quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Túlio se alinha ao bolsonarismo

 

Na ilusão de achar que pode ser prefeito do Recife em 2024, o deputado federal Túlio Gadêlha anunciou, ontem, apoio à candidatura de Raquel Lyra (PSDB) ao Governo de Pernambuco. Foi na contramão do próprio partido, a Rede Sustentabilidade, que fez evento no último domingo para reforçar o voto em Marília Arraes (Solidariedade), a candidata de Lula na disputa do Palácio do Campo das Princesas.

Em 2020, quando lançou sua pré-candidatura à Prefeitura do Recife, Túlio Bernardes, como ficou apelidado depois de namorar a global Fátima Bernardes, teve as asas cortadas pelo PDT – até então seu partido – e chorou por isso. Agora, volta a ter o devaneio de disputar o Palácio Capibaribe, desta vez sonhando com o apoio de Raquel, que nunca deixaria de apoiar Priscila Krause ou Daniel Coelho. Vai levar outra rasteira.

Mas a pergunta que se faz é: como Túlio justifica sua ida a um palanque cheio de apoiadores de Bolsonaro, que diz combater? Com essa decisão, mostra que seu discurso contra o bolsonarismo é só da boca para fora. Para ele, os interesses pessoais se sobrepõem a qualquer coisa.

Como eu disse, ontem, ao comentar o assunto, Bernardes global acha que Lula, seus eleitores e os próprios eleitores que votaram no deputado, teoricamente alinhado ao ex-presidente, são bobos. Lula tem a exata compreensão de que inimigos honestos são mais dignos de confiança do que amigos oportunistas.

O Túlio Bernardes é um destes. Só é Lula da boca pra fora. Como Raquel, deve votar em Bolsonaro.

Explosão de protestos – Tão logo anunciou que estava aderindo a Raquel Lyra, candidata do bolsonarismo, o deputado Túlio Bernardes Global teve que assistir, sem reação, a uma enxurrada de protestos dos seus seguidores nas redes sociais. O namorado de Fátima Bernardes, que ninguém sabe o que faz do seu mandato em Brasília, só não foi chamado de arroz doce.

Voto casado – Diretor-presidente do Instituto Potencial, Zeca Martins avalia que está havendo uma forte tendência de crescimento da candidatura de Marília Arraes, do Solidariedade, em razão do casamento do voto estadual com o de presidente, o chamado fator Lula, o eleitor mais influente de Pernambuco. Já a tucana Raquel Lyra, no seu entender, corre o risco de não ter um candidato a presidente da República para chamar de meu, embora seu eleitorado seja majoritariamente bolsonarista.

Reação de Raquel – De Raquel Lyra, ontem, em direção a Marília, no debate da TV Jornal: “A candidata que fala muito faz muito pouco. Criou uma comissão para discutir as chuvas, fez uma reunião e tirou uma foto. Tenho posição, sim. Sou a favor de Pernambuco, e quero ser capaz de tirar o atraso em que o Estado se meteu. Você é uma das deputadas mais ausentes e se absteve de votações relevantes para o país”.

Federal no Sertão – A Polícia Federal realizou, ontem, uma operação para desarticular um grupo criminoso formado por servidores públicos de Petrolina. De acordo com a PF, o grupo é especializado em fraudar os processos de concessão do Programa Casa Verde Amarela, o antigo Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, para beneficiar parentes e pessoas próximas, além de comercializar as unidades habitacionais. Foram cumpridos mais sete mandados de afastamento cautelar das funções públicas e 16 mandados de busca e apreensão nos estados da Bahia e Pernambuco, em razão da atuação perene dos servidores públicos investigados.

Menino maluquinho – O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) voltou a atacar a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira passada, durante sua audiência de custódia. A prisão dele foi mantida. A prisão foi motivada inicialmente por ofensas à ministra. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Roberto Jefferson chamou Cármen Lúcia de “prostituta” e “arrombada”. Questionado sobre a declaração, ele disse na audiência: “Quero pedir desculpas às prostitutas pela má comparação, porque o papel dela foi muito pior, porque ela fez muito pior, com objetivos ideológicos e políticos. As outras fazem por necessidade”.

CURTAS

MÉDICO INVESTIGADO – O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará vai apurar a conduta de um médico de Belém que, após fazer o parto de um bebê na Maternidade do Povo, filmou a família e pediu que a mãe da criança declarasse voto no presidente Jair Bolsonaro (PL). As imagens compartilhadas pelo profissional nas redes sociais mostram a mãe ainda na maca; ele apagou o vídeo após a repercussão.

INDEPENDENTE – O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), eleito senador pelo Paraná, descartou a possibilidade de participar novamente do governo de Jair Bolsonaro (PL), caso o presidente seja reeleito. Moro foi ministro da Justiça e Segurança Pública até abril de 2020, quando pediu demissão e acusou Bolsonaro de tentar interferir nas investigações da Polícia Federal. Ele defendeu que tem divergências com o presidente, mas que “a prioridade é derrotar o PT e o Lula”.

Perguntar não ofende: Que peso na eleição terão os debates da Globo, amanhã para governador, e na sexta para presidente? 

Fonte:Blog do Magno Martins.

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