O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está sendo forçado a pautar a volta do debate em cima da mudança de sistema de Governo no Brasil, pondo fim ao presidencialismo. O modelo que tramita no Congresso é o da adoção do semipresidencialismo. Embora o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tenha uma posição mais avançada e amadurecida sobre o tema, Pacheco acha que ainda não é o momento para efetivar a mudança no sistema de governo.
O parlamentar destacou que o Congresso manteve, no ano passado, o sistema adotado com a reforma política, em 2017, que acabou com as coligações proporcionais, rejeitou o distritão e manteve a cláusula de barreira. A implementação dessas medidas abriu espaço para debater o tema em um futuro próximo, quando houver menos partidos. “Poderemos avançar para aquilo que a Câmara tem debatido hoje. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, tem suscitado muito isso e acho que, em algum momento, isso pode ser discutido, mas não agora”, avaliou.
“O semipresidencialismo é uma ideia, mas são buscas de aprimoramento político no Brasil que eu considero interessante serem discutidas e serem definidas num futuro próximo”, acrescentou Pacheco. O presidente da Câmara criou um grupo de trabalho destinado a analisar e debater temas relacionados ao sistema de governo semipresidencialista. O ato foi publicado na edição de quinta-feira passada do Diário Oficial da Casa.
O semipresidencialismo é um sistema de governo no qual o presidente eleito divide a gestão com um primeiro-ministro, indicado por ele e avalizado pelo Congresso Nacional. Na prática, é um sistema inspirado no parlamentarismo, no qual o presidente é uma mera figura decorativa e quem manda de fato é o primeiro-ministro.
Sem justificar renúncia – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deixou claro a aliados, nos últimos dias, estar decidido a renunciar ao cargo até 2 de abril para disputar a Presidência da República. A grande questão que tenta resolver é encontrar o melhor discurso para justificar aos eleitores gaúchos o porquê de estar renunciando ao governo antes do final do mandato para o qual foi eleito em 2018. A solução para esse problema passa necessariamente pela definição partidária de Leite. O governador tem duas opções: o PSDB, partido ao qual é filiado desde 2001, ou o PSD.
O adeus de Miguel – Dos candidatos a governador de Pernambuco pelo bloco da oposição, o primeiro a marcar ato de despedida do cargo que atualmente ocupa foi Miguel Coelho (União Brasil), prefeito de Petrolina. Está agendado para o próximo dia 30, na mesma Petrolina, às margens do Rio São Francisco, uma grande festa política reunindo milhares de pessoas, entre prefeitos, deputados, vereadores e lideranças dos mais diversificados partidos. Tudo está sendo programado com os mínimos detalhes para causar repercussão na mídia e impacto político.
Em causa própria – Casado com a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), o deputado estadual Waldemar Borges tem defendido a candidatura do governador Paulo Câmara em causa própria. Se renunciar, Câmara deixa Val, como é mais conhecido, na condição de primeiro-damo, já que seria obrigado a passar o bastão para a comunista governar por nove meses. Paulo se sobrepõe a todos os nomes. “Duas vezes governador de Pernambuco, conhece tanto o Estado, que, evidentemente, não pode ser descartado. Essa possibilidade facilitaria a escolha dentro dessa diversidade de nomes”, disse à Rádio Folha.
Pegou mal – O ex-governador Geraldo Alckmin confirmou, via Twitter, que vai se filiar ao PSB, o que reforça a possibilidade de ele ser vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência. O anúncio foi feito, ontem, em publicação nas redes sociais. “O tempo da mudança chegou! Depois de conversar muito e ouvir muito eu decidi caminhar com o Partido Socialista Brasileiro – PSB. O momento exige grandeza política, espírito público e união”, escreveu o ex-tucano. Na maior cara de pau, recorreu a uma frase de Eduardo Campos - "Não vamos desistir do Brasil". Pegou muito mal. Afinal, quando afirmou isso Eduardo estava querendo tirar o PT e Lula do poder.
Só fingimento – Do presidente estadual do PT, Doriel Barros, sobre a já dada certa debandada de Marília Arraes do partido, que ele ainda finge que não acredita: “Todo parlamentar é livre, o PT sempre foi assim. Marília me disse que não iria sair do PT. Ela é importante para o PT como o partido é importante para ela. Então, essa decisão é meio a meio. Na nossa opinião, ela deve permanecer no PT. Além de entender o quanto o partido significa para ela. Acredito que muita gente está tentando criar fatos. Porém, o que posso dizer é que o PT está mais forte que em 2018”.
CURTAS
A VIÚVA PAGA – O pedido da Prefeitura de Paulista, para prorrogar o prazo dado para que as aulas presenciais fossem retomadas nas escolas municipais, foi negado pelo Tribunal de Justiça. A cidade tinha até a última quarta-feira para cumprir a decisão, sob pena de multa diária de R$ 20 mil, e não retornou. A viúva vai pagar a conta.
COSTUME E MOTE – O deputado Álvaro Porto, que desembarcou do PTB e assina a ficha de filiação do PSDB no próximo domingo (27), sobe no palanque de Raquel Lyra alfinetando os socialistas: “Derrotar o PSB é algo que Raquel tem costume. E este ano vai vencer de novo”, diz. A provocação tem tudo para se tornar um bom mote de campanha. Afinal, nas duas últimas eleições pela Prefeitura de Caruaru a tucana derrotou o PSB e a máquina governista.
Perguntar não ofende: Marília vai para o MDB ou Solidariedade?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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