O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante entrevista nesta quarta-feira (26) à rádio CBN Vale, de São José dos Campos (SP), que se a parceria entre ele e Geraldo Alckmin para as eleições presidenciais de 2022 der certo, a chapa poderia “ser boa para o povo brasileiro”.
Lula disse ter “confiança” no ex-governador de São Paulo para o cargo, que definiu como sendo de “muita importância” com base no que ele viveu durante seus anos de mandato ao lado de José Alencar, empresário que serviu como vice-presidente do petista entre 2003 e 2011.
“Eu tenho confiança no Alckmin. Fui presidente por oito anos, tive relações com Alckmin e sempre foram relações de respeito, institucionais. Se der certo da gente construir essa aliança, eu tenho certeza que vai ser bom para o Alckmin, vai ser bom para mim, vai ser bom para o Brasil e sobretudo deve ser bom para o povo brasileiro”, afirmou o ex-presidente.
“Quando você escolhe uma pessoa para vice, está estabelecendo uma relação de confiança. O vice não é uma pessoa distante, é um cara que tem que estar na sala, na cozinha, tem que estar em todo lugar junto do presidente porque ele faz parte da governança do país”, declarou Lula.
Após a saída do PSDB, Geraldo Alckmin tem sido abordado por partidos como o Solidariedade e o PSB, mas ainda não indicou negociações finais com nenhum dos dois. Em entrevista à CNN na última semana, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, confirmou que o convite havia sido feito.
“É só a gente dar tempo ao tempo para saber se pode ser construída essa aliança, qual partido o Alckmin vai entrar. Ele ainda não decidiu, mas certamente tem tempo. Quando ele tomar a decisão, eu tomo a minha e ainda vamos sentar e conversar”, disse Lula à CBN.
A possível aliança de Alckmin com Lula, dois ex-adversários políticos, começou a ser aventada em dezembro de 2021 e ganhou força após um encontro de ambos.
Lula também tem se encontrado com outras lideranças históricas do PSDB, apesar da pré-candidatura própria do partido com o atual governador de SP, João Doria.
Alianças e conversas com o Centrão
Questionado sobre alianças políticas com o Centrão ao longo de um possível governo, Lula disse não ver “problema em ter que conversar” com suas forças políticas, mas rejeitou o que classificou de “Congresso que tornou o residente da República refém”, citando o presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A gente negocia com quem tem mandato, com quem é eleito e toma posse. Então você vai ter que conversar com o deputado, goste ou não, quando você fizer um projeto de lei e mandar para o Congresso Nacional”, afirmou.
“O líder do governo vai ter que construir a maioria, e maioria se constrói conversando com todas as forças políticas do Congresso, convencendo as pessoas, aceitando sugestão, aceitando proposta de mudança”, disse. “Essa é a política e esse é o exercício da política”.
Fonte: Blog da CNN.
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