O ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência da República, teceu elogios aos membros do Movimento Brasil Livre (MBL), afirmando que “o pessoal é legal, são pessoas boas”. “Progressivamente, eles foram entendendo que não se muda as coisas só de fora. Você precisa ter gente boa na política”, avaliou. Ele chegou a ser apresentado pela coordenadora do MBL, Adelaide Oliveira, como o “próximo presidente do Brasil”, em um evento do grupo ocorrido em novembro de 2021.
O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro confirmou, em entrevista ao Flow Podcast na segunda-feira (24/1), que está se aproximando do grupo em prol da corrida eleitoral e mencionou se tratar de um movimento de ativismo político que não está inserido na política.
O presidenciável também usou a entrevista para se pronunciar a favor do fim da reeleição para o Executivo, e afirmou que, caso eleito, desenvolverá um projeto para acabar com o duplo mandato, ressaltando acreditar que muitos parlamentares aprovariam o projeto.
Além disso, Moro se posicionou contra o foro privilegiado e destacou que a medida deve valer para todos, mais uma vez apontando que tanto a Câmara quanto o Senado estariam de acordo com a ideia. "Se você apresenta um projeto acabando [com o foro privilegiado] inclusive para você, o Congresso não vai aprovar? Eu acho que aprova", opinou o pré-candidato.
A aspiração do ex-juiz é, segundo ele, a de “arrebentar a polarização” que ronda as eleições de 2022, tendo em vista as candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aparições em podcasts, além de em programas de rádio e de TV, estão entre as estratégias de Sergio Moro para tentar se aproximar do público. Entretanto, o impacto das ações estaria abaixo do esperado, especialmente em comparação com a relevância do então juiz da Lava-Lajo até novembro de 2018, quando pediu exoneração.
Ocupando o terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, o ex-ministro foi superado em audiência por Lula, que somou 292 mil espectadores em entrevista ao podcast PodPah — comandado por Ígor e Mítico. A participação do pré-candidato do Podemos no Flow contou com 82 mil visualizadores em seu pico de transmissão.
Mudança de partido
Na semana passada, algumas lideranças do movimento anunciaram que irão se filiar ao Podemos, partido de Sergio Moro. A expectativa é de que mais membros do MBL ainda se coloquem debaixo do mesmo guarda-chuva do presidenciável. Atualmente, a maior concentração de ativistas do grupo está concentrada no Patriota, mas eles também estão espalhados por legendas como Novo, DEM e PSL.
Mesmo só estando filiado ao Podemos desde novembro de 2021, Moro está negociando uma possível filiação ao partido União Brasil — fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL). A motivação para uma troca tão rápida seria o orçamento disponível para a campanha eleitoral, bem maior no União Brasil do que no Podemos.
Coaf
Também na entrevista o pré-candidato à Presidência pelo Podemos acusou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça para proteger seus filhos nos casos de supostas “rachadinhas” em seus gabinetes.
"O Coaf foi para o Ministério da Economia. Depois teve uma decisão do Supremo (Tribunal Federal) que beneficiou o filho do presidente, parou uma investigação. O problema é que essa liminar parava todas as investigações de lavagem de dinheiro no país", disse.
Fonte: Correio Braziliense.
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