Enfim, chegou ao fim a era maléfica do PSB em Pernambuco. O segundo turno para governador será disputado entre dois candidatos da oposição – Marília Arraes, do Solidariedade, e Raquel Lyra (PSDB). Não houve surpresas. Marília liderou todas as pesquisas de intenção de voto e Raquel nunca perdeu, numericamente, diante dos seus concorrentes da oposição, o segundo lugar.
Na pesquisa do Ipec, no NETV de sábado passado, Miguel Coelho, do União Brasil, empatou com Raquel e tudo indicava que estaria no segundo turno. Mas a fatalidade – a morte de Fernando Lucena, marido da candidata tucana – comoveu o Estado e tirou muitos votos do ex-prefeito de Petrolina.
A surpresa foi a votação de Marília abaixo do que indicavam todas as pesquisas – entre 35% a 38%. Fechou com 24%, 11 pontos a menos que Raquel, com 21%. Danilo Cabral, do PSB, teve apenas 18%, uma votação ridícula em se tratando de um candidato com o apoio de duas máquinas – a do Governo do Estado e Prefeitura do Recife – e de mais de 130 prefeitos.
A derrota de Danilo é um basta do eleitorado pernambucano ao modelo esgotado do PSB de 16 anos, que levou o Estado a perder sua liderança no Estado para os dois Estados mais importantes da região – Bahia e Ceará. Com o PSB na Prefeitura, Recife passou do primeiro PIB nordestino para o terceiro, com Fortaleza em primeiro.
Pernambuco não merecia mais PSB e o eleitorado fez essa compreensão, felizmente. Paulo Câmara, escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos, encerra a era socialista como o pior do Estado dos últimos 30 anos, o que arrastou Danilo para o fundo do poço. Se perdeu agora, em 2024, que se cuide o prefeito do Recife, João Campos, que pode encerrar sua carreira mais precoce do que possa imaginar.
O fator Lucena – O que tirou Miguel Coelho e Anderson Ferreira, respectivamente, candidatos do União Brasil e PL, da disputa final de segundo turno, foi o fator Fernando Lucena – a morte repentina em Caruaru do marido da candidata tucana, Raquel Lyra. Ele morreu de infarto fulminante logo cedo, por volta das oito da manhã, quando estava sendo iniciada a votação.
Fenômenos eleitorais – Dois grandes vitoriosos na eleição proporcional em Pernambuco para a Câmara dos Deputados: André Ferreira, do PL, irmão do candidato a governador Anderson Ferreira, que teve quase 300 mil votos, e Dudu da Fonte, do PP, com cerca de 130 mil votos, com um ingrediente importante: elegeu o filho Lula da Fonte, com quase 100 mil votos.
O adeus do decano – Na bancada federal, o PSB só elegeu cinco: Pedro Campos, Eriberto Medeiros, Uchôa Júnior, Lucas Ramos e Felipe Carreras. De fora, o decano Gonzaga Patriota, que historicamente surpreendia com votações acima de 100 mil votos, ficou na primeira suplência, sem chances de assumir pelo fato do PSB não chegar ao segundo turno na disputa pelo Governo do Estado.
A história não se repete – Fenômeno eleitoral no pleito de 2018, a delegada Gleide Ângelo (PSB) foi a grande derrotada na eleição deste ano. Sua votação foi reduzida de 412.636 mil votos para 118.869 votos. Em política, vale uma frase secular: a história não se repete. Dois fenômenos para a Assembleia Legislativa desta eleição: Pastor Júnior Tércio, com mais de 180 mil votos, e Alberto Feitosa, com quase 150 mil votos.
A primeira governadora – Independente de quem seja, Marília Arraes (Solidariedade) ou Raquel Lyra (PSDB), Pernambuco passa a ser governado por uma mulher, a primeira governadora da história do Estado. Um clássico, diga-se de passagem, com base no resultado da eleição de ontem, na qual a distância da primeira para a segunda foi de apenas 3%. Haja coração para os que torcem para ambas as candidatas na disputa final!
CURTAS
DANÇOU FEIO – O deputado Wanderson Florêncio, o pula de lado, de acordo com as conveniências, que nesta eleição fez a travessia de última fora do União Brasil para o Solidariedade, de Marília Arraes, não renovou seu mandato para a Assembleia Legislativa. Pagou o preço de ser um oportunista de carteirinha.
HERDEIRO – Em fim de carreira, o senador Jarbas Vasconcelos elegeu, ontem, o seu herdeiro político: filho Jarbinhas, deputado estadual eleito pelo PSB. Teve mais de 40 mil votos, resultado de uma campanha na qual Aristeu Plácido Júnior, chefe de gabinete de Jarbas, teve papel preponderante.
Perguntar não ofende: Quem Anderson Ferreira vai apoiar para governador?
Fonte:Blog do Magno Martins.
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