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"Firme, forte e sereno". Foi assim que se autodefiniu o deputado estadual Clodoaldo Magalhães (PSB) em meio aos embates que tem enfrentando no PSB para lançar sua candidatura à Câmara Federal nas eleições deste ano. Desde que se apresentou como pré-candidato em 2021, o parlamentar vem sendo tachado de "desleal" por alguns socialistas. Após ter sido alvo de um pedido de expulsão em novembro, as especulações sobre uma provável troca de partido se fortaleceram. “Vou esperar o PSB se posicionar oficialmente”, adiantou Clodoaldo após receber ligação do presidente do partido em Pernambuco, Sileno Guedes.
Apesar da celeuma envolvendo seu nome, Clodoaldo Magalhães apresenta um posicionamento que contrasta com o cenário que tem repercutido no estado. "Eu discordo que o PSB não esteja querendo a minha candidatura para (deputado) federal", analisou em entrevista ao Diario de Pernambuco. De acordo com o deputado, o presidente estadual do PSB, o secretário Sileno Guedes, informou por ligação que o clima dentro do partido estaria se acalmando em torno de sua candidatura e que esperasse a escolha do candidato que disputará o governo do estado para definir quais atitudes tomar.
"O presidente do partido ligou para mim ontem dizendo que esse movimento tinha se arrefecido, e que eu esperasse as próximas semanas para a escolha do candidato a governador, o que ajudaria a distensionar o clima dentro do partido e assim a gente voltaria conversar", revelou.
Uma das principais críticas direcionadas ao deputado estadual Clodoaldo Magalhães diz respeito a sua postura na busca de apoio pelo estado, por estar avançando sobre bases eleitorais orgânicas do PSB, investida taxada como "desleal" por alguns de seus correligionários. Questionando sobre o assunto, o parlamentar - que está cumprindo seu quarto mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco -, informou que os municípios que tem percorrido integram sua base há 16 anos. "Invadir é você chegar de uma hora para outra. As cidades que estão sendo citadas nesses conflitos que tem sido veiculado pela imprensa são bases que eu atuo há 16 anos".
Questionado sobre ter sido alvo de um pedido de expulsão encabeçado por deputados federais do PSB, como Milton Coelho, Felipe Carreras, Danilo Cabral e Tadeu Alencar, o pernambucano falou que não infringiu nenhum artigo do estatuto do PSB.
"O partido recebeu esse documento mas não me comunicou oficialmente. O PSB vem acolhendo a minha pretensão (para as eleições de 2022) desde o início. Antes mesmo de eu tomar a decisão de ser candidato consultei o partido nacional e estadualmente, que concordou e disse que era muito importante minha candidatura". O parlamentar também disse não ter infringido qualquer artigo do estatuto do PSB, motivo que poderia justificar a expulsão de um filiado. "O que os advogados me dizem é que eu não infringi artigo estatutário nenhum do partido, que não há qualquer desrespeito da minha parte em relação à ética [...] e que eu tenho legitimidade para ser candidato".
Caso saia do partido, Clodoaldo pode ter como alternativa migrar para alguma legenda da Frente Popular, a exemplo do PP, mas esse também parecer ser um caminho tortuoso. Recentemente o presidente estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte, em entrevista à Rede Pernambuco de Rádios, disse que não daria legenda para o socialista disputar uma vaga na Câmara Federal. Sobre o assunto, Clodoaldo comentou que "nunca pedi pra me filiar ao PP".
"Nunca procurei Eduardo da Fonte, nunca pedi a ele para me filiar ao partido dele (...) não faço política com ele. Ele deve tá querendo fazer média com alguém", asseverou o deputado estadual.
Oposição
Outra possibilidade que também tem chamado atenção são os acenos da oposição para o deputado Clodoaldo Magalhães. Os prefeitos Anderson Ferreira (PL) e Raquel Lyra (PSDB) já se mostraram favoráveis a essa união através de ligações telefônicas. "Eles me ligaram, eu disse que fiquei surpreso, mas que só poderia conversar com eles depois que o PSB tomar uma decisão".
Contudo, o deputado estadual não descartou a possibilidade de uma migração para a ala oposicionista, mas fez questão de destacar que isso só seria possível se sua decisão em apoiar o ex-presidente Lula (PT) fosse respeitada. "Eu voto em Lula para presidente. Então, se o PSB não quiser me dar guarida, para onde eu for é preciso que me respeitem nesse sentido, se respeitarem aí a gente pode conversar", concluiu.
A reportagem tentou contato com o deputado federal Eduardo da Fonte e o secretário Sileno Guedes, mas não obteve retorno.
Fonte: Por: Elizabeth Souza.
Diário de PE.
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