quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Fundo eleitoral tem tratamento diferenciado

 

Fundo eleitoral tem tratamento diferenciado

A disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados é a mais importante para as cúpulas partidárias nacionais. Primeiro, porque é a partir da bancada federal que são calculados os fundos partidário e eleitoral, além do tempo de propaganda eleitoral, matéria prima para a negociação das chamadas legendas de aluguel.

Por isso, os candidatos à reeleição tendem a receber mais verba das direções partidárias do que quem não tem mandato. No entanto, a julgar por Pernambuco, há tratamentos diferenciados mesmo entre aqueles filiados à mesma legenda, e em muitos casos, candidatos sem mandato têm recebido mais recursos do que postulantes à reeleição.

O PP é o melhor exemplo dessa situação em Pernambuco. A sigla possui dois deputados federais: Eduardo da Fonte e Fernando Monteiro. O primeiro recebeu R$ 2,72 milhões da executiva nacional do partido, enquanto o segundo recebeu R$ 2,5 milhões. No entanto, Lula da Fonte, que é filho de Eduardo (aquele a quem Eduardo Cunha não permitiu voto no processo de impeachment de Dilma), recebeu a mesma quantia que o pai.

E ambos ainda receberam um complemento do diretório estadual: Lula teve R$ 30 mil e Eduardo R$ 20 mil. Fernando nada recebeu. Já a deputada estadual Clarissa Tércio, que concorrerá a federal este ano, recebeu os mesmos R$ 2,5 milhões de Monteiro. Assim como ele, só recebeu da direção nacional.

O União Brasil, presidido por Luciano Bivar, também criou “castas” internas. O dirigente transferiu para ele mesmo, candidato à reeleição, R$ 1,375 milhão. Para Fernando Filho, que concorre ao quinto mandato em Brasília, a verba foi de R$ 725 mil, quase a metade. Por sua vez, Mendonça Filho, candidato sem mandato no momento, recebeu R$ 1,275 milhão.

No PL, também há algumas diferenciações. São três candidatos à reeleição, sendo que André Ferreira e Pastor Eurico já receberam R$ 1 milhão cada do diretório nacional, enquanto Fernando Rodolfo só recebeu R$ 500 mil. Ele, aliás, foi o federal que menos angariou recursos do diretório nacional de um partido até o momento em Pernambuco.

Já no Republicanos, os três federais receberam cotas milionárias, mas ainda assim com valores distintos. Sílvio Costa Filho registrou na prestação de contas o valor de R$ 1,625 milhão do diretório nacional, enquanto Augusto Coutinho recebeu R$ 1,518 milhão. Por sua vez, Osséssio Silva recebeu R$ 1,625 milhão, sendo R$ 1,275 do diretório nacional e mais R$ 350 mil do estadual.

Um exemplo de igualdade na distribuição de recursos partiu da nacional do PSB. Os quatro candidatos à reeleição receberam a mesma quantia: foram R$ 2,5 milhões cara para Felipe Carreras, Gonzaga Patriota, Milton Coelho e Tadeu Alencar. A sigla usou o mesmo critério para os três estaduais que disputam mandato em Brasília: Eriberto Medeiros, Guilherme Uchoa Júnior e Lucas Ramos receberam R$ 1 milhão cada da cúpula nacional socialista.

A saber, Pedro Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, recebeu R$ 1 milhão do diretório estadual do PSB, mas nenhum valor oriundo da nacional. Ele não possui mandato, mas é cotado como o puxador de votos do partido, a exemplo de seu irmão, o prefeito João Campos, na eleição passada.

Além da dinheirama recebida do diretório estadual de seu partido, Pedro Campos abocanhou doações de sua mãe, Renata Campos (R$ 5 mil), e do irmão João (R$ 8 mil).

Dois deputados federais que presidem seus partidos a nível estadual tiraram proveito para alavancar suas candidaturas. Foram os casos de Daniel Coelho (Cidadania) e Ricardo Teobaldo (Podemos). Coelho abocanhou R$ 2 milhões do diretório estadual, enquanto Teobaldo se destinou R$ 1,01 milhão.

A candidata Maria Arraes recebeu da direção nacional do Solidariedade quase o valor máximo de gastos para a campanha de deputada federal. A transferência do partido foi de R$ 3,17 milhões, apenas R$ 6 mil abaixo do limite permitido para a campanha. Maria é irmã da candidata a governadora Marília Arraes, que lidera as pesquisas de intenções de voto, por isso o tratamento prioritário da cúpula nacional. Já a deputada estadual Fabíola Cabral, que tenta um mandato em Brasília, recebeu R$ 2,7 milhões.

Chegou o dia! – O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem se mantido em silêncio diante da ofensiva dos seus apoiadores contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), às vésperas das manifestações convocadas por ele para o feriado, hoje, do 7 de Setembro. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal montou uma megaoperação para evitar tentativas de invasões aos prédios públicos da Esplanada do Ministério e, em especial, ao STF. Enquanto isso, nas redes sociais, aliados de Bolsonaro insuflam a militância com críticas e ataques aos magistrados, sem um comando claro do presidente para evitar que o clima de confronto seja transportado para as ruas.

Quem está manipulando? – Em qual instituto acreditar: na segunda-feira, o Ipec, ex-Ibope, apontou Lula com uma dianteira de 15 pontos diante de Bolsonaro. Ontem, o Paraná Pesquisas saiu bem diferente: Lula com 40,2% e Bolsonaro com 36,4%, uma diferença de apenas quatro pontos percentuais, o que configura empate técnico. Chegou a hora do Congresso desarquivar a CPI das Pesquisas. Afinal de contas, um dos dois está mentindo, mesmo reconhecendo que as metodologias são diferentes em ambos os casos.

Agenda cheia – O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), tem pelo menos cinco compromissos previstos, hoje, 7 de Setembro, data em que se comemora o bicentenário da Independência do Brasil.  De manhã, o chefe do Executivo participará de desfile cívico-militar, na Esplanada dos Ministérios. Logo depois, deve se dirigir até o gramado em frente ao Congresso Nacional para ato político.

Acesso a armas – O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, ontem, a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender trechos de decretos do governo que ampliam o acesso a armas e disse que vai “resolver a questão” depois das eleições de outubro “em uma semana”. Ao tomar a medida ontem, o magistrado afirmou que o início da campanha eleitoral “exaspera” o risco de violência política.

Calote nos professores – A prefeita de Surubim, Ana Célia (PSB), deve enfrentar manifestações de ruas promovidas por professores por se negar a pagar os precatórios do Fundef. Ninguém sabe para onde foi o dinheiro que ela recebeu para quitar as contas dos precatórios, depositado há mais de um ano, segundo o Sindicato dos Professores. Além de ser prima de Danilo Cabral, Ana Célia está respondendo pela presidência da Amupe, o que não deixa de ser um péssimo exemplo.

CURTAS

ATAQUE A BARROSO – O ex-ministro Gilson Machado (PL-PE), candidato a senador na chapa de Anderson Ferreira, compartilhou um vídeo irônico relembrando que Barroso votou a favor do reajuste do próprio salário durante a discussão do Projeto de Lei (PL) que reajusta o orçamento do Supremo para 2023.

VOTO EVANGÉLICO – A pesquisa do Instituto Ipec (ex-Ibope), divulgada segunda-feira passada, revela que o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), continua na liderança entre o eleitorado evangélico, com 46% das intenções de voto. O principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem 27% desse público.

Perguntar não ofende: Bolsonaro e Lula vão aos próximos debates

Fonte:Blog do Magno Martins.

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