Contrariando todas as pesquisas, o resultado das urnas em Pernambuco neste domingo, dia da eleição, foi um verdadeiro clássico entre as candidatas Marília Arraes (SD) e Raquel Lyra (PSDB). Desde o início da pré-campanha, ainda sem Marília no jogo, Raquel liderava as pesquisas num sinal claro do eleitorado que apontava para mudança com uma mulher conduzindo.
Com o ingresso de Marília, o jogo ficou completamente embaralhado, mas Raquel manteve resiliente mesmo muitos adversários colocando sua candidatura em xeque. A neta de Arraes por sua vez se consolidou com a força do seu sobrenome e a vinculação a Lula.
Em suma, o pernambucano quis mudar e já deu o recado no primeiro turno - pelo fim trágico do PSB em quarto lugar - mas com uma mulher no Governo. Seja Marília seja Raquel teremos a primeira governadora eleita da história de Pernambuco.
MULHER NO SENADO - As mulheres dominaram a eleição pernambucana este ano. Além das candidatas ao Governo no segundo turno, Pernambuco elegeu Teresa Leitão como sua primeira senadora da história. Vinculada a Lula, a deputada estadual e senadora eleita conseguiu capitalizar o eleitorado lulista se transformando na opção do Senado em duas chapas majoritárias tanto da Marília quanto Danilo.
VIROU NO LUCRO - Raquel Lyra já vira para o segundo turno com apoio formal do candidato a governador derrotado Miguel Coelho (UB). "Fui prefeito na mesma época que Raquel, sei do seu jeito de governar, Pernambuco estará em boas mãos. Estou pronto para fazer campanha", disse o ex-prefeito de Petrolina ao declarar apoio à tucana.
FIM DO CICLO - O PSB encerra o ciclo no Governo de Pernambuco. O candidato Danilo Cabral (PSB) amargou o quarto lugar. O sentimento de mudança esteve muito latente, uma eleição com muitos candidatos fortes somado a rejeição ao Governo atual deu o resultado que vimos nas urnas. Caberá ao prefeito João Campos deixar essa luz da Frente Popular acesa.
PECHA BOLSONARISTA - Ainda no seu pronunciamento após concretizar sua ida ao segundo turno, a candidata Marília Arraes (SD) deu dois recados um ao PSB sobre a não ida do seu candidato a segunda etapa. Depois, nas entrelinhas, tentou cravar o bolsonarismo em Raquel. “Tem bolsonaristas travestidos de outras cores”, deixando entender que a candidata tucana é alinhada ao presidente. Isso poderá ser o tom da campanha do Solidariedade neste segundo turno.
PAI E FILHO - O presidente do PP em Pernambuco, Eduardo da Fonte entrou no hall do saudoso José Mendonça ao se reeleger e eleger seu filho Lula da Fonte para federal. Ambos exerceram um mandato em Brasília e é a segunda vez que isso acontece em Pernambuco. Seja quem for a governadora terá que se articular com o PP pelo tamanho da bancada federal e estadual da legenda.
RÁPIDAS
BOLSONARISMO EM ALTA - Mesmo não se elegendo, o candidato ao Senado, Gilson Machado Neto saiu gigante da eleição. Ele mostrou competência na vinculação ao presidente e teve quase o dobro das votos do seu candidato ao Governo, Anderson Ferreira. O bolsonarismo chamou atenção na terra de Lula ao eleger os parlamentares mais votados tanto estadual quanto federal. Gilson cumpriu a missão e deve voltar ao comando do Ministério.
GLEIDI FALHOU - De fenômeno eleitoral com 412.636 votos em 2018 à uma redução drástica com 118.868 este ano, a deputada Gleidi Ângelo falhou e jogo duplo com Marília Arraes pode ter pesado nesta fase final da campanha. O PSB contava com ela para ampliar sua bancada. Por pouco Felipe Carreras não ficou de fora, candidato que estava se apoiando nela.
GUIA PIFOU - Esse resultado mostrou que a propaganda eleitoral gratuita não serviu para nada. As duas candidatas que vão pro segundo turno tiveram os menores tempos de guia e menos inserções. Agora no segundo turno tudo fica em pé de igualdade. Será a eleição da comparação e a propaganda eleitoral continuará sem expressão isso por consequência consolida o peso das redes sociais.
PINGA-FOGO: A pecha do bolsonarismo vai colar em Raquel?
Fonte: Blog do Elielson.
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