quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Presidente do PT-PE diz que entrega de cargos só vai à mesa após eleição

A essa altura do campeonato, quando a tática do PSB de esgarçar as fragilidades do PT se mostra consolidada, surge, no partido, um eco maior dos que defendem a entrega dos cargos que a sigla ocupa na gestão Paulo Câmara. O senador Humberto Costa, por exemplo, que já havia defendido a devolução do espaço na Prefeitura do Recife, entregue por Oscar Barreto, ainda no 1º turno, não faz objeção à possibilidade de o partido abrir mão da cota da qual dispõe no Governo do Estado. Ele atribui, no entanto, a decisão, "tanto de entrar como de sair do governo" a um entendimento do Diretório Estadual. "Não tenho apego a esses cargos. Não sei se vale a pena no meio do processo eleitoral, tomar uma decisão, mas não tenho apego algum. O diretório estadual vai discutir". Presidente do PT em Pernambuco, Doriel Barros, à coluna, sublinha a importância do PT para a vitória do governador Paulo Câmara em 2018, e diz que o partido "foi fundamental" para o projeto de reeleição do socialista. Faz referência às alianças em vários municípios no interior do Estado, no 1º turno, e cita Garanhuns, onde Sivaldo Albino, do PSB, foi eleito com o PT na vice. Explica que pesou, até aqui, "uma leitura de que a presença nossa no governo se dava em função das eleições que disputamos" e reforça: "E, com apoio nosso, Paulo Câmara foi reeleito". Naquele ano, o PT nacional rifou a candidatura de Marília Arraes em troca de uma neutralidade no PSB no 1º turno da corrida presidencial.

No 2º turno, os socialistas votaram em Fernando Haddad. Doriel explica que esse sentimento em relação à eleição de Paulo Câmara permanece, mas pondera que as coisas, de fato, estão "mais acirradas" entre PSB e PT neste 2º turno. Então, assinala: "Não concordamos com esse tipo de ataque. Agora, o central nesse momento que está em discussão é a disputa pela Prefeitura do Recife e não o Governo do Estado". Doriel diz é preciso "ajudar Marília Arraes a vencer". O dirigente admite que há uma "agressividade" na direção do PT e pontua: "Mas já nos manifestamos, não concordamos e não aceitamos". Avisa, então, que eventual entrega dos cargos vai ao debate após o pleito. "Passadas as eleições, vamos sentar para discutir isso", informa Doriel. E conclui: "Agora, estamos envolvidos na eleição de 2º turno". No Governo do Estado, o PT tem em sua cota Secretaria de Agricultura, o Iterpe, EPTI e o IPA.

Movimentos isolados
Na última segunda, membros da executiva estadual do PT-PE, Edmilson Menezes, e do Diretório Municipal do PT no Recife, Joelson Souza, assinaram nota intitulada: "Entreguem os cargos!". O texto se refere aos "ataques sórdidos contra o PT e sua candidata a prefeita do Recife - Marília Arraes - por parte da campanha do candidado do PSB". Essa manifestação, segundo Doriel Barros, se deu em caráter pessoal. 

Longe de mim > Após a deputada Carla Zambelli, aliada de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, registrar ter protocolado na PGR pedido de investigação de fatos relativos aos deputados Túlio Gadelha  e Marília Arraes, socialistas afastaram qualquer vínculo com a parlamentar e atribuiram o movimento ao enfrentamento dessa ala com o PT. Dizem que ela mirou dois adversários: PT e PDT.

Intersecção> Petistas têm a mesma interpretação de membros do PSB em relação à Carla Zambelli e veem intenção da deputada de misturar situação de Túlio e Marília com caso Flávio Bolsonaro. 

Quem avisa> Ontem, no debate promovido pela TV Jornal, João Campos bateu na tecla da existência de processo contra Marília Arraes relacionado a funcionários fantasmas. Insistiu que ela foi inocentada, ainda em 2019, no caso que envolve peculato, mas que há outra fase em aberto. João advertiu que, se ela não tinha sido citada, ainda seria. Ontem, a petista foi, de fato, notificada sobre ação civil de improbidade administrativa.

Fonte: Folha de PE.

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