Foto: Reprodução/TV Cultura |
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), concedeu, na noite de ontem (26), entrevista a um grupo de jornalistas que participou do programa Roda Viva, na TV Cultura. Entre temas que variaram desde o enfrentamento a gargalos em áreas sensíveis da administração pública, como saúde, segurança e educação, até a perpetuação no poder de famílias tradicionais na política, a gestora abordou as dificuldades impostas pelo machismo e o racismo estrutural.
E foi ao falar sobre a composição do atual secretariado do Palácio do Campo das Princesas, que, segundo ela, além da chefe de Gabinete, conta apenas com duas pessoas negras em cargos do primeiro e do segundo escalão, que membros de partidos de oposição como o PSol e o Solidariedade criticaram os posicionamentos da governadora.
Ao responder ao jornalista Guilherme Caetano, de O Globo, Raquel Lyra assumiu ter encontrado dificuldade em encontrar pessoas negras para ocupar secretarias municipais e executivas no Governo de Pernambuco. E disse que esse "é um caminho a ser percorrido".
"Eu tomei uma decisão política de fazermos o governo mais representativo - com mulheres no alto escalão - do Brasil. E a questão da equidade racial precisa ser construída todos os dias. E buscar essas pessoas porque não são colocadas como os primeiros nomes, assim como não são os das mulheres. Quando a gente recebe uma indicação, se a gente não olhar os nomes, os currículos serão todos de homens e mulheres brancas. Então me coloco como alguém que precisa garantir uma maior participação", explicou a governadora.
Segundo ela, um meio para que essa equiparação efetivamente possa sair do papel e ser colocada em prática é a realização de uma espécie de "busca ativa". "Demanda um esforço muito maior da nossa parte trazer essas pessoas [para o governo do estado], mas elas existem e estão fazendo a diferença nos seus ambientes, não tenho dúvida nenhuma disso. E eu preciso chegar a elas."
Em um aparte, a jornalista Priscila Camazano, da Folha de S.Paulo, concordou que "essas pessoas existem" e endossou a fala de Raquel Lyra por uma estratégia de captação desses nomes. "Essas pessoas não aparecem numa lista e a gente não pode simplesmente achar que elas não existem. Então é preciso que vocês, que estão em cargos de liderança, façam uma busca ativa por essas pessoas e permitam que elas participem [da gestão]."
"É isso. E a gente começou", pontuou a governadora Raquel Lyra.
Fonte: Diário de PE.
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