A apuração do 1º turno nem havia se encerrado e o PSB já não titubeava sobre a estratégia que regeria a campanha de João Campos no 2º turno: a regra já era subir o tom na direção da adversária, Marília Arraes, e jogar luz sobre o antipetismo e o desgaste que o PT acumula. Em curso, a tática tem provocado embates cada vez mais acirrados, entre os dois primos, que resvalam, sucessivamente, para temas pessoais. Os ataques mais incisivos ao PT levaram petistas, antes contrários a uma candidatura própria da legenda, a se engajarem na campanha pró-Marília, enquanto o socialista contou com reforço nacional do presidenciável Ciro Gomes em extensa agenda no último domingo. Nessa arena, a primeira pesquisa Folha/Ipespe do 2º turno foi a campo entre o domingo (22) e a segunda (23). A amostra retrata Marília com 54% dos votos válidos e João Campos, com 46%. O placar do 1º turno foi o seguinte: João com 29,17% x Marília, com 27,95%. Os votos de Mendonça Filho, que figurou com 25,11%, e da Delegada Patrícia, que obteve 14,06%, passaram a ser alvos de disputa. Socialistas, apostando num antipetismo, davam como mais seguro que os eleitores do democrata migrariam para João. Marília, no entanto, abocanhou apoios nesse campo da direita.
Entre eles, o do presidente estadual do Podemos, Ricardo Teobaldo, do ex-ministro Armando Monteiro Neto e dos irmãos Anderson e André Ferreira, do PL e PSC, respectivamente. A petista chegou a ser confrontada pelo socialista sobre os referidos apoios desse campo conservador. Rebateu, na ocasião, que eram só apoios e que a coligação dele tinha de PCdoB a partidos dos filhos de Bolsonaro, se referindo ao Republicanos. A disputa, no Recife, ao contrário da maior parte das capitais, onde a esquerda tem se unido contra o chamado bolsonarismo, se dá entre dois candidatos do campo progressista, gerando uma cena que não estava nos planos mais exatos da Frente Popular, regada pelo imprevisível e marcada por ataques mútuos. A sete dias da eleição, o cenário da estimulada, que considera os votos totais, aponta a petista com 44% e o socialista com 38%. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Brancos e nulos somam 14% e há 4% de indecisos. Sem abrir mão do anti-PT, o PSB tem o desafio de calibrar a dose em poucos dias para isso não se virar contra João. Marília trabalha para neutralizar os efeitos dessa tática. Tendo o PSB estado nas administrações petistas e havendo ainda petistas na gestão Paulo Câmara, a construção da narrativa desafia os dois lados.
De Túlio para Lupi
Túlio Gadêlha diz que não esperava o tom adotado pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, na passagem dele pelo Recife. “Para Lupi, eu era o Brizola recifense há alguns meses. Ele até falou isso na Rádio Folha". Após ser destituído do comando municipal do PDT, Túlio postou a referida fala do dirigente em sua rede social.
Negócios...> Em agenda com João Campos, Lupi disparou: "Quem do PDT não estiver com essa chapa, não tem mais o que fazer no PDT. Nosso partido não é espaço para traíra". Túlio conclui: "Para esses políticos antigos, é melhor ter aliados que fazem o que eles querem. Quando a gente contraria a vontade deles, a gente vira inimigo e traíra".
...à parte > Sobre o imbróglio com seu chefe de gabinete, que o desmentiu e se demitiu, Túlio observa que "o PSB tem a prática de dividir as siglas". Cita casos do PDT, do PT. E recorre ao bom humor: "Até minha assessoria dividiram agora. Quer dizer: tiraram um!".
a cruz e a espada > No Palácio das Princesas, até se esperava uma "neutralidade" do ex-prefeito João Paulo. A declaração de apoio dele à Marília Arraes, no entanto, gerou mal-estar por um motivo: socialistas dizem que não foi fácil negar apoio ao Professor Lupércio.
Fonte: Folha de PE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário