Só no próximo fim de semana, fechada a rodada da primeira quinzena da propaganda eleitoral no rádio e na TV, será possível uma sinalização mais clara do quadro eleitoral para governador em Pernambuco. Quem será o mais beneficiado com o chamado guia eleitoral? As inserções de 30 segundos ao longo da programação diária na TV são as mais vistas, as que têm, naturalmente e teoricamente, mais poder de influenciar o eleitor.
Faltando menos de um mês para a eleição, o percentual de indecisos é baixo, oscila entre 10% a 12%. A propaganda tende a influenciar muito mais esse segmento eleitoral, que não acompanhou ainda a maioria, que demanda para Marília Arraes. Líder em todas as pesquisas, a candidata do Solidariedade parece ter chegado ao seu teto – entre 33% a 35%. Os demais candidatos variam entre 8% a 14%.
Quem já se definiu por Marília pode mudar o voto em razão do guia eleitoral? É possível, mas este é o eleitor que dificilmente será arrebatado pelo candidato do PSB, Danilo Cabral, caso este venha a optar, como se presume, pela estratégia de desconstrução da adversária. O eleitor de Marília sinaliza para mudança e Danilo é a continuidade da desastrosa gestão de Paulo Câmara.
Se Marília cair, o eleitor que desistir do voto nela migrará para outro candidato da oposição, não para Danilo. A única esperança do candidato chapa branca é conquistar o indeciso, porque os que não quiserem mais Marília, seja por um motivo ou outro, tenderão a optar por Miguel Coelho (União Brasil), Anderson Ferreira (PL) ou Raquel Lyra (PSDB).
Os eleitores de Marília, Raquel, Anderson e Miguel querem, portanto, dar um basta ao reinado do PSB, sob forte ameaça de chegar ao fim nas eleições deste ano. Em dez dias, o quadro sucessório estadual terá suas linhas traçadas, seja na direção de levar Marília a ganhar no primeiro turno, cenário quase impossível, seja para definir quem será, de fato, o seu adversário no duelo final de segundo turno.
Dossiê – Várias fontes, dos mais diversos partidos, deixam vazar que está em curso o levantamento de um dossiê bombástico para desestabilizar a candidatura de Marília Arraes (SD). O comando da sua campanha, inclusive a área jurídica, garante que não há nada que os adversários possam levantar contra ela de tão explosivo, capaz de tirá-la de cena e do sério.
Legado de baixaria – Pelo que soube, ontem, o tiroteio em direção à Marília terá seu start neste fim de semana nas inserções de 30 segundos na TV e no rádio. O PSB detém o maior tempo na propaganda eleitoral. Baixaria partindo do reinado socialista não é novidade. Na eleição passada no Recife, João Campos, ameaçado de derrota e desesperado, usou o mesmo recurso para desconstruir Marília.
Efeito Lula – A propaganda eleitoral também terá outra interpretação, nos próximos dez dias: o efeito Lula em Pernambuco. O petista tem aparecido em todos os guias de Danilo, nas inserções de 30 segundos e nas redes sociais pedindo voto para o candidato socialista. Pelas pesquisas, o eleitorado identificado com Lula está optando por Marília. Mas Danilo acha que o apelo do petista reverte os votos desse eleitorado. Será?
Retrato da polarização – Outra expectativa interessante na propaganda eleitoral recai na leitura se a eleição em Pernambuco será uma reprodução da polarização nacional na corrida pelo Palácio do Planalto entre Bolsonaro e Lula. Se isso ocorrer, no campo da oposição o mais beneficiado tende a ser o candidato do PL, Anderson Ferreira, que pode assegurar sua presença no segundo turno contra Marília, que lidera todos os levantamentos até o momento.
A incógnita Senado – Já na disputa para o Senado, a propaganda eleitoral tende a exercer maior poder de influência devido ao elevado índice de eleitores indecisos, muito maior do que para governador. Em Pernambuco, há uma forte tradição do governador puxar o senador, mas as pesquisas mostram, pelo menos por enquanto, uma sinalização diferente. Teresa Leitão, do PT, numericamente, está à frente de André de Paula, candidato de Marília, mas no afunilamento do processo eleitoral ela pode puxar o aliado, mesma leitura com Gilson Machado associado ao bolsonarismo e ao próprio Anderson.
CURTAS
CENÁRIO CRUEL – Quanto à eleição proporcional, uma péssima notícia para os candidatos a federal pelo PSB: foi ligado o módulo desespero na legenda. Segundo as últimas projeções, o partido só elegeria cinco, no máximo. Os quatro eleitos, hoje, seriam Pedro Campos, Felipe Carreras, Eriberto Medeiros e Uchôa Júnior. A última vaga passaria a ser disputada entre Gonzaga Patriota, Lucas Ramos, Tadeu Alencar e Milton Coelho.
COELHO DE FORA – No PSDB, o clima na disputa proporcional também é de tensão. Com a desistência de cinco candidatos a federal, a chapa murchou e a votação total não atingiria os 170 mil do coeficiente, deixando Daniel Coelho fora da Câmara dos Deputados.
Perguntar não ofende: O eleitor ainda muda o seu voto influenciado por baixarias na TV?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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