concentrações urbanas do País, com 3% dos habitantes desses locais. Com 3,7 milhões de habitantes, o aglomerado urbano do Recife ficou atrás apenas de São Paulo (20,6 milhões/hab), Rio de Janeiro (11,6 milhões/hab), Belo Horizonte (4,9 milhões/hab) e Brasília (3,8 milhões/hab).
As primeiras suspeitas – Professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, José Eustáquio Diniz Alves levantou dúvidas, ontem, sobre os números do IBGE, especialmente a totalização da população brasileira, que ficou em 203 milhões de habitantes. “Esse número deve ser maior do que 203 [milhões]. O IBGE vai ter que fazer mais estudos. Ficamos sem ter certeza sobre qual é o tamanho real da população, mas isso é normal, nenhum censo consegue cravar com certeza um número”, disse.
Quem mais cresceu – Roraima foi o Estado que registrou o maior crescimento populacional de 2010 a 2022, com aumento de 41,3% em sua população, mas continua sendo o menor Estado do país. Passou de 450.479 habitantes para 636.303. Outros Estados que tiveram grande crescimento populacional foram Santa Catarina (21,8%), Mato Grosso (20,5%) e Goiás (17,5%). Em termos absolutos, São Paulo foi quem mais ganhou habitantes (3,1 milhões), seguido por Santa Catarina (1,4 milhão).
Nove capitais murcharam – Não foi apenas Recife que perdeu habitantes. Segundo o levantamento do IBGE, mais oito capitais também cresceram feito rabo de cavalo – para baixo. Salvador (BA) foi a capital com a maior perda de habitantes, com uma baixa de 258 mil habitantes em 12 anos. Em seguida, com as maiores quedas percentuais, vêm Natal (RN), Belém (PA) e Porto Alegre (RS). Apresentaram variação negativa de 7%, 6% e 5%, respectivamente. Em números absolutos, o Rio de Janeiro foi a segunda cidade com maior perda populacional entre as capitais – queda de 109 mil habitantes.
Entre as campeãs em baixa – Salgadinho, no Agreste, e Gameleira, na Zona da Mata, estão entre os 10 municípios brasileiros que mais perderam habitantes. A primeira saiu de 9.312 para 5.727 habitantes, enquanto a segunda, que tinha 27.912, agora registra apenas 18.214 habitantes, perda de 38% e 35%, respectivamente. Mas ambas não perdem vereadores porque estão inseridas no número mínimo de nove parlamentares.
CURTAS
CRESCIMENTO – No Interior do País, as duas cidades que mais cresceram em densidade populacional foram Canaã dos Carajás, no Estado do Pará, que chegou a marca de 189%, saindo 26.716 para 77.079 habitantes, e Abadias de Goiás, em Goiás, que foi de 6.876 para 19.128, acréscimo de 178%.
REDUÇÃO – Na contramão, a cidade de Caatiba, na Bahia, teve a maior queda populacional em todo o Brasil. Registrou 46% a menos do que no Censo Demográfico 2010. Seguem com as maiores baixas Catarina, no Ceará (-45%), e Santana do Araguaia, no Pará (-42%).
Perguntar não ofende: O PSB aderiu ao Governo Raquel?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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