Dinheiro que deveria ser destinado à contratação de médicos, reestruturação de hospitais, compra de testes de Covid-19 e fomento de agricultura familiar para doações de alimentos foi deliberadamente retido pela administração federal.
Segundo levantamento da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, publicado nesta quarta-feira (25), pela Folha de São Paulo, pelo menos 10 ações da gestão Bolsonaro não avançaram, apesar da abertura imediata de créditos extraordinários, gerados pelo chamado Orçamento de Guerra, aprovado pelos congressistas.
Uma medida provisória que liberou recursos para o Ministério da Saúde contratar 5 mil profissionais por tempo indeterminado só teve 4,6% executados. O ministério deixou de empenhar quase R$ 6 bilhões, que serão perdidos caso não sejam utilizados até o próximo dia 31 de dezembro.
Outros R$ 8 bilhões – sobretudo em transferências aos entes federados e em aplicação direta, que deveria servir à compra de testes, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e ventiladores pulmonares – não foram pagos.
Na rubrica de ação de Enfrentamento à Emergência de Saúde Pública comum a vários órgãos federais, a dotação prevista foi de R$ 49,9 bilhões. Mas R$ 7 bilhões não foram empenhados e outros R$ 10 bilhões não foram pagos.
No ofício enviado à procuradora-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Cristina Machado, o senador Humberto Costa pediu a instauração de auditorias nos diversos ministérios a fim de investigar a não aplicação dos recursos liberados para o combate à pandemia, “sendo certo que tal conduta viola frontalmente o princípio da eficiência na administração pública”.
“É um escândalo que tenhamos passado por sérias condições de precariedade nos serviços de saúde, com exposição de profissionais da área à contaminação, com testagem insuficiente e, ao fim, tudo isso tenha sido provocado com dinheiro em caixa, pela incompetência ou pela má-fé do governo em aplicar os recursos disponíveis”, afirmou Humberto, ex-ministro da Saúde do governo Lula.
Somente na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), o montante represado é de R$ 52,9 milhões de R$ 70 milhões liberados.
“Há mais de 170 mil vítimas fatais no país. A Covid-19 é a maior causa de mortes da nossa história. E, por achar que essa é uma ‘gripezinha’ e que somos um ‘país de maricas’, Bolsonaro deliberadamente agiu para evitar a aplicação dos recursos. Essa política genocida do governo tem de ser severamente punida”, defendeu o senador.
Fonte :Da redação do Portal com informações da Assessoria de Humberto Costa.
Portal de Prefeitura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário