A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, pré-candidata ao Governo do Estado pelo PSDB, nunca viveu uma relação harmoniosa com a Câmara de Vereadores. É do seu perfil a impaciência no trato com a classe política, especialmente os parlamentares. É o tipo de política de indiscutível perfil pavio curto. Seu primeiro mandato foi de altos e baixos com os vereadores da sua base.
Em seu segundo mandato, deu, ontem, uma demonstração de que, embora queira alçar voo de águia, seu pavio não cresceu feito bico de tucano, símbolo do seu partido, o PSDB. Ao convocar os vereadores da base para tratar sobre o projeto de reajuste de 10,16% no valor do piso salarial dos professores de Caruaru, recorreu a um inusitado confisco dos aparelhos celulares dos parlamentares.
Apesar de ser vista como gestora moderna e aplicada, Raquel se desgasta facilmente no plano da política. Tem ao seu favor fatores que pesam, como as obras concluídas em Caruaru, a sua força nas redes sociais e a autenticidade de uma candidatura feminina, necessária nos tempos atuais, onde as mulheres vêm cada vez mais ocupando espaços na política. Mas para consolidar apoios, Raquel precisaria trabalhar o seu lado político, amplamente criticado até por sua base na Câmara Municipal.
Após o acontecimento de ontem, alguns vereadores relataram que se sentiram constrangidos e que a situação demonstrou falta de confiança. Para piorar o relacionamento entre Raquel e os vereadores, a prefeita entrou para o seu 15º mês sem líder do Governo na Câmara. Parlamentares já relataram que não são ouvidos e não têm seus pedidos atendidos por ela. Caso seja candidata e eleita governadora, Raquel terá que trabalhar mais sua face política ou poderá sofrer o mesmo fim da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Já vimos o que a falta de apoio e de jogo de cintura podem fazer com uma mulher na política brasileira.
Fato nunca visto antes – Depois do confisco dos celulares em Caruaru, o blog do Mário Flávio ouviu dois ex-prefeitos da cidade sobre a proibição de Raquel. O ex-prefeito e atual deputado Tony Gel (MDB) foi enfático: “Nunca!”, disse. A mesma afirmação fez o deputado federal Wolney Queiroz (PDT), filho do ex-prefeito Zé Queiroz (PDT). “No tempo de Zé Queiroz os vereadores tinham entrada livre na sala dele”, afirmou.
Mais sanções à Rússia – O Secretário de Estados dos EUA, Antony Blinken, anunciou, por meio de um comunicado, novas sanções direcionadas a empresas russas, na maioria do setor bélico. “No total, 22 entidades russas relacionadas à defesa serão afetadas, incluindo empresas que fabricam aeronaves de combate, veículos de combate de infantaria, drones e sistemas de guerra eletrônica, disse Blinken. “Também estamos impondo controles de exportação à Belarus para responsabilizar o regime de Lukashenko por ser um fornecedor de armas na guerra escolhida pelo presidente Putin. Vamos sufocar a capacidade de Belarus de importar tecnologias-chave”, acrescentou.
Ajuda a brasileiros na Ucrânia – O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, decidiu adaptar as ações do governo ao que chamou de "nova realidade". Uma circular telegráfica foi enviada ontem às embaixadas brasileiras na Ucrânia, na Polônia, na Romênia, na Hungria e na Eslováquia. Carlos fez ainda um apelo aos demais postos, pedindo para que, com os reforços orçamentários recentemente recebidos, possam alugar transporte, providenciar alojamento e alimentação aos brasileiros evacuados, bem como quaisquer outras despesas de natureza humanitária que se façam necessárias.
Por que 02 foi à Rússia? – A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não identificou irregularidade na presença do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na comitiva que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro na viagem à Rússia. Apesar disso, a procuradoria pede ao Supremo que solicite ao Planalto mais informações sobre a viagem, mas ressalta que a resposta deve ser facultativa “em virtude da preservação de sigilos legais”. Bolsonaro esteve na Rússia entre 14 e 16 de fevereiro.
Pernambucana cede fazenda para refugiados – A pernambucana de Petrolina Maria Thereza Coelho Cunha Bueno cedeu a fazenda onde vive com o marido alemão e filhos para receber brasileiros e demais refugiados da guerra na Ucrânia. O local fica na cidade de Siret, na Romênia, a 391 quilômetros da capital Bucareste e bem na fronteira com o país invadido pela Rússia. "A gente abriu a casa e a fazenda para receber essas pessoas que estavam atravessando. No domingo à noite, comecei a ver no jornal que tinham muitos brasileiros tentando sair. A situação é realmente dramática”, disse a pernambucana.
CURTAS
CANDEIAS – A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) concluiu que a mancha escura e o mau cheiro na praia de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, foram provocados pela presença de esgoto e sargaço. Após analisar a água da praia, o órgão voltou a reforçar que esse trecho da praia é, há alguns anos, uma área imprópria para o banho de mar.
PROTESTO – Barraqueiros da orla do Pontal de Maracaípe, em Ipojuca, protestaram contra restrições de trabalho impostas pela Prefeitura da cidade. Por meio de nota, a Prefeitura informou que, desde o ano passado, iniciou um reordenamento dos barraqueiros do Pontal de Maracaípe, e que, entre as ações, foi feito o cadastramento de 18 trabalhadores que atuam no local com a pactuação de que não seria possível, no momento, permitir novos cadastramentos.
Perguntar não ofende: Raquel tem tempo hábil para melhorar sua relação com a política?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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