O Poder 360, site do jornalista Fernando Rodrigues, ex-Folha de São Paulo, tem postado pesquisas semanais sobre a corrida presidencial. Jornalista sério, competente, uma das referências na cobertura política em Brasília, Rodrigues criou o instituto PoderData. Seu último levantamento, de domingo passado, aponta Lula na frente com 40%, Bolsonaro em segundo com 32%, e Ciro Gomes e Sérgio Moro empatados, com 7% e 6%, respectivamente.
A novidade é a queda na diferença de Lula para Bolsonaro, que vem se dando sistematicamente, semana após semana. Em outras sondagens, no auge da pandemia, o petista chegou a colocar 18 pontos na dianteira do chefe da Nação. Agora, caiu para 8 pontos. Pesquisa é uma fotografia do cenário político do momento. Todos esses levantamentos servem apenas para gerar manchetes. Não têm nem terão nos próximos meses nenhuma importância.
A eleição só se decide no curso da campanha, que começa após as convenções, em agosto. O que se pode inferir dos últimos números do PoderData é apenas a constatação de que Lula nunca foi e nunca será imbatível. E que não será eleito. Simplesmente porque o que decide eleição presidencial é a economia. O recuo da pandemia, apesar dos reflexos da guerra na Ucrânia, pode até não ser o esperado nem o necessário, mas já provocará uma mudança no humor do brasileiro.
Paralelamente a isso, o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa-Família, no valor de R $ 400, está entrando no bolso de 18 milhões de famílias todos os meses. A tendência desse segmento eleitoral é votar maciçamente em Bolsonaro ou outro candidato, menos em Lula, que está ferido de morte pelo carimbo da corrupção. O discurso do rouba, mas faz, que alguns têm usado para justificar o voto no petista, tende a cair por terra, virar pó, quando vir à tona o cipoal da roubalheira na era Lula-Dilma.
Não dá para acreditar que alguém de bom senso deseje a volta de alguém que foi preso, diz ser a alma mais honesta do planeta, mas permitiu que uma quadrilha promovesse o maior assalto aos cofres públicos da República, conforme foi apurado e comprovado na operação Lava Jato. Se Lula diz que não roubou nem deixou roubar, de onde o ex-ministro Antônio Palocci retirou R$ 100 milhões para devolver no acordo da sua delação premiada.
Palocci foi um dos principais ministros de Lula. Marcelo Odebrecht, o maior empresário do Brasil, ficou preso em Curitiba com Lula por mais de um ano. Em sua confissão, disse que a sua empreiteira financiou o PT, inclusive, o Instituto Lula, sediado em São Paulo. Só do BNDES, Lula e Dilma retiraram R$ 2 trilhões para financiar portos e outros empreendimentos em países comunistas, dinheiro que deveria ter sido investido em programas sociais no Brasil.
Durante a campanha, os opositores de Lula vão recorrer aos seus aliados de hoje para dizer que ele não serve ao Brasil. Cotado para fechar como vice a chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin disse, em 2006, no período de campanha, que, diferentemente de Lula, ele não “convivia com o crime” e acusou o ex-presidente petista de “chefe de quadrilha” em relação ao escândalo do mensalão.
“Que tempos são esses em que um procurador-geral da República denuncia uma quadrilha de 40 criminosos que tem na lista ministros, auxiliares e amigos do presidente? Que tempos são esses em que cada vez que ouvem uma notícia sobre a quadrilha dos 40, os brasileiros pensam automaticamente em silêncio: "E o chefe, onde está o chefe, o líder dos 40 ladrões’”, disse Alckmin em um comício em Minas Gerais, em 2006.
O guia da oposição, nessa linha, livrará, com certeza, muitos brasileiros de, com o seu voto, promover a volta da quadrilha.
Ligação com o PCC – O ex-governador de São Paulo disse, também naquele ano, que o PT tinha associação com o PCC em São Paulo e chamou Lula de “fujão” e “covarde” por não aparecer em um debate após as primeiras reportagens sobre o mensalão e por uma suposta negociação, por petistas, de um dossiê contra ele e José Serra. “Há indícios, sim [de associação]. Basta você olhar manifestos do PCC, o que eles dizem sobre a política e coisas que se diz que eles dizem, inclusive nas gravações. Eu não diria que há provas, mas isso merece ser investigado”, instigou Alckmin.
Cena do crime – Geraldo Alckmin disse outras pérolas contra Lula que estão arquivadas. E a história não se apaga com uma borracha. "Os brasileiros não são tolos e estão vacinados contra o modelo lulopetista de confundir para dividir, de iludir para reinar. Mas vejam a audácia dessa turma. Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder, ou seja, quer voltar à cena do crime. Será que os petistas merecem uma nova oportunidade? Fiquem certos de uma coisa: nós os derrotaremos nas urnas”, disse Alckmin em 2017.
Hitler e sub-Hitler – O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, comparou a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma escolha entre o líder nazista Adolf Hitler e um “sub-Hitler”. Para Ciro, o povo brasileiro não pode ficar preso entre esses dois nomes. “Querem entupir que o povo tem que votar nele [Lula] para poder não engolir o Bolsonaro”, disse Ciro à Rádio Brasil Campinas. O pré-candidato criticava supostas similaridades entre antigos aliados e adversários do petista e do atual chefe do Executivo. “Ora, é a mesma coisa de você votar no sub-Hitler para derrotar o Hitler", disse.
Fundão imoral – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter o Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões destinado ao financiamento de campanhas nas eleições deste ano. O julgamento foi encerrado, ontem, com placar final de 9 votos a 2 a favor do valor fixado pelo Congresso. A maioria dos ministros entendeu que o “Fundão Eleitoral” aprovado pelo Congresso em dezembro passado não fere a Constituição, diferentemente do que argumentou o partido Novo na ação apresentada ao Supremo, na qual pedia a suspensão dos valores que devem ser utilizados nas eleições deste ano.
Samba do Crioulo Doido – Chegam informações de Brasília que, independente de federação partidária, MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania terão candidato único ao Planalto. Se vingar, a aliança se repete nos Estados? Repetindo-se, em Pernambuco quem será o candidato desse Samba do Crioulo Doido? O Samba do Crioulo Doido é uma canção satírica composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, em 1966, para o Teatro de Revista, em que procurava ironizar a obrigatoriedade imposta às escolas de samba de retratar nos seus sambas de enredo somente fatos históricos.
CURTAS
ESTRADAS DA MORTE 1 – Pernambuco registrou um aumento de 133% no número de mortos e de 80% no total de feridos em acidentes nas rodovias federais que cortam o Estado no período que seria do Carnaval, que teve as festas canceladas pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia da Covid-19. Os números da Operação Carnaval 2022 foram divulgados, ontem, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
ESTRADAS DA MORTE 2 – Entre os dias 25 de fevereiro a 2 de março de 2022, foram registrados 50 acidentes nas rodovias federais que resultaram em 56 feridos e sete mortes. Na operação do ano passado, realizada de 12 a 17 de fevereiro de 2021, foram contabilizados 40 acidentes, com 31 feridos e três óbitos. O aumento no número de acidentes foi de 25%.
Perguntar não ofende: Lula vai interferir na chapa do PSB para o PT emplacar o candidato a senador em Pernambuco ou vai deixar correr à revelia?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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