Um dos parlamentares mais preparados da bancada pernambucana no Congresso, o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) foi, mais uma vez, rifado no processo de afunilamento da escolha do candidato a governador pela Frente Popular, perdendo a corrida para o também deputado federal Danilo Cabral por um motivo que foge da sua alçada: o laço de parentesco com a família Campos.
Seu filho é casado com a filha de Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos. "Soaria muito mal aos ouvidos do eleitorado anunciar um nome da família Campos", disse uma fonte do PSB, esclarecendo que um nome de fora do núcleo familiar evitaria mais um desgaste ao longo da campanha, além do fardo de o PSB já estar há 16 anos no poder.
Já em 2014, quando Eduardo optou pelo nome de Paulo Câmara para disputar a sua sucessão, Tadeu era dado como escolhido, mas, de última hora, foi preterido. Só restou a opção de disputar um mandato para a Câmara de Deputados. Revelou-se bom parlamentar, a ponto de ocupar a liderança do PSB na Câmara e relatar projetos que atraíram o interesse da mídia.
Numa pesquisa interna, Tadeu somou mais do que Danilo, principalmente pelo seu perfil técnico e ao mesmo tempo político, embora Danilo seja também um técniconolítico, a mistura de técnico com político. Mas foi fritado para não dar a impressão de ser a continuidade da "República dos Campos". Só lhe restará tentar a reeleição. Como não está fácil para nenhum parlamentar com mandato emplacar mais quatro anos no Congresso, Tadeu pode ser compensado com a distribuição das bases de Danillo.
Aliás, a esta altura, o espólio eleitoral de Danilo, que teve mais de 91 mil votos em 2018, está sendo objeto de uma guerra silenciosa dentro do PSB. Brigam pelo apoio dos seus prefeitos, principalmente, os deputados Milton Coelho e Gonzaga Patriota, ambos com bases invadidas pelo deputado estadual Clodoaldo Magalhães, agora candidato a deputado federal, mesmo contra a vontade do partido.
Rede se retrata – Dirigentes nacionais da Rede Sustentabilidade divulgaram nota desmentindo o posicionamento do filiado e ex-dirigente estadual, Sérgio Rodrigues de Paula, cobrando a indicação de um nome do PSB para candidatura ao Governo do Estado. A nota é assinada por Roberto Leandro, Millena Reis, Alice Gabino e Brígida Barros. Eles expressam que a Rede não faz parte das gestões socialistas do Estado e do Recife. Além disso, ponderam que a agremiação não se intromete na definição de postulantes de outros partidos.
Marília vetada – Há quem aposte na possibilidade da deputada federal Marília Arraes ocupar a vaga de candidata ao Senado na chapa da Frente Popular pelo PT, mas no seio da família Campos, a começar pelo prefeito do Recife, João Campos, e sua mãe Renata, a disposição para aceitar essa indicação do PT, mesmo vindo como imposição de Lula e a cacicada nacional petista, não existe. É negociação fora de cogitação, segundo um parlamentar do PSB.
Coordenação de Lula – O líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse, ontem, que recebeu convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para integrar sua campanha na eleição à Presidência da República. O senador apoiará Lula na disputa, mas disse que a resposta sobre participar do núcleo de campanha do petista depende de sua decisão sobre a possibilidade de lançar-se candidato a governador do Amapá. Eles se reuniram na última sexta-feira em São Paulo (SP). No encontro, Lula defendeu que, na atual conjuntura, Randolfe seria “muito mais útil” para seu Estado e para o país trabalhando na base de um eventual governo do petista no Congresso.
Unir forças – Em postagem nas suas redes sociais, após encontro, ontem, com o governador Paulo Câmara, o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, falou em unir forças. "Para fortalecermos o Solidariedade em todo país, tenho realizado muitas reuniões nos estados. Afinal, este ano teremos uma eleição importante e não podemos perder tempo. Como presidente nacional do Solidariedade, busca unir forças em todos os estados. Estive hoje em Pernambuco com esse objetivo, onde tive uma conversa muito boa com o governador do estado, Paulo Câmara, o deputado Augusto Coutinho, o vereador Rodrigo Coutinho e o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes", afirmou.
Ranking da corrupção – O Brasil caiu duas posições no ranking mundial da corrupção, segundo o levantamento da Transparência Internacional divulgado. Entre 180 países analisados, o Brasil passou a ocupar a 96ª colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) no ano passado. Em 2020, estava na 94ª posição. A ONG cita o presidente Jair Bolsonaro – junto com Nayib Bukele, de El Salvador, – como chefe de governo latino-americano que se elegeu prometendo combater a corrupção, mas, contrariando as próprias promessas, "essas figuras populistas não fizeram progressos no controle da corrupção, mas sim adotaram medidas antidemocráticas e regressivas que violam os direitos das pessoas."
CURTAS
VIOLÊNCIA 1 – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, o ex-prefeito de Lajedo, Rossini Blesmany (PSD), na condição de delegado, fez um relato dramático da violência descampada no Interior, sobretudo no Agreste, região que atua politicamente. Segundo ele, pelo menos quatro casos graves não foram divulgados pela Imprensa.
VIOLÊNCIA 2 – Um deles, segundo Rossini, envolveu um prefeito do Agreste, que teve sua casa invadida por bandidos que sequestraram seu filho, jogaram gasolina em seu corpo, um garoto de apenas 17 anos, e só não tocaram fogo porque o gestor cedeu entregando parte de um valor em dinheiro exigido pelos homens armados.
Perguntar não ofende: Quem é o candidato de Bolsonaro a vice em sua chapa que ele tanto faz segredo?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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