Após a campanha do prefeiturável João Campos critalizar a estratégia do anti-PT, inicialmente contestada por alguns socialistas, e subir o tom, cada vez mais, na direção da adversária, na campanha de Marília Arraes predomina, exatamente, um entendimento contrário: o de não entrar nessa pilha. Em outras palavras, petistas dizem estar sedimentada a ideia de que não vale a pena "entrar na baixaria". A mudança de tom de Marília, que ficou nítida no debate promovido pela TV Jornal na última terça, não se deu por acaso. Ao contrário dos debates anteriores, nos quais ela foi para o enfrentamento com o primo, chegando a insistir mais em denúncias de corrupção contra o PSB e até ironizando que "prefeitura não era pirulito", desta vez, ela já iniciou o debate vacinando o eleitor: avisou que não iria "cair em provocação", citou "baixarias" e "fake news".
Originalmente, o plano era seguir abordando propostas sempre que João Campos atacasse, numa linha de minimizar ao máximo a fala do adversário. Marília, entretanto, que vem evitando expor o racha no PT, excepcionalmente, entrou nesse mérito quando João insistiu que o ex-prefeito João da Costa era aliado dela. Já no final do debate, Marília reforçou a estratégia: "Não estou disposta a brigar pelo Recife. O que quero é unir quem não aguenta mais a gestão do PSB". Na esteira, fez referência a João da Costa: "O candidato ficou citando João da Costa, tentando, colocar ele no meu colo, mas, no 1º turno, o prefeito estava apoiando o adversário". Limitou-se a isso. A despeito da artilharia do adversário, na campanha do PT, prevalece o entendimento de que o PSB joga para trazer ela ao enfrentamento e de que ela não deve "perder tempo rebatendo". Há aliados cobrando tom mais duro.
Onde está Gleide Ângelo
Pergunta das mais repetidas entre socialistas nos últimos dias é: "Onde está Gleide Ângelo?". Deputada estadual mais votada da história do Estado, Gleide teve 412.636 votos em 2018 e dobrou com João Campos, mais votado para federal, com 460.387. Em meio à acirrada disputa no Recife, agora, aliados do prefeiturável do PSB sentem falta da delegada e isso ganha eco nas coxias.
A regra > Na disputa deste ano, Gleide Ângelo fez um movimento de apoiar só candidatos ou candidatas a vereador e engajou-se em candidaturas relacionadas à luta das mulheres, principal bandeira sua. Gleide, no entanto, não fez movimentos na direção de candidatos majoritários. O Recife não é exceção, dizem lideranças que observam a movimentação da parlamentar.
Queima...> Após o prefeiturável João da Costa ser empurrado de um lado para o outro no debate da TV Jornal, por Marília Arraes e João Campos, nos bastidores, integrantes das duas campanhas passaram a concordar num ponto: que o apoio do ex-prefeito recém-declarado a Marília Arraes interessa ao PSB.
...filme > O fato de João da Costa não ter feito campanha para Marília Arraes e de sua esposa, Marília Bezerra, presidir a EPTI no governo Paulo Câmara passou a gerar um zum-zum-zum de que o movimento do ex-prefeito pró-Marília poderia ter a benção de socialistas. Há quem veja objetivo de "queimar o filme dela".
Prévia > Ainda no 1º turno, indagado sobre a má posição do Recife no Ideb, em 21º no ranking das capitais, João Campos, ao explicar, na Rádio Folha FM 96,7, a colocação em descompasso com a do Estado, dissera o seguinte: "Por isso que eu falei que a herança que Geraldo pegou foi muito ruim!". Já fazia referência ao PT.
Fonte: Blog da Folha de PE.
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